sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Velejando no Atlântico!

Velejando no Atlântico!

Na terça e quarta-feira fomos no barco ate à ilha do Porto Santo para fazer o censo de aves marinhas. Esta ação está integrada no projeto LIFE Ilhéus do Porto Santo. O seu objetivo é a identificação das áreas importantes para as aves marinhas pelágicas na área marinha envolvente ao Porto Santo. Estas observações são importantes para identificar o nicho alimentar de cada uma das diferentes espécies que criam nesta zona, para quantificar as ameaças no mar e também para avaliar a relação entre aves marinhas ou mamíferos marinhos. As aves que podemos encontrar a nidificar no Porto Santo são a cagarra, a alma negra, o roque-do-castro, o pintainho e o garajau rosado.



A metodologia que se utiliza durante os transectos chama-se ESAS (European Seabirds At Sea). Trata-se de una metodologia padrão para obter dados confiáveis da distribuição espacial e temporal das aves marinhas ao largo (da costa). Os censos das aves marinhas nos transectos lineares repetidos no barco são o ponto central da metodologia. Isto é crucial para avaliar as densidades de aves e para permitir a comparação e contribuição com os dados existentes. O barco tem que viajar a uma velocidade constante e em linha reta. Dois observadores sentam-se na frente do barco e escolhem um lado onde observar de acordo com a luz, o brilho, o borrifo, etc. A área de observação é um quadrado de 300 metros de lado. Um lado do quadrado aponta a direção da viagem do barco e o outro aponta o lado escolhido no ângulo de 90 graus. As observações são feitas a olho nu e os binóculos utilizam-se somente para a identificação da espécie, definição de idades, presas, etc.



Os dados estão divididos em “dados do censo” e “dados de aves”. O observador aponta as coordenadas do inicio do transecto, dos pontos de viragem e do final. Se o barco continua o percurso em linha reta, as coordenadas GPS podem ser registadas a cada 30 minutos. Os pontos de viragem não obtêm um numero de poskey (que são períodos de observação de 5 minutos). Têm que apontar-se os nomes dos observadores, do barco, a data e os poskeys a cada 5 minutos. Anotam-se a hora, a latitude e longitude (GPS-graus, minutos, decimal do minuto). Cada vez que o barco muda de direção, começa um percurso novo. Há códigos para as espécies observadas, a metodologia de censo, o estado do mar, a visibilidade e a matéria flutuante. Nos dados de aves todas as observações apontam-se referindo-se ao poskey atual. Anota-se também quando as aves são vistas em grupo.


Nos transectos de mar realizados à volta do Porto Santo vimos gaivotas-de-patas-amarelas, guinchos, golfinhos-comuns e cagarras. No final do segundo dia, perto do ilhéu do Farol, vimos muitas cagarras (mas de 400) pousadas no mar, descansando antes do voltar à noite para a colónia. Este comportamento é muito comum, durante as noites de lua cheia, para evitar a predação. Os dias no barco foram muito bons e já espero voltar em Março, quando seguramente haverá mais aves migratórias e quando também estarão mais aves que nidificam no arquipélago! 




Sailing in the Atlantic!

Last Tuesday and Wednesday we went out at sea on a boat until Porto Santo Island to carry out boat-based observations to collect data about seabirds. This action is part of the LIFE project Ilhéus do Porto Santo. Its goal is to identify marine important areas at sea for pelagic seabirds around Porto Santo's maritime area. These observations are fundamental to identify the feeding niche of every single species which breed in the area, to estimate threats and perils at sea and to assess the relationship between seabirds and marine mammals. Among the birds that breed in porto Santo there are Cory's shearwater, Bulwer's Petrel, Madeiran Storm Petrel, Barolo's Shearwater and Roseate Tern.

The methodology used during the transects is called ESAS (European Seabirds At Sea). This methodology is available to get reliable data of spatial and temporal seabird distribution patterns offshore. Repeated boat-based transect line counts of seabirds are the centrepiece of the methodology. The data indeed must be collected in a standardised way following the methodology. This is crucial for assessing location dependent densities and to allow comparison with and contribution to the existing database. The boat must travel at constant speed on a straight line. Two observers are placed to the bow (front) of the boat and choose one side to observe from according to light, glare, spray, ect. The observation area is a quadrate of 300m lenght. One side of the quadrate is pointing towards the ship's travel direction and the other pointing to the chosen side in 90 degree angle. Observations are made with the naked eye; binoculars are used only for species identification, definition of age class, prey,etc.


 Data are divided in base data and bird data. The observer notes the coordinates of the transects' start, turning and end points. If the boat continues in a straight line, GPS readings can be taken every 30 minutes. The points where the boat changes direction are noted but they don't get a poskey number (which are 5 minutes time observations).  All observers, name of the boat, date and poskeys every 5 minutes are noted. Time, latitude, longitude (GPS-degrees, minutes, decimal minutes) are noted. Every time the boat changes direction a new transect started. There are codes for the observed species, the counting methodology, the sea state, the visibility and the floating matter. In the bird data all observations are noted referring to the current poskey. Is also written wheter the birds are being seen in a group.


During the transects undertaken around Porto Santo we have seen yellow-legged gulls, black-headed gulls, short-beaked common dolphins and Cory's shearwaters. At the end of the second day, close to Ilhéu do Farol, we spotted a big raft of Cory's Shearwater (more than 400), presumably resting before coming back to the colony at night. This behaviour is quite common, in particular during full moon nights, to avoid predation. These two days at sea were really beautiful and I hope to jump on board again in March! At that time of the year there will be more migratory birds around and also additional seabirds which breed in the archipelago!



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