terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Life in plastic it's not as fantastic...

Depois dum mês na Madeira, consegui ficar admirada e surpresa com sua natureza e os muitos lugares mágicos desta ilha. Mas essas mesmas paisagens que atraem a atenção de visitantes de todo o mundo, muitas vezes são degradados e sua beleza eclipsada pela enorme quantidade de lixo deixado pelas mesmas pessoas de maneira acidental ou intencional. Então, hoje quero falar sobre isso precisamente, sobre o lixo, e mais especificamente sobre o plástico e o efeito que deixa no mar e sua biodiversidade.

O 80% da poluição marinha tem origem terrestre. No total, estima-se que anualmente morrem cerca de 1 milhão e quinhentos mil animais vertebrados devido à ingestão de plástico. Escovas de dentes, rolhas de garrafas, isqueiros, ou resíduos da pesca são alguns dos objectos frequentemente vistos no estômago das aves encontradas mortas, mas... Como esses objectos chegam lá? depois de arrastados pelas chuvas, rios e sistemas de esgotos acabam no mar, onde ventos e correntes oceânicas os espalham por todo o oceano com graves consequências na biodiversidade e em todo o Ambiente. 
Alem disso, soube-se que o plástico nunca se parte, apenas se degrada em fragmentos mais pequenos que permanecem no ambiente. Conforme a sua densidade, podem ser encontrados na coluna de água, aumentando o número de espécies que entram em contacto com ele. Estes fragmentos microscópicos podem durar séculos, libertam substâncias tóxicas, misturam-se com o plâncton, e quando são confundidos com alimento causam obstruções no aparelho digestivo da várias espécies, matando-os ou ferindo-os. Acabam assim infiltrados em toda a cadeia alimentar oceânica, que mais tarde irá contaminar alimentos humanos. Também, há estudos que relacionam os problemas causados por poluentes orgânicos persistentes em aves marinhas com a diminuição do sucesso reprodutivo e declínio de populações destes animais
Outro exemplo muito estudado é o do Albatroz-de-Layssan (Phoebastriaimmutabilis) no Atol de Midway, em o Pacífico Norte. Normalmente estas aves alimentam-se de crustáceos, lulas, e pequenos peixes perto da superfície, sendo assim atraídos por estes pequenos objectos de plástico colorido, confundidos com alimento. Eles podem viajar centenas de quilómetros para encontrar alimento para a suas crias, ás que acabam assim com o estômago cheio de plástico, com o trato digestivo obstruído, até que acabam por morrer à fome.

Resultado de imagem para aves marinhas com lixo


No nosso caso, na Madeira, existem diferentes caixotes que facilitam a separação entre os tipos de lixo, de modo que o vidro, papel e plástico são transportados ao continente e tratados em instalações de reciclagem. No entanto, muitas pessoas ainda não estão conscientes da importância de acções tão simples como separar ou não lançar lixo ao chão,e o resultado é visualmente perceptível em muitas praias e ribeiras. Contra esta falta de conhecimento, há campanhas para limpar praias e até para a angariação de tampas de garrafas, para troca por uma cadeira de rodas. 
Por outro lado, depois duma pequena pesquisa na Internet, descobri a existência do projecto “GoJelly” em que o Observatório Oceânico da Madeira participa. O objectivo principal deste projecto é desenvolver, testar e promover uma solução gelatinosa que processada através de matéria prima proveniente de alforraras (muitas delas, espécies invasoras e autênticas pragas), o que pode servir de filtro à poluição de microplásticos.

Claramente projectos como este podem fazer uma grande ajuda para a invasão do plástico nos nossos mares e oceanos, mas como eu disse em outros artigos, pessoalmente acho que é melhor prevenir do que remediar e, como residente temporária da ilha , quero incentivar as pessoas e a mim incluída, para estar mais atentos ao efeito que todos os plásticos que nos cercam podem exercer no meio ambiente.






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After a month in Madeira, I was amazed and surprised by its nature and the many magical places of this island. But these same landscapes that attract the attention of visitors from all over the world are often degraded and their beauty eclipsed by the huge amount of garbage left by this same people in an accidental or intentional way. So today I want to write about it precisely, about the garbage, and more specifically about the plastic garbage and the effect it makes on the sea and its biodiversity.

80% of the marine pollution has terrestrial origin. In total, it is estimated that about 1.5 million vertebrate animals die each year because the ingestion of plastic. Toothbrushes, bottle stoppers, lighters, or fishing wastes are some of the objects often seen inside the stomachs of seabirds found dead, but ... How do these objects get there? after being washed away by rains, rivers and sewage systems. they end up in the sea, where winds and ocean currents scatter them all over the ocean with serious consequences on biodiversity and the environment.
In addition, it has been learned that plastic never breaks, only degrades into smaller fragments that remain in the environment. According to their density, they can be found in the water column, increasing the number of species that come into contact with it. These microscopic fragments can stay for centuries, releasing toxic substances, mixing with plankton, and when they are confused with food they cause obstructions in the digestive tract of various species of animals, killing or injuring them. In this way, they end up infiltrating the entire oceanic food chain, which will later contaminate human food. Also, there are studies that relate the problems caused by persistent organic pollutants in seabirds with the decrease of the reproductive success and the decline of populations of these animals
Another well-studied example is the Layssan Albatross (Phoebastriaimmutabilis) in the Midway Atoll in the North Pacific. Usually these birds feed with crustaceans, squids, and small fish near the surface, so they used to be attracted by these small colored plastic objects, confused with food. They can travel hundreds of miles to find food for their offspring, which then end up with a plastic-filled stomach with a clogged digestive tract until they starve to death.

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In our case, in Madeira, there are different trash bins that facilitate the separation of types of waste, so that glass, paper and plastic are transported to the mainland and treated in recycling centers. However, many people are still not aware of the importance of some actions as simple as separating or not or even throwing garbage to the ground, but the result is visually noticeable on many beaches and streams of the island. Against this lack of knowledge, there are campaigns to clean beaches and even for the collection of bottle caps to exchange them for a wheelchair.
On the other hand, after a little research on Internet, I discovered the existence of the "GoJelly" project, in which Madeira Ocean Observatory participates. The main objective of this project is to develop, test and promote a gelatinous solution that is processed through jellyfish (many of them invasive species and authentic pests), which can serve as a filter for microplastic pollution.

Clearly projects like this can be a big help for the invasion of plastic in our seas and oceans, but as I said in other articles, personally I think it is better to be safe than sorry and, as a temporary resident of the island, I want to encourage people and myself, to be more attentive to the effect that all the plastics that surround us can exert on the environment.


                                         

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