terça-feira, 30 de agosto de 2016

Gaivotas da Madeira

Dentro de todas as aves marinhas que descrevemos na semana anterior, a mais conhecida de todas é a gaivota de patas amarelas. Não só podemos encontrar em habitats  marinhos, como também frequenta outros biótopos, geralmente no litoral, como praias, portos de pesca, campos agrícolas, zonas urbanas, salinas e aterros sanitários.
Aqui na Madeira, justo no porto de Funchal poderemos encontrar todos os dias uma grande quantidade delas. E por isso que vamos a começar a falar delas.


Primeiro cabe dizer que no Arquipélago da Madeira, podemos chegar a ver até 8 especies de gaivotas seguindo a Checklist da Madeira 2010, mas sendo 6 de elas muito ocasionais.






Como se pode olhar na tabela, só a gaivota de patas amarelas é muito comum na Madeira, mas sobretudo é a única que tem nidificação confirmada. Por outro lado temos a gaivota de asa escura, que em termos de abundancia é frequente, mas não temos nidificação confirmada da especie. No Atlas das Aves do Arquipélago da Madeira(2009), informa da uma possível nidificação na costa norte. Um dos problemas que há é que os indivíduos das gaivota de patas amarelas podem facilmente ser confundidos com gaivotas de asa escura. Pelo que dificulta o trabalho.


Entre as outras especies de gaivotas, se poderia citar o Guincho (Larus ridibundus), que subretudo se trata de uma gaivota que acostuma olhar-se com mais facilidade na ilha de Porto Santo. Como curiosidade, na esta ilha do Porto Santo há a Ponta e o Pico do Ninho do Guincho (215m) ficam situados na parte Nordeste da ilha de Porto Santo e a sua designação poderá ter origem na observação no local, desta espécie migradora ocasional.







Existem outros exemplos de gaivotas podem ser avistadas na Madeira, mas são muito raras.
Na continuação seguem algumas fotos que foram feitas no cais do Funchal, das outras especies que podem ocorrer na Madeira.
(Fotos: http://madeira.seawatching.net/)



Gaivota-de-cabeça-preta (Larus melanocephalus)
Visitante de inverno escasso


Gaivota-risonha (Larus atricilla)
Visitante raro


Gaivota-parda  (Larus canus)
Visitante raro no final do outono e inverno


Gaivota-polar (Larus glaucoides)
Visitante raro

Gaivota-hiperbórea (Larus hyperboreus)
Visitante raro


Gaivota de patas amarelas


Morfologia


Esta é uma ave de grande porte, apresentando uma envergadura de asas que varia entre os 138 e os 155 cm e pode atingir, aproximadamente, os 68 cm de comprimento. O corpo é na sua maioria branco, apresentando o dorso e as asas com uma tonalidade cinzenta, contrastando com as extremidades pretas com manchas brancas das asas.
Apresenta um bico forte e amarelo, com a ponta caracteristicamente vermelha. As suas patas são amarelas, atribuindo o nome comum á espécie, assim como os olhos, que apresentam ainda um anel orbital alaranjado. Os indivíduos desta espécie podem facilmente ser confundidos com outras espécies de gaivotas como é o caso da Gaivota de asa escura




Não existem diferenças morfológicas acentuadas entre os sexos desta espécie, os machos são apenas ligeiramente maiores e mais pesados do que as fêmeas, o que pode ser útil para diferenciar os sexos nesta espécie.



Nidificação


No Arquipélago da Madeira nidifica em todas as ilhas (Selvagens, Desertas, Porto Santo, e Madeira). Tive a sorte de poder visitar duas colonias dentro da Ilha da Madeira,  no Ilhéu do Farol e no Ilhéu da Cevada ou Ilhéu Desembarcadouro.


O período reprodutor desta espécie inicia-se em Abril e prolonga-se até meados de Junho. Normalmente as fêmeas produzem entre dois e três ovos e ambos os progenitores participam na incubação, que dura aproximadamente 30 dias.


Comportamento

Esta espécie pode ser considerada sedentária, formando grandes colónias sobretudo aquando da época de reprodução, contudo em alguns casos pode verificar-se alguma dispersão, principalmente em indivíduos imaturos ou em situações em que as fontes de alimento sejam instáveis. Tem preferência por habitats costeiros, contudo graças ao seu carácter oportunista e à sua grande plasticidade adaptativa e competitiva tem a capacidade de colonizar diversos tipos de habitats, tais como habitats estuarinos e corpos de água interiores, pode ainda encontrar-se em meios urbanos, particularmente em cidades litorais.


Quanto á sua ecologia trófica, esta espécie é oportunista por excelência, apresentando um comportamento alimentar totalmente omnívoro, com a capacidade de se alimentar de quase tudo, sempre que tenha a textura e o tamanho apropriado). Estes animais são extremamente versáteis na procura do alimento, o que lhes permite explorar diferentes oportunidades, aumentando assim as fontes de alimento disponíveis.
Como predadores de topo generalistas têm a capacidade de capturar vários tipos de presas, desde peixe junto á costa, como pequenos mamíferos, pequenos répteis, ou outras aves em terra. Habitualmente, nas épocas de reprodução também furtam os ovos de outras aves, ou as crias caso já tenham eclodido. Em Selvagens per exemplo, a população de gaivotas esta sendo estudada, por que pode chegar a ser perigosa para a população do Calcamar.



Em Portugal, o crescimento da população desta espécie deverá ter estado relacionado com a elevada disponibilidade de alimento, obtido facilmente em lixeiras e junto das embarcações e dos portos de pesca. Seu carácter oportunista das gaivotas, na Madeira, tem produzidos alguns incidentes, por exemplo no Aeroporto da Madeira, que se situa na rota que fazem para ir desde as suas colonias até as lixeiras ou o porto do funchal. É por isso que em algumas ocasiões se utilizam as  águias para afastá-las dos portos ou aeroportos.




Identificação das gaivotas
Os adultos são geralmente fáceis de identificar pois cada espécie apresenta uma combinação das partes superiores, padrão da ponta das asas e coloração do bico e das patas, mas aqui na Madeira, as 2 especies da gaivotas que mas fácil podemos encontrar são as gaivota de patas amarelas e as gaivota de asa escura, que não são facies de diferenciar.


A identificação dos imaturos é generalmente mais difícil, uma vez que possuem plumagem parda ou listrada relativamente indistinguível, e que as patas e o bico ainda não adquiriram a coloração de adulto. Embora a grande variedade de plumagens entre os imaturos possa parecer complexa e desencorajadora, a informação que se segue, poderá ser de algum auxílio, nos centraremos em este artigo en tentar identificar os quatro grupos etários das gaivota de patas amarelas.


Uma das cosas que são muito importante em estas é perceber que é o que penas mudan. Na primeira muda, a muda post-juvenil, que ocorre poco tempo depois do primeiro voo, trata-se de uma muda parcial em que  somente as penas da cabeça e do corpo são renovadas, dando origem a plumagem 1º Inv. Todos os anos, apos de seu nascimento, as aves têm uma muda primaveril (muda parcial em que são renovadas as penas da cabeça e o corpo) e uma muda outonal (em que o plumagem é renovada na sua totalidade).




Note-se que as penas das asas e da cauda são conservadas durante o ano inteiro, pelo que no verão tem um aspecto muito desgastado.


Observação de gaivotas

A melhor época para estudar as plumagens das gaivotas é provavelmente no inverno, após da muda outonal completa, altura em que os padrões se apresentam relativamente vívidos.
No porto de Funchal constitui excelente sitio para realizar estas tarefas, acostuma sempre a haver grandes grupos de gaivotas (a gram maioria de gaivotas são patas amarelas, o que facilita las tarefas) mas há muitos outros lugares por toda a ilha.
Em estos lugares tentaremos que centrarmos em um grupo, e tentar identificar os quatro grupos etários das gaivota de patas amarelas, (1º Inv, 2ºInv, 3ºInv, e adulto Inv).


Na primavera se pode observar a evolução da muda primaveril nos adultos (perda progressiva  das listras da cabeça até ficar toda branca na gaivota de patas amarelas, por exemplo) e sendo relativamente fácil, encontrar penas no área do porto do Funchal, correspondentes com a muda.
Agora no verão e até outubro se poderá verificar como o padrão das assas dos imaturos se torna, por vezes, bastante desgastado e esbatido.

Tenha sempre em mente que a identificação ou determinação de idade de algumas gaivotas, especialmente imaturos de especies como a gaivota de patas amarelas (com quatro grupos etários), pode ser problemática, mesmo para os observadores experientes.


Tratando-se de aves comuns e de grande dimensão, que aceitam a proximidade de humanos, a observação de gaivotas constitui um exercício excelente para o estudo da muda e evolução das plumagens de imaturos.  Há que pensar que todo o tempo que dispender a observá-las não será em vão, já que os conhecimentos assim adquiridos têm aplicação não apenas no estudo das gaivotas, mas também no de muitas outras aves.
Tratando-se assim de um exercício ótimo, para melhorar nostras habilidades, para ver os câmbios no cor de os olhos, coberturas, etc


Embora a grande variedade de plumagens entre os imaturos possa parecer complexa e desencorajadora, a informação que se segue, poderá ser de algum auxílio, nos centraremos em este artigo en tentar identificar os quatro grupos etários das gaivota de patas amarelas.




Para isto, depararemos em o cor do olho, pico, pinta no pico, pintas brancas, escapulares, etc, se há tentado fazer um esquema para poder entender com maior facilidade.




Realmente há muitas mas detalhes que podem ser interesantes, tipo cor da cabezá, estriado do pescoço, “janela” nas asas, mas isto não pretende ser uma tabela para a identificação exacta dos grupos etários, si não mas bem, uma guia de en que temos que reparar cuando olhamos as gaivotas.


(Fotos: http://madeira.seawatching.net/)


Adulto /Puerto Funchal

3º Inverno/Puerto Funchal


3º Verão/Puerto Funchal


3º Verão/Puerto Funchal


2º Verão/Puerto Funchal
1º Verão/Puerto Funchal
Juvenil/Puerto Funchal
Juvenil/Puerto Funchal



Como curiosidade, há alguns autores que afirmam que a população de gaivotas atualmente é uma população relicta do que possa ter sido no passado. As aves marinhas tipicamente oceânicas, como a família dos petréis, apesar de colocarem um único ovo por temporada, podem chegar a alcançar centenas de milhares de indivíduos, reproduzindo-se em ilhas tipicamente livres de predadores. Gaivotas geralmente não são aves tipicamente oceânicas (não foram encontrados fósseis de gaivotas sobre as principais ilhas do Mediterrâneo, por exemplo), mas sim costeiras. Têm taxas de multiplicação consideráveis devido ao número de ovos postos por ninhada e a enorme capacidade de substituição de ovos perdidos (o que torna tecnicamente os denominados "spawners indeterminados").
Portanto, no passado, sem controle da espécie humana, eles tinham que ter colónias cujo tamanho ultrapassa a nossa imaginação. Especialmente se tentarmos imaginar hoje, neste mundo superpopulado e transformado à nossa acomodação, onde quase toda a população animal é relicta.



quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A Outra Paisagem

Muitas vezes, a pessoa tende a conceber o conceito de paisagem como uma grande área, plana, cercada por montanhas verdes de arbustos verdejantes e oliveiras, onde a partir de seus picos rios sinuosos baixo de água doce reunir uma animais fauna diversificada, como os ursos, veados, coelhos, entre outros. prados intermináveis ​​que convidam para colocar para trás e ver o céu e começar a imaginar as formas das nuvens. Isso deve construir esse contexto que queria alcançar a tranquilidade e plenitude, assumimos que os vários tons de verde que compõem as grandes florestas é sinônimo com o contato mais adequado com a natureza e do mundo.

É verdade, a interação com determinado contexto pode configurar a partir da percepção de que um número infinito de sensações que podem variar de agradável para onerosa, mas porque nós normalmente associamos que a vida só surge nestas paisagens de vegetação imensuráveis ​​e abundante vida selvagem e que é o único espaço que nos dá a sensação de saciedade e desintoxicação espiritual?

Diz Christian Norberg-Schulz cada contexto tem uma vocação ou carácter específico que a distingue dos outros, algo parecido com o que é ou quer ser ... The genius lociNo Chile, na cidade de Antofagasta em que moro, inserido em um ambiente de deserto em relação ao oceano. As colinas ásperas e marrom que protegem a partir do leste para a região produzir um forte contraste com o azul tranquilo que corre ao longo da costa, a geomorfologia íngreme em constante mudança na paisagem e é moldar a cidade e nossas vidas diárias. Chegando na Madeira, descobri que a cidade manteve uma proximidade ancestral à vegetação, que vive entre casas e espaços públicos. No entanto, na parte direita do nordeste na parte mais estreita da ilha encontramos um vasto lugar chamado "Ponta do São Lourenço", que compreende uma grande área de vasto deserto com tons castanhos que descem para o Oceano Atlântico como um Farellones , baías e falésias. 

A vegetação aqui é quase zero, se houver espécies arbustivas pequenos que permanecem no solo. É um totalmente oposta a uma selva ou floresta pano de fundo, mas as suas virtudes e qualidades estão em outro lugar, talvez mais escondido, poderíamos dizer, mas eles são e perceber deve usar além do nosso sentido visual e conhecimento prévio que temos.

Os picos do deserto textura porosa e rachada revelam diferentes placas tectônicas antigos subjacentes ao chão, uma série de transformações vulcânicas que levou aos circuitos globais de caminhar entre a península árida nordeste da ilha, que o ar empoeirado viajar entre colinas do ar do oceano úmida gritty acompanhar a minha caminhada entre plataformas. A dupla vastidão meu redor ... o deserto eo mar cercado pelo céu.

O conceito do incomensurável, a vastidão, suspenso olhar para o horizonte, o chão se abre para o céu convidar introspecção pessoal fazendo relaxamento do corpo ao mesmo tempo descobrir a paisagem durante a caminhada.

Cada paisagem deve ser tratado como um único espaço que emana qualidades diferentes um do outro, suas vocações ou caracteres podem ser variadas, mas o importante é perceber além do óbvio, para te tirar o véu da presciência e interagir com seu entorno, então talvez você possa entender o que o ambiente é ou quer ser ... o espírito do lugar.




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The Another Landscape 

many times one tends to conceive the concept of landscape as a space extensive and plain, surrounded of mountains green of lush shrubs and ancient trees, in where from their summits down winding rivers of water sweet that congregate a diverse fauna animal as bears, deer, rabbits among others. Endless meadows that invite you to relax and see the sky and starting to imagine the shapes of clouds. All this should build that context that both have desired to get the tranquility and the fullness, assume that them varied tones of green that form them large forests is synonymous of the more ideal contact with the nature and the world. 

Is true, the interaction with certain context can get to configure from the perception of the same an infinity of sensations that can go from it more pleasant until it more overwhelming, but would because usually associate that it life emerges only in these landscapes of immeasurable vegetation and abundant fauna and that she is the only space that us gives sensations of fullness and detoxification spiritual?

Christian Norberg-Schulz says that each context has a vocation or character specific that it distinguishes from others, something as well as what is or wants to be... The Genius Loci. In Chile, in the city of Antofagasta, where I live, inserted into a desert context in relation to the ocean. The rough and Brown hills that protect from the East to the region generated a sharp contrast with the blue Pacific it runs along the coast of the country, an abrupt geomorphology who constantly changes in the landscape and is setting up the city and our daily lives. Arriving in Madeira I found that the city maintained an ancestral proximity with vegetation, which dwells among houses and public spaces. However in the part Northeast just in the part more close of the island found a vast town called "Ponta do São Lourenço", which includes a great territory of vast desert with shades Brown that van descending to the ocean Atlantic to mode of farellones, bays and cliffs Rocky. The vegetation here is almost zero, if there are small shrubs that remain on the ground. Is a context completely opposite to a great jungle or forest, however their virtues and qualities are in other sides, perhaps more hidden could tell, but are and to perceive them must use more beyond of our sense visual and knowledge prior that can have.

Them desert summits of texture porous and cracked reveal different layers tectonic ancient that forcible low the soil, a series of transformations volcanic that gave place to aggregates circuits for walking between the arid peninsula northeast of the island, that dusty air that travels between hills from of the wet air oceanic accompany my walk between platforms stone. A dual vastness surrounding me... desert and sea surrounded by the celestial Vault.

The concept of the immeasurable, the vastness, look toward the horizon, the ground that opens to the sky suspended invite the personal introspection achieving body strain as you discover the landscape during the walk. 

Each landscape should be understood as a unique space that exudes different qualities each other, characters or their vocations can be varied, but the important thing is to see beyond the obvious, take off the veil of the foreknowledge and interact with that surrounds you, maybe so can understand what the environment that is or wants to be... The spirit of the place.









---------- English Version ----------

Beneficially unexpected encounters

During previous weeks, we agreed and mark the route that approximate us to Madeiran sustainability. For that, it was necessary to research experiences that could give us account on sustainable practices where the community were involved. Thus, we plan visits to Câmara de Lobos and Funchal.

We took the bus to Camara de Lobos, where once again, the landscape was a delight. Upon reaching the city, we find that, although the day and announced his presence with bright sunshine, people quietly began their activities. On site, we had the opportunity to meet various social agents, public and private, who showed us and orient about organisms that maintain sustainable practices. 
Ornamented steets for the Black Scabbard Fish Festival
Câmara de Lobos - Madeira

Here, unlike in the capital of the island, it is possible to perceive otherwise the essence of its people, who are almost immediately to the sea. The presence of a bay that protect and encourage, that invite your whole body breathe, allowing you could feel in the right place and time where you are. Despite being an strange and unknown place for me, it reminds me of the feeling of those places where you feel at home.
Panoramic view from Câmara de Lobos
Madeira

On the coast of Funchal, it was possible for the first time to see how the sun rises ... the opposite of where I live. It rises over the mountains, illuminating the sea and their fishermen, who are the first to work, approaching from the coast. There we could observe from afar in their trade with merchants who attended at first hour to the 'lota' (fish auction market). Advancing the day, we met with other social agents wich are oriented to an historical and heritage rescue of Madeira, where through volunteerism they contribute to the community, while valorize their sites through tourism.

City Hall - Funchal
Madeira

While i am interacting with people, i'm perceiving and appreciating the way how we distinguish. In each of these meetings, an arrangement and admirable collaboration has shown: they indicate where we could find stakeholders in Madeira, with an enthusiasm and contagious genuineness, were willing to collaborate with the STARS project, to get involved in our needs and allow us to collaborate with them openly.

Through the Madeiran stories, it is possible to approach the virtues of its people, to be part of their dynamics... slowly the Pearl of the Atlantic is exhibiting.

Funchal's landscape - Madeira

---------- Versão em Português ---------


Encontros frutuosamente inesperados.

Durante as semanas anteriores, acordámos e marcamos a rota que nos aproximar com a sustentabilidade madeirense. Para isso, foi necessário acessar a Internet em busca de experiências que poderiam nos dar conta de práticas onde a comunidade estivesse envolvida. Assim, planejamos dois días de visita a Câmara de Lobos e Funchal.

O auto-carro nos levó para Câmara de Lobos, onde mais uma vez, a paisagem foi uma delícia. Ao chegar à cidade, descobrimos que, embora o dia e anunciou a sua presença com a luz do sol brilhante, as pessoas lentamente iniciavam suas atividades. No lugar, tivemos a oportunidade de conhecer vários agentes sociais, públicos e privados, indicaram entusiasmados onde dirigir-nos às agências que mantêm práticas sustentáveis.

Decoração das ruas para a  Festa do Peixe Espada Preto - Câmara de Lobos

Aqui, ao contrário da capital da ilha, é possível perceber de outra forma a essência de seu povo, que estão quase imediatamente para o mar. A presença de uma baía que acolhe e propulsa, convidando teu corpo respirar, permitindo-te sentir no lugar e no tempo certo onde você se encontra. Por mais estranho e desconhecido que o lugar me pareça, faz-me lembrar o sentimento dos lugares onde me sinto em casa.


 Na costa do Funchal, foi possível pela primeira vez observar o amanhecer ... o oposto de onde eu moro. O sol nasce sobre as montanhas, iluminando o mar e os seus pescadores, que são os primeiros a iniciar seu trabalho, aproximando-se da costa. Nós pudemos observar desde longe o intercambio com os comerciantes que participaram da lota há primeira hora. Avançamos o dia, e nos reunimos com outros agentes que concentram-se no resgate histórico e do património da Madeira, onde através do voluntariado, conseguem contribuir para a comunidade, e por em valor seus sítios através do turismo. 

Fim da tarde no Funchal - Madeira
Ao interagir com as pessoas, eu posso perceber e apreciar a maneira que distingo-me entre eles. Em cada uma dessas reuniões, mostram-se com um arranjo e colaboração admirável: eles indicam onde poderíamos encontrar stakeholders ​​na Madeira, com um entusiasmo e autenticidade contagiosa, estavam se preparando para colaborar com o projeto STARS, para se envolver em nossas necessidades e permitir-nos para colaborar com eles abertamente.


Através das histórias madeirenses, é possível aproximar as virtudes do seu povo, para fazer parte de sua dinâmica... lentamente a Pérola do Atlântico está exibindo-se.


O estudo das penas para identificar espécies (III)


Fringillidae


Verdilhão (Carduelis chloris
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

As penas primárias tenhem uma linha amarela bem marcada, como os pintassilgos (Carduelis carduelis). É uma linha comprida que chega até um pouco mais do meio da asa. A outra margen da asa tem uma mancha branca, semelhante às dos lugres (Carduelis spinus) mas não é amarela coma nestes últimos, senão branca. O seu tamanho vaise reduzindo desde a P10 até a P1.

As penas secundárias quase não tenhem a linha amarela mas sim que mantenhem o largo margen branco. Esta última e moito menos evidente nos indivíduos juvenis, que tenhem toda a asa quase preta. Nos adultos as penas secundárias presentam uma dicromía: um bordo branco e outro preto com a margen um pouco amarela (já sem a linha que aparece nas primárias).

As penas da cauda são muito semelhantes às de lugre, amarelas e pretas na ponta. As asas do centro tenhem uma cor negra, o mesmo que pasava no lugre. Neste caso, encontramos quatro penas que são pretas ou quase pretas (no lugre só eram duas, as outras já tinham o padrão amarelo-ponta preta).


Tentilhão (Fringilla coelebs
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

As penas primárias de tentilhão tenhem umas características particulares: por uma banda uma banda branca comprida mais ou menos constante en todas as primárias e por outra banda uma pequena mancha branca perto do cálamo. Este margem com a pequena mancha também tem uma linha super comprida ligeiramente amarela.

Nas penas secundárias a banda branca e mais larga, chegando mesmo até o raque. Assim, no outro margen seguimos a encontrar a pequena mancha branca e agora a linha amarela super comprida e um pouco mais evidente na parte superior da pena.

A cauda é preta, com a exeção das penas mais distais. Assim, a chave para a identificação das penas da cauda do tentilhão são estas penas dos extremos, tenhem umas marcas brancas muito identificativas da espécie.


Canário-da-terra (Serinus canaria
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

Esta é uma espécie endémica da macaronésia: Madeira, Açores e Canárias. As penas secundárias e primárias são pretas, não tenhem um padrão característico para identificá-las. As penas cobertoras e o penugem são as que proporcionam maior informação para a indentificação desta espécie.
Outro aspeto muito importante é o tipo de habitat da espécie, se encontramos penas nalgumas zonas como a ponta de são lourenço (onde o canário e abundante) podemos ter uma maior certeza de que é muito possível que penas semelhantes fossem de canário-da-terra.


Regulidae


Bis-bis (Regulus madeirensis
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

O bis-bis é uma ave endémica de Madeira e a  mais pequena da ilha com 9 cm de comprimento, 13-16 de envergadura e pesando em media 6 g. As penas primarias maiores (P8, P9) tenhem 4,6 cm, as da cauda podem ter um pouco mais de 4 cm. Assim, as penas de bis-bis são as de menor tamanho entre todos os passeriformes de Madeira.

As penas primárias são pretas, com um comprido margem branco num lado e um tom amarelo noutro extremo da asa. O branco comprido é menor nas penas distais (P8, P9, P10) e vai-se fazendo maior nas penas primarias proximais (P1, P2, P3 ...).

As penas secundárias tenhem um padrão mais característico: o margen branco e mais largo e na base da pena chega até o raquis. Por outro lado a linha amarela também e mais vísivel, maior, e tem uma mancha preta no meio da asa. Estas são as penas que mais ajudam a reconhecer a um bis-bis, junto ao pequeno tamanho geral das penas.

As penas da cauda são semelhantes às penas primárias, pretas com um tom amarelo no extremo da asa e um comprido branco no outro


Muscicapidae


Taralhão-cinzento (Muscicapa striata
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

O Taralhão-cinzento não nidifica na ilha de Madeira e o seu registro é excepcional (Biscoitio & Zino, 2002) mas existem registros desta presa (González, 2012). As penas primárias tenhem um tom entre castanho e preto, parecido ao que podemos encontrar numa toutinegra (Sylvia atricapilla) fêmea ou no papinho (Erithacus rubecula). Assim, o lado esquerdo presenta uma linha branca, com a mesma largura desde o eixo basal até o apical da pena, a diferença de outras espécies onde é mais largo na base e mais comprido no topo. Na dereita a cor é castanha e contrasta com o resto da pena, mais preta.

As penas secundárias tenhem as mesmas características que as primárias.

As penas da cauda não contam com linhas identificativas, como pintarroxos ou tentilhões. Una cor clara, também entre castanho e preto, um pouco mais escuro nas penas centrais da cauda.
Para identificar a espécie é importante ter en conta o seu habitat: zonas com arvoredo pouco denso, como margens de bosques e clareiras, montados e soutos (ICFN).


Sylvidae


Toutinegra (Sylvia atricapilla
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

A toutinegra é um passeriforme comum e as suas penas são muito semelhantes às de outras espécies, como o papinho. As penas primárias são pretas, mais escuras no macho e um pouco mais claras na fêmea. Presentam uma linha branca comprida, desde as primeiras às últimas penas primárias. No lado dereito, o tom e castanho, diferente ao resto da pena (como acontecía com o taralhão-cinzento).

As penas secundárias não possuem um padrão característico, também não outras cores diferentes às primárias.

Penas da cauda pretas. Quando nos encontramos com penas como as da toutinegra, que não tenhem cores características ou padrões fáciles de reconhecer, é aconselhável recolher todas as penas e penugem possível. Assim, ao procurar fontes de informação para o estudo de penas, temos um maior número de mostras e maior possivilidade de identificar à espécie.


Motacillidae


Alvéola-cinzenta (Motacilla cinerea
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

A alveóla-cinzenta, conhecida também na ilha como lavandeira, é uma espécie fácil de reconhecer. As penas da cauda são muit longas e compridas, chegando até os 10 cm. A cauda tem penas completamente brancas e outras pretas, dois delas sendo maioritariamente brancas com manchas pretas.

As penas das asas também são reconhecíveis, sobretudo a nível das penas secundárias. Presentam uma mancha branca no meio da asa. As secundárias mais proximais tenhem uma forma específica, mais longas que o resto e compridas no topo. Outras espécies do género, como a alvéola-amarela (Motacilla flava) também tenhem estas penas características.

Penugem de cores amarelos, por último, também ajuda a reconhecer a espécie.



Bibliografía: 

- Biscoito, M., Zino, F.. 2002. Aves do Arquipélago de Madeira. Direcção Regional do Ambiente.

- González, Y. 2012. Dieta y ecología trófica del Gavilán Común Accipiter nisus granti en la isla de Madeira. Não publicado.  

- Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICFN). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Muscicapa striata.

- Imagens, consultado 24/08/2016: http://www.federbestimmung.de/
                                                http://www.vogelfedern.de/index-e.htm
                        http://www.michelklemann.nl/verensite/start/index.html