quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Fim da campanha Salve uma Ave Marinha

Após duas semanas intensas, a campanha "Salve uma ave marinha" está agora a terminar. Esta campanha é realizada todos os anos para salvar os juvenis de cagarras que são atraídos e desorientados nas nossas cidades.

Durante esta campanha, 88 cagarras foram resgatadas. Infelizmente, 5 foram encontradas mortas. Esta campanha foi possível graças à participação de 62 voluntários (50 voluntários locais e 12 voluntários externos à região) .

Esta acção foi também uma oportunidade de sensibilização para as questões e impactos da poluição luminosa na biodiversidade e das acções levadas a cabo através do projecto LIFE Natura@Night. 

Por conseguinte, foi oferecida uma série de sessões de formação e visitas guiadas aos voluntários ao longo da semana.


Formação técnica: aves do arquipélago e metodologias de censos de aves. Foto: Tânia Costa



Formação técnica: Insetos da Madeira e métodos de amostragem. Foto: Elisa Teixeira



Visita guiada às instalações da Estação de Biologia Marinha do Funchal. Foto: Elisa Teixeira



Visita guiada ao Museu de História Natural do Funchal. Foto: Tânia Costa



A fim de estudar a interação entre as aves marinhas e a iluminação nocturna, 19 rotas (transectos) foram pré-definidas e percorridas todas as noites pelos voluntários.

Estes cobriram a parte este da ilha da Madeira, de Câmara de Lobos a Santana (os municípios parceiros do projecto Life Natura@night). O total de 2240 km foram percorridos durante a campanha.

Cada ave encontrada foi colocada numa caixa de cartão e foram recolhidos os seguintes dados: identificação da ave, estado da ave (saudável, ferida ou morta), idade (adulta ou juvenil), presença de predadores, coordenadas GPS, intensidade da luz no local, metereologia.

Ao fim de cada noite, medições biométricas foram feitas (peso, medições de bico, asas, tarso e amostragem de penas). 

Foram então anilhados antes de serem libertados ao longo da linha de costa. A fim de compreender o comportamento e interações dos indivíduos com a costa, dez cagarras foram equipados com GSM’s antes de serem libertados.

Quando os indivíduos eram feridos ou enfraquecidos, eram levados para o centro de recuperação da IFCN.


Recolha de aves encontradas durante a campanha antes de serem libertadas. Foto: Tânia Costa



Medidas biométricas. Foto: Tânia Costa



Colocação de um dispositivo GSM numa cagarra. Foto: Elodie Crepin



No futuro, esperamos encontrar soluções para reduzir o impacto da iluminação nas aves marinhas e, por conseguinte, diminuir o número de juvenis desorientados nas nossas cidades.

Até lá, o trabalho dos voluntários é mais do que essencial para assegurar a conservação das aves marinhas.

Esperamos vê-lo na nossa próxima campanha!














After two intense weeks, the campaign "Salve uma ave marinha" is now ending. 

This campaign is conducted every year to save the juveniles of Cory's Shearwater that get lured and trapped in our cities.

During this campaign, 88 Cory's Shearwater were rescued. Unfortunately, 5 were found dead. This campaign was made possible thanks to the participation of 62 volunteers (50 local volunteers and 12 volunteers from outside the region). 

This action was also an opportunity to raise awareness of the issues and impacts of light pollution on biodiversity and of the actions carried out through the LIFE Natura@night project. Therefore, a series of training sessions and guided tours were offered to the volunteers throughout the week.


Technical formation: birds of the archipelago and methodologies of bird census. Picture: Tânia Costa


Technical formation: Insects of Madeira and sampling methods. Photo: Elisa Teixeira


Guided visit to the installations of the Marine Biology Station of Funchal. Picture: Elisa Teixeira


Guided visit to the Natural History Museum of Funchal. Picture: Tânia Costa



In order to study the interaction between seabirds and night-time lighting, 19 routes (transects) were predefined and walked each night by the volunteers. These covered the East, from Câmara de Lobos to Santana (the partner municipalities of the Life Natura@night project). A total of 2240 km were walked during the campaign.

Each bird found was placed in a cardboard box and the following data were collected: bird ID, bird status (healthy, injured or dead), age (adult or juvenile), presence of predators, GPS coordinates, light intensity at the site, time.

At the end of each night's round, biometric measurements were taken (weight, measurements of beak, wings, tarsus and feather sampling). They were then ringed before being released along the shoreline. In order to understand the behaviour and interactions of the individuals with the shore, ten Cory's Shearwater were equipped with GSM before being released.

When individuals were injured or weakened, they were taken to the IFCN revalidation centre.


Gathering of birds found during the campaign before being released. Picture: Tânia Costa


Biometric measurements. Picture: Tânia Costa

Placing of a GSM device on Cory's Shearwater. Picture: Elodie Crepin



In the future, we hope to find solutions to reduce the impact of lighting on seabirds and therefore limit the number of juveniles disoriented and trapped in cities.

Until then, the work of volunteers is more than essential to ensure the conservation of seabirds.

We hope to see you in our next campaign!


quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Campanha Salve uma Ave Marinha

Este mês marca o regresso da campanha "Salve uma ave marinha". Esta campanha tem sido lançada todos os anos desde 2009 pela SPEA entre outubro e novembro para sensibilizar o público e várias entidades sobre o problema da poluição luminosa e como esta afecta as aves marinhas. De facto, este período é particularmente crítico para uma espécie de ave marinha, a cagarra. 

Entre 15 de outubro e 15 de novembro, os juvenis de cagarras deixam os seus ninhos para iniciar a sua viagem para o mar. É durante esta saída que os juvenis de cagarra tendem a ser atraídos pela iluminação artificial e, desorientados, caem nas nossas cidades, colidem com edifícios, linhas eléctricas e veículos e podendo ficar feridos. São também susceptíveis de serem atropelados por carros e predados por outros animais como cães e gatos. Como não conseguem regressar ao mar sozinhos, precisam da nossa ajuda.



Este ano, a campanha decorrerá de 23 de Outubro a 5 de Novembro (Época crítica). Esta campanha reunirá novamente um grande número de voluntários do arquipélago, mas também do continente e de outros países vizinhos. As patrulhas voluntárias serão efetuadas ao longo de vários municípios para encontrar o maior número de aves desorientadas e libertá-las de volta para o mar. As patrulhas terão lugar na área este da ilha da Madeira, de Câmara de Lobos a Santana, municípios abrangidos pelo projecto LIFE Natura@night. A recolha das aves marinhas desorientadas será também uma oportunidade para efetuar medições biométricas (peso, comprimento da asa e do bico) mas também para colocar dispositivos GPS e alinhá-los. Toda esta informação permitir-nos-á monitorizar os vários indivíduos ao longo do tempo. A instalação do GPS permitir-nos-á aprender mais sobre o comportamento das aves libertadas no mar e qual a sua interação com a costa.


Todos os anos, cerca de 200 aves marinhas, na sua maioria juvenis, são resgatadas.



Número de aves salvas por município desde 2003 até 2016.


Se tiver interesse em participar na campanha, não é demasiado tarde. Pode inscrever-se como voluntário nas nossas rondas nocturnas de aves em https://forms.gle/boq63qXAuA645y9X8

 

Saiba mais em  www.naturaatnight.spea.pt



















This month marks the return of the ''Campanha Salve uma Ave Marinha'' (Seabird Rescue Campaign). This campaign has been launched every year since 2009 by SPEA between October and November to raise awareness of light pollution and how it affects seabirds. Indeed, this period is particularly critical for one seabird species, Cory's Shearwater.

Between the 15th of October and the 15th of November, the juvenile Cory’s Shearwater leave their nest and start their journey to the sea. At this time, juveniles tend to be attracted to artificial lighting and, disoriented and dazzled, they fall into our cities, collide with buildings, power lines and vehicles and can be injured. They are also susceptible to being run over by cars and being preyed on by other animals such as dogs and cats. As they cannot return to the sea on their own, they need our help.


This year the campaign will run from the 23rd of October to the 5th of November (critical season). This campaign will once again bring together a large number of volunteers from the archipelago but also from the mainland and other neighboring countries. Patrols of volunteers will circulate in the cities to find the disoriented birds and release them back into the sea. The patrols will take place in the east, from Câmara de Lobos to Santana, municipalities covered by the LIFE Natura@night project. The capture of the seabirds will also be an opportunity to carry out biometric measurements (weight, wing and beak length), to place GPS devices and to ring them. All of this information will allow us to monitor the individuals over time.  The installation of GPS will allow us to learn more about the behavior of the seabirds released at sea and their interaction with shore.


Every year about 200 seabirds, mostly juveniles, are rescued from light pollution.


Number of birds rescued by municipality from 2003 to 2016.



If you are interested in participating in the campaign, it is not too late. You can sign up to volunteer with us on our night bird rounds at https://forms.gle/boq63qXAuA645y9X8.


Read more on www.naturaatnight.spea.pt 




quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Anilhagem de juvenis


    A equipa da SPEA Madeira continua com os seus trabalhos na colónia de cagarras, desta vez com os juvenis que estão quase prontos para abandonar o ninho pela primeira vez e fazer-se ao mar. Esta colónia escolhida tem vindo a ser estudada nos últimos anos e em 2018 possuía 24 ninhos potenciais, dos quais 8 estavam ocupados. No mês de julho, a nossa equipa encontrou mais de 30 ninhos potenciais onde apenas 10 estavam ocupados, contudo algumas crias terão desaparecido do ninho e o número de juvenis diminuiu.

Juvenil de cagarra (Calonectris borealis)

    A cagarra faz o ninho em cavidades naturais, como fendas nas rochas, ou ainda ninhos que as próprias escavam no solo. Põem apenas um ovo, e ambos os progenitores cuidam da cria, fazendo muitas vezes longas viagens pelo mar, em busca de alimento. Apesar de viver mais de 30 anos, o facto de pôr apenas um ovo e de levarem algum tempo a atingir a idade reprodutora faz com que a espécie seja muito vulnerável a ameaças como a predação por espécies invasoras, as capturas acidentais na pesca, a perda de habitat, caça ilegal e, claro, a poluição luminosa.

    Deste modo uma ótima maneira de poder seguir os juvenis que irão sair agora dos seus ninhos é através da utilização da anilhagem científica. A anilhagem científica é extremamente importante para poder determinar vários parâmetros demográficos, como por exemplo, a longevidade dos indivíduos da espécie, a idade com que começam a reproduzir-se, a taxa de sobrevivência, tamanho e tendência populacionais, entre outras. Para além disso, no caso de aves migradoras, a anilhagem é também muito útil para entender os movimentos migratórios.

Método de anilhagem

    A anilhagem científica consiste na marcação individual das aves através da colocação de uma anilha metálica na pata com um código único, que permite identificar então cada ave anilhada. Estas anilhas têm que estar adaptadas ao diâmetro da pata da espécie e aos habitats que utilizam durante o seu ciclo de vida. No caso das aves marinhas, como a cagarra, as anilhas são geralmente de aço inoxidável para resistir à corrosão causada pelo sal, dado que estas aves passam a maior parte da sua vida no mar e são animais que vivem muitos anos. Após a libertação da ave anilhada é possível identificar este individuo caso possa ser recapturado noutra parte do mundo.

    Com os juvenis da nossa colónia, no processo de captura da ave, é colocada uma anilha na pata direita, e posteriormente é feita a medição dos dados biométricos, nos quais é registado o peso da ave, o tamanho das asas, do bico e dos tarsos, com auxílio de uma régua e uma craveira. A ave é pesada dentro de um saco utilizando uma balança portátil.

    Foi possível realizar a anilhagem de 9 juvenis, de forma rápida e eficaz, e retirar dados biométricos de todos. Agora que já carregam consigo o seu próprio “bilhete de identidade”, esperamos que seja possível avistar estas aves num futuro próximo, tanto a retornar à colónia como primeiros casais reprodutores ou avistadas no mar, saudáveis e a prosperar.


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    The SPEA Madeira team continues its work in the shearwaters’ colony, this time with the juveniles, who are almost ready to leave the nest for the first time and begin to explore the open ocean. This colony has been studied in recent years and in 2018 had 24 potential nests, of which 8 were occupied. In July, our team found more than 30 potential nests where only 10 were occupied, however some chicks had disappeared from the nest and the number of juveniles has decreased.

                                                Juvenil de cagarra (Calonectris borealis)

    The Cory's shearwater makes their nests in natural cavities, such as holes or small caves in the rocks, or even nests digged by themselves in the soil. They lay only one egg, and both parents take care of the chick, often making long journeys across the sea in search of food. Despite living more than 30 years, the fact that it lays only one egg and takes some time to reach the breeding age makes this species very vulnerable to threats such as predation by invasive species, accidental bycatch in fishing, habitat loss, poaching and, of course, light pollution.

    As so, a great way to follow the juveniles that will now leave their nests is through the use of a scientific ringing methodology. Scientific ringing is extremely important as it allows to determine various parameters, such as the longevity of individuals of a species, the age at which they begin to reproduce, the survival rate, size and tendency of the population, among others. In addition, in the case of migratory birds, ringing is also very useful for understanding migratory movements.

                                       Método de anilhagem

    Ringing consists in individual marking of the birds by placing a small metal ring with a unique code on the bird’s foot, which then allows to identify each ringed bird. These rings must be adapted to the diameter of the species' foot and to the habitats they use during their life cycle. In the case of seabirds, such as shearwaters, the rings are usually stainless steel to resist corrosion caused by salt, since these birds spend most of their life at sea and are animals with accentuated longivety. After the release of the ringed bird, it is possible to identify this individual if its recaptured elsewhere in the world.

    With the juveniles within our colony, in the process of capturing the bird, the ring is placed on the right foot and later the biometric data are taken, in which the weight of the bird, the size of the wings, the beak and tarses are recorded, with the aid of a ruler and a stud. The bird is weighed inside a bag using a portable scale.

    We were able to ring 9 juveniles, quickly and effectively, and to take the biometric data from all. Now that they are carrying their own "identity card", we hope that it will be possible to spot these birds in the near future, both returning to the colony as the first breeding pairs or sighted at sea, healthy and thriving.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Espécies de andorinhões encontradas na Ilha da Madeira

Durante as expedições de campo com a SPEA Madeira, a minha atenção foi particularmente atraída para uma espécie de ave, o andorinhão. A velocidade do seu voo e as suas impressionantes manobras aéreas tornam-nas aves fascinantes. Por isso, decidi dedicar o artigo desta semana às espécies de andorinhões encontradas na Ilha da Madeira.


Os andorinhões fazem parte da família Apodidae. Esta família inclui aves de pequeno a médio porte (9 a 25 cm de comprimento) podendo ser encontradas em todos os continentes, excepto na Antártida. A família contém cerca de uma centena de espécies. O Apus apus é a espécie com uma maior distribuição. Atualmente, o arquipélago da Madeira alberga duas espécies: o andorinhão-da-serra (Apus unicolor) e o andorinhão-pálido (Apus pallidus).


Devido à sua semelhança, é muito difícil diferenciar as duas espécies.  Os andorinhões também são frequentemente confundidos com as andorinhas. No entanto, a cauda dos andorinhões é mais curta e as asas são em forma de arco.


O andorinhão é uma das aves mais rápidas do mundo podendo atingir cerca de 200 km/h. Esta ave tem a particularidade de passar a maior parte do seu tempo em voo. As suas patas são demasiado curtas para lhe permitir aterrar normalmente no solo o que faz com que, devido a este facto, estas espécies alimentam-se, bebem, dormem e acasalam em voo.


Os andorinhões são insetívoros alimentam-se de insectos que apanham em voo. 


andorinhão-preto (Apus apus). Foto: Flavio Bergo


andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica). Foto: Steve Macomber



Andorinhão-da-serra (Apus unicolor)

Apus unicolor é muito semelhante ao Apus apus. Contudo, é ligeiramente mais pequeno (14 a 15 centímetros de comprimento), mais magro e as suas asas são mais estreitas. Além disso, a sua cauda é proporcionalmente um pouco mais longa e bifurcada do que a do Apus apus e Apus pallidus brehmorum.  Esta espécie tem também uma pequena mancha branca difusa na garganta com uma plumagem cinzenta acastanhada ligeiramente mais clara do que a de Apus apus.


andorinhão-da-serra (Apus unicolor). Foto: Juankar



andorinhão-da-serra (Apus unicolor). Foto: Miguel Arribas



Esta espécie está presente apenas no arquipélago da Madeira e das Canárias. A população dos dois arquipélagos são ambos parcialmente migratórios. De facto, a espécie pode ser vista durante todo o ano, mas em pequeno número no inverno sendo que, durante esta altura, algumas populações migram para o Norte de África.


Está documentada a nidificação nas Ilhas da Madeira e Porto Santo e estima-se que a população seja inferior a 10000 indivíduos. Este número refere-se à população total durante a primavera e verão, pois o número de aves observadas no inverno é dramaticamente mais baixo. É frequentemente visto nas Desertas, mas a nidificação permanece por confirmar. 



BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2016) 2008. Apus unicolor. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1



Nestas ilhas, esta espécie está presente em todo o lado, tanto em zonas urbanas como em zonas agrícolas ou florestas.


A biologia da reprodução desta espécie é ainda muito mal compreendida. Criam-se em colónias nas Ilhas da Madeira e das Canárias. Os ninhos são frequentemente construídos em fendas bastante profundas, tanto no mar como em falésias continentais. Estes são feitos de erva e penas unidos à saliva. Parece que ambos os sexos incubam o ovo e que existem frequentemente 2 ninhadas por ano, geralmente constituídas por 2 ovos.


Andorinhão-pálido (Apus pallidus brehmorum)

Apus pallidus brehmorum é também semelhante ao Apus apus. No entanto, Apus pallidus brehmorum tem uma plumagem ligeiramente mais leve com penas subtilmente mais arredondadas e uma cauda menos bifurcada. Os andorinhões-pálidos adultos têm asas largas com pontas arredondadas, castanhas escuras e uma cauda curta e bifurcada. As partes superiores são predominantemente castanhas com uma faixa castanha mais pálida que se estende diagonalmente das coberteiras primárias das asas em direção às coberteiras inferiores. A cauda é muito escura, quase preta. As zonas inferiores são castanhas claras ou polidas com bordas pálidos nas penas e a parte inferior do corpo é castanha escura com um efeito de vieiras castanho pálido, dando a impressão de escamas. A cabeça é castanha com uma tampa e face castanha cinzenta e garganta e queixo brancos. Os machos e as fêmeas adultos são semelhantes em tamanho e plumagem. Os jovens têm uma mancha mosqueada nas partes superiores com bordas de penas castanho claro/creme. Mede entre 16 e 18 centímetros de comprimento.


andorinhão-pálido (Apus pallidus brehmorums). Foto: Nikolay Staykov



Esta espécie apresenta uma distribuição mundial. Na Europa, é encontrada ao longo do Mediterrâneo e em Portugal. É também encontrada na Madeira e nas Ilhas do Porto Santo, embora a sua nidificação só tenha sido confirmada na primeira. Alegadamente tem uma população pequena, contudo, devido às semelhanças com Apus unicolor, não se conhece o suficiente sobre a sua distribuição, abundância e tendência populacional.


BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2019) 2019. Apus pallidus. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1


Com excepção das colónias residentes no Egipto, e dependendo da localização das áreas de nidificação, migram para a África Subsariana ou Sudeste Asiático durante os meses de inverno. Os padrões de migração variam, mas a maioria das aves regressa ao norte de África entre fevereiro e maio e regressa ao sul entre agosto e novembro.


Esta espécie aprecia ilhéus e falésias costeiras. Pode ocorrer noutros habitats do interior, desde montanhas, a zonas rurais e urbanas. Os ninhos são feitos em cavidades de preferência perto da costa. Há frequentemente uma ninhada por ano, entre maio e junho, geralmente constituída por 2 ou 3 ovos. A incubação dura 21 dias e as aves deixam o ninho com 46 dias de idade.




















During the field expeditions with SPEA Madeira, my attention was particularly drawn to one bird species, the Swift. The speed of their flight and their impressive aerial figures make them fascinating birds. Therefore, I decided to dedicate this week's article to the species of Swifts found on Madeira Island.


Swifts are part of the Apodidae family. This family includes small to medium-sized birds (9 to 25 cm long) found on all continents except Antarctica. The family contains about one hundred species. Apus apus is the most widely distributed species of swift. Currently, the archipelago of Madeira hosts two species of swift, Apus unicolor and Apus pallidus.


Due to their similarity, it is very difficult to differentiate between the two species.  The swift is also often confused with the swallow. However, the swift's tail is shorter and its wings are bow-shaped.


The swift is one of the fastest flying birds. It can reach 200 kilometres per hour. This bird has the particularity of spending most of its time in the air. Its legs are too short to allow it to land normally on the ground like other birds. If this bird ends up on the ground, it is impossible for it to fly away again. It is therefore by flying that it feeds, drinks, sleeps and mates.


The swifts are insectivorous. They feed on insects that they catch in flight. 


Black Swift ( Apus apus). Picture: Flavio Bergo



Barn Swallow (Hirundo rustica). Picture: Steve Macomber


Plain Swift (Apus unicolor)

Apus unicolor is closely similar to Apus apus. However, it is slightly smaller than the latter (14 to 15 centimetres long), more slender and its wings are narrower. Moreover, its tail is proportionally a little longer and more forked than that of Apus apus and Apus pallidus brehmorum.  This species also has a small, diffuse white throat patch with a slightly lighter brownish grey plumage than Apus apus.

Plain Swift (Apus unicolor). Picture: Juankar



Plain Swift (Apus unicolor). Picture: Miguel Arribas



This species seems to be only present on the archipelago of Madeira and the Canaries. The population of the two archipelagos are both partially migratory. Indeed, the species can be seen all year round, but in small numbers in winter. In winter, some populations migrate to North Africa.

It is documented to breed on the Islands of Madeira and Porto Santo and the population is estimated to be fewer than 10000 individuals. These number refer to the total population during the warm season for the number of birds observed in winter is dramatically lower. It is often seen on the Desertas but breeding on that area is not confirmed. 

 

BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2016) 2008. Apus unicolor. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1



On these islands, this species is present everywhere, in urban areas as well as over agricultural areas or forests.


The breeding biology of this species is still very poorly understood. They breed in colonies on Madeira and the Canary Islands. The nests are most often built in fairly deep crevices of both sea and continental cliffs. These are made of strands of grass and feathers bound together with saliva. It seems that both sexes incubate and that there are often 2 broods per year, generally consisting of 2 eggs.


Pallid swift (Apus pallidus brehmorum)

Apus pallidus brehmorum is also similar to Apus apus. However, Apus pallidus brehmorum have a slightly lighter plumage with subtly more rounded feathers and a less forked tail. Adult pallid swifts have broad swept back wings with dark brown rounded wingtips and a short, forked tail. The upperparts are predominantly mid brown with a paler brown band extending diagonally from the primary wing coverts towards the lesser coverts. The tail is very dark, almost black. The underwing areas are a buff or light brown with pale edges to the feathers and the underside of the body is dark brown with a pale brown scalloped effect, giving the impression of scales. The head is brown with a grey brown cap and face and white throat and chin. Adult males and females are similar in size and plumage. Juveniles have a mottled patter on the upper parts with light brown/cream feather edges. It measures between 16 and 18 centimetres in length.


Pallid Swift (Apus pallidus brehmorums). Picture: Nikolay Staykov


This species presents a worldwide distribution. In Europe, it is found along the Mediterranean and in Portugal. It is also found in Madeira and Porto Santo Islands , although breeding has only been confirmed on the former. Allegedly it has a small population, however, due to the similarities with A. unicolor, not enough is known as to its distribution, abundance and population trend.



BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2019) 2019. Apus pallidus. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1



With the exception of the resident colonies in Egypt, and depending on the location of their breeding areas, they migrate to sub-Saharan Africa or Southeast Asia during the winter months. Migration patterns vary, but most birds return north from Africa between February and May and return south between August and November.



This species relishes islets and coastal cliffs. It can occur in other habitats inland, from mountains, to rural and urban areas. Nests are made in cavities preferably near the coast. There is often one brood per year, between May and June, generally consisting of 2 or 3 eggs. Incubation lasts 21 days and the birds leave the nest at the age of 46 days.