segunda-feira, 30 de novembro de 2015

HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DE NATUREZA E ORNITOLÓGICO EM CANÁRIAS

Origem: Turismo de massas como modelo económico

Maspalomas, Gran Canarias, nos anos 60 quando comenza
a construçãode hoteís para o turismo de massas.
Na década de 50 decorre o auge do turismo nas Canárias. Atraídos pelo ótimo clima das ilhas – 25 graus em média por ano – os primeiros turistas do norte de Europa chegam às praias de Gran Canaria e Tenerife. A economia canária, baseada na agricultura e na agropecuária, transforma-se rapidamente numa economia de bens e serviços, com a sua principal força no turismo de massas, habitualmente chamado “turismo de sol e praia”.
A construção de hotéis e blocos de apartamentos cresceram ao mesmo tempo que aumentou o número de turistas alemãs, ingleses e escandinavos. Tinha surgido um novo mercado para operar e o capital nacional e estrangeiro investiu muito dinheiro em empreendimentos hoteleiros. Esta construção realizou-se sem pensar no impacto ambiental e causou um grande dano nos ecossistemas das ilhas, sobretudo nas zonas costeiras.
Nos últimos anos a demanda tornou-se mais complexa, diversificando as suas preferências entre os novos modelos de turismo alternativo, longe das áreas massificadas, como o turismo de natureza. A mentalidade do turista tem evoluído e adquirido uma consciência ambiental.   
As reservas naturais têm um 40% de extensão nas Ilhas Canárias, assim como 4 parques nacionais, entre os que destaca o Parque Nacional de Garajonay, na Gomera, Património de la humanidade reconhecido pela UNESCO, 145 reservas naturais e 7 reservas da biosfera nas ilhas de Lanzarote, El Hierro y La Palma.

Parque Natural de Garajonay, A Gomera.
A Macaronésia tem recursos naturais e uma biodiversidade única no mundo. Bosques milenares de Laurissilva, vulcões, praias paradisíacas, falésias vertiginosas, lindas paisagens submarinas e milhares de espécies endémicas compõem um valioso ecossistema que atrai investigadores e aficionados aos arquipélagos formados por Canárias, Cabo Verde, Madeira e Açores. Estes continentes em miniatura são o lugar ideal para desenvolver o turismo da natureza.






Breve história da ornitologia das Canarias

Canárias tem 6 espécies e umas 30 subespécies endémicas de aves. Além umas 100 aves visitam as ilhas de forma regular o esporadicamente. Este singular ecossistema faz que o turismo ornitológico e a observação de aves seja um dos pontos fortes do turismo da natureza. Muitos ornitólogos e amantes das aves veiem para observar-lhas, estudar-lhas e tentar fotografar-lhas. As seis aves endémicas das Canárias são: Paloma Raviche, Paloma Turqué, Reyezuelo Canario, Mosquitero Canario, Pinzón Azul y Taravilla Canaria.

Pinzón Azul, uma das seis aves endémicas de Canarias.
Nas cronicas da conquista nas Canarias pode-se ler comentários e citas dos conquistadores sobre as novas aves que encontravam no arquipélago. Apos, já no seculo XVIII surgem as primeiras publicações e investigações escritas por ornitólogos que viajam desde Europa para estudar as novas espécies.

Em 1842 se descreve por primeira vez o Pinzón Azul em “Ornitholohie Canarienne”, além de 108 espécies. A visita do Dr. Carl August Bolle as ilhas é importante já que com as suas observações fue o primeiro em reconhecer as dois especies de pombo da Laurissilva: O pombo turqué e o pombo rebiche. Já no seculo XX Henry E. Harris publica as primeiras fotos de aves de Canarias.
Os pioneiros na observação de aves foram estes investigadores, a maioria estrangeiros, que impulsaram la descrição de espécies e subespécies. As intensas coletas de exemplares e ovos daria pé na extinção de espécies como o ostrero canario, a princípios do seculo XX.

Nos anos 60 com muito material sobre avifauna feito foi gerando interesse pela avifauna entre a população local e os investigadores das universidades canarias empezam a desenvolver seus estúdios assim como interessantes estúdios sobre aves migratórias e o origem e evolução da avifauna canaria.
A criação um Escritório Canário da Delegação Espanhola de Ornitologia (SEO Birdlife) em 1993 ter permitido fomentar o hobby pelas aves e desenvolver ações de conservação.



Turismo de natureza: presente e futuro

Apesar de que o turismo de massas tem um predomínio absoluto hoje em dia, empresários e hoteleiros ter diversificado sua oferta para atender a demanda deste novo tipo de turista. O turismo da natureza é uma indústria limpa, sustentável com o meio ambiente e uma aposta segura para um futuro melhor. Estas novas atividades criam uma relação mais cercana entre o turista, o trabalhador e seu entorno. Alem disso, o ecoturismo e uma oportunidade para desenvolver as áreas rurais com atividades como caminhadas e desenvolvendo uma rede de hóstias e posadas para que os turistas podam ficar e sejam mais acessíveis estas zonas das ilhas.

Os deportes praticados na natureza têm uma localização ideal nas Canárias. As praias são perfeitas para os deportes aquáticos como surf, windsurf ou submariníssimo. Quando o inverno no norte de Europa faz desconfortável estar na rua devido as baixas temperaturas, muitas federações desportivas viajam para as Canárias a fazer seus treinamentos. Acreditadas pelo seu clima e sua geografia realizam-se todos os anos atividades desportivas como o Mundial Internacional de Windsurf de Fuerteventura, o Torneo Internacional de Futebol de Maspalomas ou a Transvulcania, uma maratóm da ilha da Palma. Escalada, ciclismo e trails são outros desportos que atraem aos turistas a Canárias.
1º Fase do Mundial de Windsurf de Fuerteventura.

O ecossistema das Canárias, junto com o resto da Macaronésia é único no mundo y tem que ser aproveitado criando uma solida estratégia conjunta de turismo de natureza sustentável. Têm aqui um importante papel o turismo de observação de aves e suas habitats naturais, os bosques de Laurissilva. Os hotéis e empresas turísticas já estão formando guias e oferecem tours pelos locais onde pode-se observar estas espécies para satisfazer as demandas dos amantes da natureza.As férias de ganadaria e alimentação ainda têm um importante papel na hora de desenvolver uma estratégia de turismo de natureza e desenvolvimento das economias rurais.
Mapa de Espanha da Rede Natura 2000.

Desde a União Europeia tem apojado estas novas politicas pondo em marcha projetos de proteção do meio ambiente como os projetos LIFE, Erasmus + (projeto STARS) o Macaroaves a traves de diversas ações de proteção do meio ambiente e formação ambiental da indústria hoteleira e a população em geral. Estas ajudas são indispensável para a criação duma rede de parques naturais e áreas protegidas que ajudem na conservação dos ecossistemas canários e da Macaronésia.

Já há varias estratégias em marcha, como a Rede Natura 2000 que tem como fim estabelecer um sistema de gestão sustentável de turismo de natureza de estos espácios e a implantação dum modelo que garantisse o valor da biodiversidade como fonte de ingressos e criação de emprego, ao mesmo tempo que assegure a conservação frente a estas atividades.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A semana das comemorações

Esta semana foi uma semana muito espécial para a SPEA e os amadores da natureza e a ciência em geral. Esta semana junta várias datas muito espéciais para nós. Começamos a semana com a comemoração do dia da Floresta Autoctona no dia 23 de novembro, a seguir o dia 24 de novembro temos o dia internacional da ciência e já para terminar o dia 25 comemoramos o anniversário da SPEA. Semana de comemorações que nos fazem lembrar mais ainda a importância de trabalhar e servir à natureza. Para além, é de marcar a natureza madeirense e o reconocimento que esta semana poder ter para as nossas ilhas. 


Para começar, relembramos a nossa floresta: 


Dia 23 de novembro - Dia da Floresta Autóctone

Tão importante é a nossa floresta como tantas outras do mundo. As plantas permitem-nos respirar e termos oxigenio para nos dar a vida. Já seja a laurissilva como o bosque atlántico, a floresta autóctone e todas as espécies que lá vivem é a nossa prioridade a conservar. O que conservamos? Conservamos o que conhecemos e amamos. 

O primeiro que podemos fazer é conhecer o nosso ambiente, desejar voar e conhecer outros mundos se faz melhor quando percebemos o nosso ambiente mais perto, a nossa floresta autoctona e a nossa biodiversidade. 

Comecemos pelo mais pequenino e mais próximo, conservemos aquelo que temos e depois fiquemos com aquela curiosidade para conhecer, amar e conservar aquelo doutro lado do mundo. 

Fiquemos com o sossiego de saber que há alguém trabalhando para conservar as nossas florestas autóctonas e ajudemo-lhes a fazê-o o melhor possível com a colaborção de todos. 



Dia 24 de novembro -Dia Internacional da Ciência

Esta semana também comemoramos o dia da Ciência. O que seriamos sem ciência, sem avances, sem investigação? Não tiveramos a vida que temos. A ciência permite-nos avanzar, permite-nos conhecer e valorizar. A biologia da conservação também é ciência, também é avance e também precissa de investimento. Desde a minha visão de voluntária percebo o importante que é o voluntáriado para a conservação mas não esqueçamos que este trabalho precissa de dedicação, de investimento e de colaboração de tudos nós. 

Que seria falar de biologia da conservação, biologia evolutiva e biodiversidade senão falarmos dum grande naturista e promovedor da biologia moderna, o senhor Charles Darwin quem um dia como hoje publicou uma excelente obra esclarecedora sobre os nossos origens, "O origem das espécies". Com esta grande obra percebemos as ligações que existem entre as espécies, como evoluieram até chegar a aparecer outras novas, e comprender a importância de cada uma delas no mundo. Esta revelação foi devido a suas grandes viagens ao longo do mundo, parando também nas ilhas da Macarónesia. 

Tal foi aquela revelação que ainda hoje segue confirmada a teoria da evolução, muitos biologos e naturistas posteriores dieram o seu contributo melhorando-a em alguns aspetos mas continua como o dogma da biologia. Lembramos do Charles Darwin a falar da evolução e das espécies mas não esqueçamos que para ele chegar até esta conclusão tivemos muitos outros conhecedores da natureza e da ciência em geral, deixo aqui alguns cientistas considerados importantes para mim neste mundo da biologia e a conservação da biodiversidade: 

Linneo, Lamarck, Alexander Von Humboldt, Wallace, Robert Hooke, Mendel, Cuvier, Lyell,....entre outros que fizeram possível a chegada de todo o conhecimento que temos atualmente. 

Agora nós temos o seu testigo para seguir no caminho do conhecimento...faremos o melhor possível. 


Dia 25 de novembro - ANIVERSÁRIO DA SPEA


O dia de ontem a SPEA fez anos, já são muitos anos dedicados à conservação das aves e de seus hábitats. Muitos projetos, muitas pessoas, muitos voluntários tem tido um lugar nesta ONG. Muitas coisas foram feitas e sempre com os objetivos fixos de conhecer mais para conservar melhor. O dia 25 a SPEA fez 22 anos, dejamos tudo de bom para ela e o sua equipa e muitos mais anos de vida com aquela vontade e gosto pela natureza. A equipa SPEA tem muitas pessoas atras, o trabalho não seria possível senão tiveramos o apoio de tanta gente que ajuda-nos, dos sócios, dos voluntários, dos colaboradores ocasionais, das entidades. A conservação da natureza não seria possível sem ajuda de todos. A natureza e as aves agradecem o vosso trabalho, assim como todos os que reconhecemos o trabalho bem feito e dedicado. Obrigada mais uma vez por deixar formar parte da família SPEA por un ano e dar o meu contributo à conservação da natureza. 

MUITOS PARABÉNS E TUDO DE BOM, SPEA!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O ECOTURISMO COMO MODELO DE ECONOMIA LOCAL EM ILHAS


O termo turismo sustentável, ecoturismo, turismo da natureza o turismo ativo as vezes fazem confusão com a propria definição, não conseguirmos esclarecer qual faz referencia a um tipo de atividade e qual faz a outra. No entanto, todos eles tem como ligação a natureza, tudos eles são desenvolvidos em espaços naturais e por isso estas areas tem de ser bem geridas para assergurar o usufruto de todos. Para tentar esclarecer algumas dúvidas sobre esta temática que tem tanto a ver com a conservação da biodiversidade e das aves assim como para um adecuado desenvolvimento local seguem algumas definições:

Turismo ativo: o motivo principal da viagem é a realização das atividades turisticas em ambientes naturais, correspondendo com atividades de observação da natureza como ecoturismo, o tratar-se mais de atividades que envolvam uma atividade fisica do turista o de algum risco controlado como é o turismo de aventura.


Ecoturismo: ou turismo ecologico é a atividade turistica que se desenvolve sem alterar o equilíbrio do Ambiente, evitando assim danificar a natureza. Trata-se de uma tendência que procura compatibilizar a indústria turística com a ecologia



segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Campanha Salve uma Ave Marinha!


As ilhas são hotspot de biodiversidade. É verdade que não temos os animais maiores do mundo, não temos aqueles mais espantosos ou engraçados, mas a importância dos poucos que cá moram é de uma mais-valia indiscutível. Talvez nunca vejas um deles ao frente e tenhas só que acreditar naquelas listas de espécies nidificantes ou ameaçadas que tem vindo ser tão faladas. Mas é isso o sentimento conservador, não é? Só pensar que aquela espécie compartilha o espaço connosco e que faz parte do nosso habitat já é reconfortante. E isso, ter a certeza que a biodiversidade mundial é conservada para garantir o equilibro do planeta. As vezes desconhecemos as características duma de elas, se calhar nem soubemos porque elas são importantes para o habitat, mas acreditamos na natureza, ela saberá o que faz e nós poderemos ter tem suficiente para esclarecer a sua importância. As aves marinhas podem ser daquelas espécies que rara vez vemos, talvez ouvimos mais à noite, ao pôr-do-sol, porque elas não vêm a terra ao dia, só a noite para descansar e nidificar. Nós temos a responsabilidade de manter o seu lugar de acasalamento e também o seu lugar de alimentação, o mar, livre de qualquer alteração garantindo o seu futuro. Não só na ilha podemos incomodar, com as nossas acções também podemos ter um efeito a longo prazo. É um exemplo o lixo que deita-se no chão não pensamos que vai lá ter ao mar, mas vai, além de ser um material muito pouco biodegradável. A nossa pegada vai ficar cada dia, por isso temos de ter aquela coisa na cabeça de nos preocupar pelas nossas acções e o efeito que vamos deixar para o futuro.

As aves marinhas estão a nidificar durante todo o ano, segundo as espécies elas aproveitaram os nichos ecológicos que ficaram livres e evoluíram cada uma num local e numa altura do ano, como se faláramos dum puzzle da natureza, tudo bem encaixadinho e conectado para funcionar bem. No momento que nós alterarmos algum factor, desequilibramos a cadeia. Ai é que temos de fazer o maior esforço para tenta diminuir o nosso efeito. Podemos fazer alguma coisa para ajudar-as? A resposta é sim. Sempre à beira do mar, podemos dar uma vista de olhos no passeio, nas ruas estreitinhas da nossa vila em procura dalguma ave que se for queda no chão ela não vai conseguir sair sozinha ao mar, precisa da nossa ajuda. Eis vai um pequeno protocolo para ajudar-a a sair. E senão conseguir sempre podem ligar para nós e tentaremos arranjar uma solução para libertar-as ao seu habitat natural, o mar.


O que fazer quando encontrar uma ave vítima de encadeamento?

1. Aproxime-se da ave lentamente;
2. Com um casaco ou manta cubra a ave (deixá-lá-á mais calma), não esquecendo de tapar a cabeça e bico. Deverá ter especial cuidado com o bico das cagarras; 
3. Coloque-a numa caixa de cartão;
4. Não tente alimentá-la;
5. À noite dirija-se a uma praia, pouco iluminada e solte-a, colocando-a no chão, próximo do mar;
6. Afaste-se do local e poderá observar a ave a voar em direção ao mar;
7. Sempre que possível identifique a ave e contacte a SPEA, indicando o local onde a encontrou.