Nas ilhas, pelo facto destas serem isoladas, ocorre um fenómeno único, denominado de gigantismo de ilhas, onde as espécies, quer de plantas, quer de animais crescem, mais do que o habitual com o objetivo de adquirir um certo aspeto, e a Ilha da Madeira não é uma exceção a esse fenómeno. Esta é uma resposta evolutiva perante a situação que a espécies percorre. Um exemplo, mundial, conhecido é o dragão-de-komodo, sendo o maior lagarto do mundo.
Apesar deste ocorrer em animais, o fenómenos na Madeira, apenas, ocorre em plantas. Os antepassados das plantas em questão ao deparem-se com a ilha, sem predadores, ficaram sem a prioridade de ter de ciclo de vida anual, assim, de geração em geração tornaram-se em plantas perenes e lenhosas.
Pelo facto de existir falta de predadores e um clima ameno, algumas das plantas decidiram crescer em excesso, mais do que os seus antepassados.
Ocorreu isto com o objetivo de obterem uma estrutura maior, facilitando a sua competição pelo espaço florestal conseguindo captar mais energia solar e realizando fotossíntese, assim, obtém um sucesso evolutivo.
Já que não existe predadores, as plantas não necessitam de mecanismos de proteção, tais como, o sabor desagradável ou perder os espinhos, entre outras adaptações, então permaneceram com seu aroma original.
Então, hoje em dia, com a introdução de predadores, como o gado, isto fez com que grande parte de espécies endémicas resultantes do gigantismo de ilhas ficasse raras ou em risco.
© Simão Vieira © smalloscar
Um destes grandes fenómenos de espécies mais famoso presente na Madeira é o aipo-da-serra (Melanoselinum decipiens), este que gerações atrás terá sido uma cenoura selvagem em Portugal continental que ao chegar à Madeira evoluiu consoante o espaço em questão. É considerado uma cenoura gigante, por pertencer ao género Daucus, que evoluiu e tornou-se numa planta lenhosa.
Foi descoberto, recentemente, na ilha da Madeira, pela primeira, um fóssil resultante do gigantismo de ilhas, com cerca de 1.3 milhões de anos, que curiosamente é desta planta. É algo interessante, pois sugere que o aipo-da-serra (Melanoselinum decipiens) já teria evoluído há milhões de anos.
© Carlos A. Góis-Marques e Miguel Menezes de Sequeira
On islands, due to the fact that they are isolated, a unique phenomenon occurs, called island gigantism, where species, whether plants or animals grow, more than usual in order to acquire a certain appearance, and the island Madeira is no exception to this phenomenon. This is an evolutionary response to the situation that the species is going through. A worldwide known example is the Komodo dragon, being the largest lizard in the world.
Despite this occurring in animals, the phenomenon in Madeira only occurs in plants. The ancestors of the plants in question, when faced with the island, without predators, were without the priority of having an annual life cycle, thus, from generation to generation they became perennial and woody plants.
Due to the lack of predators and a mild climate, some of the plants decided to overgrow, more than their ancestors.
This happened with the aim of obtaining a larger structure, facilitating their competition for the forest space, managing to capture more solar energy and carrying out photosynthesis, thus achieving evolutionary success.
Since there are no predators, the plants do not need protection mechanisms, such as the unpleasant taste or losing the thorns, among other adaptations, so they remained with their original aroma.
So, nowadays, with the introduction of predators, such as cattle, this has made a large part of endemic species resulting from the gigantism of islands rare or endangered.
One of these great phenomena of species most famous present in Madeira is the celery (Melanoselinum decipiens), which generations ago would have been a wild carrot in mainland Portugal that, when arriving in Madeira, evolved according to the space in question. It is considered a giant carrot, as it belongs to the genus Daucus, which evolved and became a woody plant.
Recently, on the island of Madeira, for the first time, a fossil was discovered resulting from the gigantism of islands, with around 1.3 million years old, which curiously is from this plant. It is something interesting, as it suggests that celeriac (Melanoselinum decipiens) would have already evolved millions of years ago.
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