segunda-feira, 7 de junho de 2021

Espécies invasoras nas ilhas

A 2ª Semana Nacional e 1ª Semana Ibérica sobre Espécies Invasoras decorreu de 29 de maio a 6 de junho de 2021. No âmbito deste evento, a SPEA Madeira e SPEA Açores organizaram um webinar no passado dia 2 de julho “A ameaça das espécies invasoras nas Ilhas”, explicando quais são as espécies invasoras na Madeira e Açores, e apontando alguns dos seus impactes, principalmente nas espécies nativas de fauna e flora. Sendo estes dois arquipélagos considerados como hotspots de biodiversidade, repleto de áreas protegidas e reservas naturais, e cerca de 40 IBA’s, é imperativo a sua conservação.

Pico do Arieiro coberto com giesta (Cytisus scoparius).

Na Madeira ocorrem quatro espécies de aves endémicas: o bis-bis, o pombo-trocaz, a freira-da-madeira e a freira-do-bugio, enquanto que nos Açores têm o priolo e o painho-de-monteiro. As principais ameaças à biodiversidade são a perda de habitat e a introdução de novas espécies (espécies invasoras) que podem causar competição direta e degradação de habitat.


Saiba quais são as espécies das ilhas da Madeira, Açores e Canárias que fazem parte do TOP 100 de espécies invasoras e com maior prioridade de gestão, aqui e aqui. Cerca de 83% das espécies invasoras nestes três arquipélagos correspondem a espécies vegetais. Os restantes 9% e 8% são invertebrados e vertebrados, respetivamente.

Relativamente à flora, as seguintes espécies têm vindo a se demonstrar mais problemáticas nos arquipélagos da Madeira e Açores:

- Folhado ou incenso (Pittosporum ondulatum)

Coroa-de-henrique (A. praecox).
- Giesta (Cytisus scoparius)

- Novelos ou hortências (Hydrangea macrophylla)

- Coroa-de-Henrique ou agapanto (Agapanthus praecox)

- Bananilha ou conteira (Hedychium gardnerianum)

- Gigante (Gumera tinctoria) – apenas em São Miguel, Açores

- Folhado (Clethra arborea) – Nativa na Madeira e invasora nos Açores

Entre muitas outras existentes no Arquipélago da Madeira, tais como as acácias (Acacia sp.), carqueja (Ulex europaeus), abundância (Ageratina adenophora), a cana-vieira (Arundo donax), a tabaqueira (Solanum mauritianum), a maracujá-banana (Passiflora molíssima), a tabaqueira-azul (Nicotiana glauca), o ricínio (Ricinus communis), a avoadeira (Conyza bonariensis), a alpista (Phalaris aquatica), o ácer (Acer pseudoplatanus), o chorão das praias (Carpobrotus edulis), a erva-das-pampas (Cortaderia selloana), as azedas (Oxalis pes-caprae), a tabaibeira (Opuntia tuna), as chagas (Tropaeolum majus), os brincos-de-princesa (Fuschia magellanica), etc. Muitas destas espécies de plantas já sofreram processos de intervenção para controlar a sua dispersão e ocorrência em zonas mais sensíveis. Pode saber mais aqui.


No caso da fauna, a nível dos invertebrados temos espécies de artrópodes como bichos-de-conta (Eluma purpurascens e Armadillidium vulgare), aranhas (Dysdera crocata) e diplópodes (Ommatoiulus moreletii), e espécies de insetos como a formiga-argentina (Linepithema humile), a formiga-louca (Paratrechina longicornis) e o escaravelho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus).
Escaravelho-da-palmeira (R. ferrugineus).

No entanto, são os vertebrados são que mais causam prejuízo. O rato-preto (Rattus rattus), o rato-cinzento (Rattus norvegicus), o murganho (Mus musculus) e o gato (Felis silvestris) são os maiores predadores de aves. Estes roedores e felino são os principais causadores do declínio das populações de aves em ilhas. No caso da freira-da-madeira, devido à predação pelos gatos selvagens, há apenas 80 casais nidificantes no Maciço Montanhoso, na ilha da Madeira.

Vestígios da presença de cabras nas Ilhas Desertas.

Já a cabra e o coelho são muito problemáticos por causarem o aumento da erosão do solo, e consequente perturbação das zonas de nidificação de aves marinhas. São realizados pontualmente ações de controlo destas espécies de vertebrados no Arquipélago da Madeira.

Este processo é moroso e contínuo, pelo que toda a ajuda é benéfica. Pode contribuir, em modo ciência-cidadã, inserindo as espécies e sua localização numa aplicação, ou através do site Invasoras. Neste site também são explicadas diversas formas de como controlar espécies invasoras. Faça a sua parte!


The 2nd National Week and 1st Iberian Week on Invasive Species took place from May 29th to June 6th, 2021. As part of this event, SPEA Madeira and SPEA Açores organized a webinar on July 2nd “The threat of invasive species in the Islands”, explaining which are the invasive species in Madeira and the Azores, and pointing out some of their impacts, mainly on native species of fauna and flora. As these two archipelagos are considered biodiversity hotspots, full of protected areas and natural reserves, and around 40 IBA's, their conservation is imperative.

Pico do Arieiro covered with scotch broom (Cytisus scoparius).

In Madeira there are four species of endemic birds: the madeira firecrest, the madeira laurel-pigeon, the Zino's petrel and the Deserta's petrel, while in the Azores they have the azores bullfinch and the Monteiro's Storm-petrel. The main threats to biodiversity are habitat loss and the introduction of new species (invasive species) that can cause direct competition and habitat degradation.


Find out which species from the islands of Madeira, Azores and Canaries are part of the TOP 100 of invasive species and with the highest management priority, here and here. About 83% of the invasive species in these three archipelagos correspond to plant species. The remaining 9% and 8% are invertebrates and vertebrates, respectively.

Regarding flora, the following species have been shown to be more problematic in the Madeira and Azores archipelagos:

- Australian cheesewood (Pittosporum ondulatum)

Common agapanthus (A. praecox).

- Scotch broom (Cytisus scoparius)

- Hortencia (Hydrangea macrophylla)

- Common agapanthus (Agapanthus praecox)

- Ginger lily (Hedychium gardnerianum)

- Giant rhubarb (Gumera tinctoria) – only in São Miguel, Açores

- Lily-of-the-valley-tree (Clethra arborea) – Native in Madeira and invasive in Açores

Among many others existing in the Madeira Archipelago, such as Acacia sp., Ulex europaeus, Ageratina adenophora, Arundo donax, Solanum mauritianum, Passiflora molíssima, Nicotiana glauca, Ricinus communis, Conyza bonariensis, Phalaris aquatica, Acer pseudoplatanus, Carpobrotus edulis, Cortaderia selloana, Oxalis pes-caprae, Opuntia tuna, Tropaeolum majus, Fuschia magellanica, etc. Many of these plant species have already undergone intervention processes to control their dispersion and occurrence in more sensitive areas. You can find out more here.


In the case of fauna, in terms of invertebrates, we have species of arthropods such as woodworms (Eluma purpurascens and Armadillidium vulgare), spiders (Dysdera crocata) and diplopods (Ommatoiulus moreletii), and insect species such as the argentine ant (Linepithema humile), the mad ant (Paratrechina longicornis) and the palm beetle (Rhynchophorus ferrugineus).
Palm beetle (R. ferrugineus).

However, it is the vertebrates that cause the most damage. The black rat (Rattus rattus), the gray rat (Rattus norvegicus), the mouse (Mus musculus) and the cat (Felis silvestris) are the biggest predators of birds. These rodents and felines are the main drivers of the decline of bird populations on islands. In the case of the Madeira's petrel, due to predation by wild cats, there are only 80 breeding pairs in the Mountainous Massif, on the island of Madeira.

Traces of the presence of goats in the Desertas.

Goats and rabbits, on the other hand, are very problematic as they cause increased soil erosion, and consequent disturbance of nesting areas for seabirds. Control actions of these vertebrate species are carried out on occasion in the Madeira Archipelago.

This process is time-consuming and continuous, so all help is beneficial. You can contribute, as a science-citizen, by entering the species and their location in an application, or through the website Invasoras. This site also explains different ways to control invasive species. Do your part!


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