As aves marinhas são o grupo de
aves mais ameaçado do mundo. No entanto, devido à sua ecologia móvel e
dispersa, a sua distribuição e comportamento no mar ainda
é pouco conhecida. É
no mar onde passam a maior parte da sua vida, vindo a terra somente para a
reprodução.
O que são os GPS-loggers? Diferindo de outros aparelhos de telemetria (radio e satélite), os GPS-loggers não transmitem informação permanentemente ou a um determinado intervalo, mas armazenam informação, sendo que têm de ser recolhidos para fazer download da informação.
O processo de instalar os loggers requer uma monitorização inicial de ninhos. Pretende-se encontrar o casal de cagarras que tem uma cria para cuidar, sendo que assim farão diversas viagens entre a costa e o mar, de modo a poder alimentá-la. Ou seja, estão constantemente a regressar ao ninho, permitindo-nos recolher o logger e não perder o dispositivo nem os dados. Este é um processo moroso porque quanto mais as crias crescem, menos vezes os pais as vêm alimentar, e é maior a probabilidade de não nos cruzarmos com eles para instalar ou recolher loggers. Assim sendo, devemos fazer várias rondas pela colónia, durante a noite, de forma a encontrar adultos reprodutores, o que é um verdadeiro desafio!
Encontrámos mais de 30 ninhos
potenciais, no entanto apenas 10 estão a ser utilizados e já têm cria. As primeiras
nasceram no fim de julho! Assim sendo, há 20 cagarras adultas a alimentar a sua
descendência, e são essas 20 que estamos a procurar para instalar os loggers e
saber o percurso que fazem pela costa da Madeira.
Por vezes também encontramos alguns adultos jovens inexperientes que já procuram um local para nidificar, e andam a inspecionar a zona.
As cagarras são filopátricas, ou seja, retornam ao local onde nasceram para se reproduzir. Se as crias destes ninhos que encontrámos forem bem-sucedidas, daqui a 7 anos voltarão à mesma colónia para pôr ovo!
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