Caros leitores, estas últimas semanas na SPEA ainda estamos a trabalhar na campanha Salve uma Ave Marinha e no projeto Luminaves. Seguindo essa linha de tema neste artigo eu gostaria de abordar uma pergunta que mais duma pessoa talvez venha com... Por que nossas aves marinhas, e mais especificamente nesta altura os filhotes das cagarras, são atraídos pelas luzes artificiais e, portanto, são dos mais afetados pela poluição luminosa?
Claro
que qualquer pergunta que começa com "por que", não tem
uma resposta simple ... de fato, até onde eu sei, existem duas
teorias principais que respondem a esta pergunta.
Teoria
1: Que linda luz!
Os
juvenis das aves de ordem Procellariiform
(albatrozes,
petréis
e pardelões
, painhos e petrel-mergulhador)
são alimentados pelos pais por regurgitação e, depois que eles adquirem plumagem adulta, não recebem cuidados parentais. Algumas espécies,
como as cagarras, consomem presas bioluminescentes e, quando são
juvenis inexperientes, podem confundir as luzes artificiais com suas
presas bioluminescentes naturais (Imber, 1975). Esse fenômeno é
mais prominente nas noites de lua nova e nas mais escuras, altura em que é mais fácil ouvi-las quando visitam seus lugares de reprodução. Fato provavelmente causado pelo menor perigo de ser percebidas pelos predadores e pela migração na
noite de suas presas de águas profundas para águas superficiais,
que também tentam evitar sua exibição durante o dia e as noites de
grande visibilidade.
Então, essas aves marinhas já sabem quando obter melhores condições de alimentação perto da superfície, noentanto como a maioria das luzes artificiais apresentaram neste século, a seleção natural ainda está a operar contra a atração excessiva para eles (Marshall, 1954).
Então, essas aves marinhas já sabem quando obter melhores condições de alimentação perto da superfície, noentanto como a maioria das luzes artificiais apresentaram neste século, a seleção natural ainda está a operar contra a atração excessiva para eles (Marshall, 1954).
Teoria
2: A lua não é mais o que costumava ser ...
Com
poluição luminosa, as aves marinhas podem perder as pistas visuais
como a luz ambiente da lua, estrelas ou outros objetos estelares
perto do horizonte que eles precisam para encontrar o oceano, ou
porque um uso incorreto de luzes artificiais como pistas de navegação
(Telfer et al., 1987). Também em linha com esta hipótese, a
iluminação artificial da noite supostamente interfere com a bússola
magnética das aves e faz com que elas voem sobre áreas iluminadas
ou perto de luzes brilhantes. Momento que elas ficam cegas ou
desorientadas e colidem com estruturas como paredes, árvores,
antenas ou o solo. O fato de que o número de aves encandeadas é
menor quando a lua está cheia, é porque quando temos mais luz natural, a luz artificial tem menos influência sobre as aves marinhas.
Resumindo, ainda não é possível dar uma resposta definitiva ao motivo
da phototaxis positiva destas aves, mas temos certeza de que
neste momento a poluição que existe tem um efeito negativo,
principalmente nas cagarras, tornando-se mais difícil seus
primeiros vôos.
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Dear
readers, these last weeks in SPEA we are still focused on the
campaign Save a Seabird and the Luminaves project. Following this
line of theme in this article I would like to approach a question
that more than one of you maybe come up with ... Why our seabirds,
and more specifically the Cory's shearwaters fledglings are the most
attracted by artificial lights and therefore the most affected by
light pollution?
Of
course any question that starts with “why”, does not have a
simple answer ... in fact, as far as I know, there are 2 main
theories that answer this question.
Theory
1: What a beautiful light!
Chicks
of Procellariiform order ( albatrosses, petrels and shearwaters,
storm petrels and diving petrels) are fed by the parents by
regurgitation, and after fledging they don't receive parental care.
Some species like shearwaters, consume bioluminescent prey, and when
they are inexperienced fledglings, they can confuse artificial lights
with their natural bioluminescent prey (Imber 1975). This phenomenon
is more prominent the full moon nights, then they use to visit their
breeding places in less number than on darker nights. This is
probably caused by night migrates from deep water into surface waters
of their preys, wich are trying to avoid exhibition during the day
and nights of great visibility. So these seabirds alredy know when
get best feeding conditions near the surface, but since most of these
artificial lights have been present in this century, natural
selection is still operating against excessive attraction to them
(Marshall 1954).
Theory 2: The moon is not anymore what it used to be...
In
places with light pollution, seabirds could lose the visual cues like
ambient light of the moon, stars, or other stellar objects near the
horizon that they need for finding the ocean, or because an
incorrectly use of artificial lights as navigational cues (Telfer et
al., 1987). Also in line with this hypothesis, artificial night
lighting supposedly interferes with the magnetic compass and it makes
that when seabirds fly over lit areas or near bright lights, they get
blinded or disoriented and collide with structures such us walls,
trees, antennas or the ground. The fact that the number of grounded
birds is lower when the moon is full, its because it is in that time
when artificial lights are less prominent relative to moonlight.
Ultimately,
still it's not possible to give a definitive response to the reason
of the positive phoototaxis of these birds, but what we are sure
right now it's that light pollution that we make, has a negative
effect mostly in fledgling petrels and Cory's shearwater, making
harder their first flights.
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