As 100.000 ilhas da Terra são reservorios excepcionais ricos de diversidade biológica. Ambientalmente frágeis e vulneráveis, são a lar dalgumas das formas de vida e ecossistemas mais exclusivos da Terra.
As ilhas são ecossistemas terrestres isolados pelo mar, representa uma barreira não franqueável para muitas espécies. Cada biota insular constitui um experimento de laboratório da evolução convertendo-se em pequenos armazéns de biodiversidade. Falamos de ecossistemas únicos, muitos de eles com endemismos.
O número de espécies presentes numa ilha depende da quantidade que consigam chegar e dos processos de especiação e extinção que se produzem. Dois fatores também importantes relacionados com a biodiversidade das ilhas oceânicas são o isolamento da fonte de propágulos e a área (MacArthur e Wilson, 1963, 1967).
As ilhas são ecossistemas terrestres isolados pelo mar, representa uma barreira não franqueável para muitas espécies. Cada biota insular constitui um experimento de laboratório da evolução convertendo-se em pequenos armazéns de biodiversidade. Falamos de ecossistemas únicos, muitos de eles com endemismos.
O número de espécies presentes numa ilha depende da quantidade que consigam chegar e dos processos de especiação e extinção que se produzem. Dois fatores também importantes relacionados com a biodiversidade das ilhas oceânicas são o isolamento da fonte de propágulos e a área (MacArthur e Wilson, 1963, 1967).
O isolamento e a dinâmica da história geológica facilitam os processos de especiação,
pelo que é comum a grande percentagem de espécies endémicas presente nos arquipélagos
oceânicos. Podemos incluir estes endemismos em dois tipos:
1) os neo-endemismos, espécies formadas de novo por processos de especiação a partir
de propágulos que chegaram às ilhas com uma pequena fracção da diversidade genética,
especiando por fenómenos de deriva genética. Além deste processo que ocorre logo a seguir
à colonização, existe ainda a possibilidade de radiação adaptativa em que, ao longo da história
evolutiva, a partir de uma espécie se originam várias espécies adaptadas a diferentes
nichos ecológicos. Ainda é possível que se formem espécies novas por ocupação de novas
zonas adaptativas.
2) os paleo-endemismos, espécies que ocorrem apenas numa determinada ilha ou arquipélago
porque as suas populações continentais se extinguiram.
Os neo-endemismos são mais comuns nas ilhas vulcânicas oceânicas recentes (e.g. Hawaii, Galápagos, Canárias, Madeira, Açores), enquanto que os paleo-endemismos são comuns em ilhas muito antigas (e.g. Madagáscar, Nova Zelândia).
Os neo-endemismos são mais comuns nas ilhas vulcânicas oceânicas recentes (e.g. Hawaii, Galápagos, Canárias, Madeira, Açores), enquanto que os paleo-endemismos são comuns em ilhas muito antigas (e.g. Madagáscar, Nova Zelândia).
Nos arquipélagos da Madeira e Selvagens ocorrem cerca de 7.452 espécies e subespécies (Borges et al., 2008c). Um total de 1286 taxa terrestres são endemismos dos arquipélagos da Madeira e Selvagens. O Reino Animal é o grupo com maior número de espécies e
subespécies endémicas, nomeadamente os moluscos (210) e os artrópodes (979). A proporção de endemismo nos moluscos (71%) é notável. As plantas vasculares têm 154 espécies e
subespécies endémicas, correspondendo a 13% da diversidade total das plantas. Os restantes
grupos taxonómicos apresentam menor número de espécies e subespécies endémicas: 36
fungos (correspondendo a 5% da diversidade total de fungos), 12 líquenes (2%), 11 briótos
(2%) e 15 vertebrados (24%) (Borges et al., 2008c).
Como as espécies colonizam as ilhas?
Entendemos por povoamento duma ilha à sequência de colonizações por parte de diferentes espécies, que vai dar lugar as comunidades insulares. A colonização de uma ilha por uma espécie vai ser um processo constituído por dois passos diferentes e sucessivos:
- Arribada de um ou vários indivíduos da espécie (grupo fundador) desde o seu sitio de origem.
- Estabelecimento posterior nessa ilha com sucesso, mediante a formação de uma ou mais populações capazes de sobreviver durante um tempo determinado na ilha.
O povoamento só faz sentido no caso das ilhas oceânicas, desprovidos de vida quando emergem, porque tanto as ilhas continentais como os microcontinentes já presentam comunidades estruturadas quando adquirem o status insular.
Os regímens eólicos e correntes marinhas existentes na zona também vão condicionar o ritmo de chegada.
A capacidade de povoamento aumenta com a superfície, altitude e idade ecológica das ilhas. Também depende do poder de dispersão a longa distancia dos organismos, já que têm que ser capazes de travessar uma barreira como é o mar. Esta dispersão pode ser:
- Ativa: voando, nadando ou navegando.
- Passiva: por exemplo quando as diásporas são transportadas pelo vento, pelas correntes marinhas ou as aves (no seu trato digestivo ou aderidas ao seu corpo)
- Assistida: quando contaram com a ajuda voluntária ou involuntária do homem.
As ilhas, pelas diferentes razões expostas anteriormente, constituem centros de grande diversidade biológica e de uma elevada endemicidade. Em muitas destas ilhas, como também sem dúvida passa nas florestas tropicais continentais ou nas profundidades marinhas, o conhecimento do catalogo de espécies existentes não está nem muito menos fechado. Para ilustrar o exemplo temos o caso das Canárias, região estudada desde um ponto de vista cientifico desde há mais de dois séculos, e que ainda descobrem-se espécies novas a uma velocidade de uma espécie cada cinco dias durante os últimos 20 anos, incluindo os vertebrados e as árvores (Martín Esquivel et al. 2001).
Existe muito mais perigo de extinção de espécies nas ilhas se não se conserva sua biodiversidade, tanto é assim que das 724 extinções de animais registadas nos últimos 400 anos, aproximadamente a metade foram espécies de ilhas. Pelo menos um 90% das aves que chegaram a extinguir-se nesse período de tempo habitavam ilhas. É por este motivo que deve-se realizar um intenso trabalho de conservação dos habitats para evitar a extinção das espécies.