Como diz o título do artigo, hoje vou falar sobre tudo o que ensinou-me trabalhar na SPEA.
Do ponto de vista pessoal, a minha estadia na SPEA serviu-me para amadurecer como pessoa e como biologo. Aprendi novas técnicas do trabalho de campo, aprendi a identificar novas espécies de aves que não conhecia antes (e até plantas), conheci uma nova cultura que me fascinou-me, aprendi (mais ou menos) a falar portugués, e por isso que encorajei-me a escrever este artigo só em português tentando usar o tradutor o mínimo possível. Também fiz muitos novos amigos com quem espero viver novas aventuras no futuro.
Sem dúvida, vou ter saudades desta ilha, e dos suos paisagens de conto de fadas e as suas praias cheias de vida.
Mas acima de tudo, eu vou ter saudades do estilo de vida, aqui vive-se completamente relaxado, sem estresse, e isso, hoje, não é fácil de encontrar.
- Emmanuel: Nós só trabalhamos juntos por um mês, mas foi mais que suficiente para perceber que ele é uma ótima pessoa com quem e fixe trabalhar, tanto por o seu profissionalismo quanto por a sua humildade e gentileza, graças a ele, eu percebei o importante que são os esforços de comunicação e marketing nas ações de conservação da biodiversidade, pois, se não conseguimos conscietizar a população, nada servirá do nosso trabalho. Também aprendi que o tempo voa e você tem que proveitar de cada segundo, parece que foi ontem quando ele disso-me: "aproveita, o tempo voa".Ele estava certo, a minha estadia aqui aconteceu em um piscar de olhos. Então eu gostaria de aproveitar a oportunidade para dar-lhes a tudos o mesmo conselho: viva cada segundo como se fosse o último.
- Sonia: Como com o Emmanuel, só trabalhamos um mês juntos, mas isso foi mais que suficiente para fizemos-nos grandes amigos. É uma dessas pessoas, que sempre têm um sorriso no rosto. Com ela, aprendi que devemos viver sempre com entusiasmo e alegria, devemos perder a nossa timidez, esforçar-nos sempre por cumprir os nossos sonhos e sempre aproveitar para viajar e conhecer mundo. Nunca esquecerei os nossos censos de aves nos parques do Funchal, nem nossas pequenas "discussões" em casa que sempre terminaram com uma cerveja. Foi um prazer trabalhar com ela e partilhar meu modesto conhecimento sobre as aves. Até pronto, na Andaluzia ou em qualquer lugar onde nos levem as nossas novas aventuras.
- Jesús: Com o Jesus trabalhei por três meses na SPEA. Sem dúvida, é umo dos melhores amigos que tenho desta ilha. Com ele, vivi muitas experiências e também aprendi muitas coisas. Graças a ele, descobri que, felizmente, ainda existem jovens que amam a natureza e têm ideais claros e uma paixão por o seu trabalho. O futuro da conservação está em boas mãos. Graças a ele, aprendi muito sobre alguns aspectos que não conhecia sobre as aves. Nunca esquecerei a nossa excursão em busca da carteira que ele perdeu, e depois de três horas de caminhar, estava no início do trilho ... Não vou esquecer o meu primeiro mergulho na Madeira, que coincidiu com o seu batismo e o de alguns amigos, uma experiência inesquecível que espero seja repetida em breve.
Sempre vou agradecer-lhe por ter me hospedado na casa onde morou, e acima de tudo, por me apresentar a grande maioria dos meus amigos na ilha. Por razões do destino, o Jesús terminou a trabalhar na universidade da minha cidade, então, se tudo correr bem, veremos-nos em breve, mas desta vez, espero não ter que procurar sua carteira por três horas.
- Marta: Com a Marta trabalhei durante os primeiros quatro meses da minha estadia. A minha primeira saída para o campo foi com ela, gostei muito de fazer o Censo de Aves Comuns e o Atlas de Aves Nidificantes. Com ela, aprendi muitas coisas sobre o comportamento das aves. Eu pensei que eu era bom em identificar aves comuns, até que conhecei à Marta. Com apenas um segundo de canto, ela já podia identificar a espécie e exatamente igual com o vôo. Aumentaei imensamente o meu conhecimento sobre as aves terrestres graças a ela, embora o tema dos cantos contina sendo o meu assunto pendente... Com ela aprendi a usar corretamente um GPS ou a reconhecer os sinais de presença de o Fura-bardos, o que foi muito útil para mim em todas e cada uma das minhas saidas de campo com a SPEA. A nível pessoal, ajudo-me muito, é uma daquelas pessoas que nunca desistem e que são apaixonadas do seu trabalho. Sempre vou agradecer as suas lições de portugués improvisadas, com as quais aprendi coisas que nunca aprenderi na academia ou num livro de texto. Obrigado pelas conversas interessantes no carro quando voltamos do campo e também por aproveitar a minha primeira saida para o campo para fazer-me um "passeio turístico" pela ilha, tudo cheio de dados curiosos sobre cada um dos sites que visitamos. E também, obrigado por me ensinar uma das expressões mais curiosas que uso atualmente para tudo: "EPA !!!".
- Cátia: com ela coincidiu durante toda a minha estadia na SPEA Madeira. Com ela, aprendi que devemos mudar o nosso modo de pensar, tanto pessoal como cientifico, e que lutar pela conservação é uma tarefa difícil e às vezes ingrata, no entanto, apesar de tudo isso, vale a pena deixar-se a pele e lutar pelo que você considera correto. Também aprendi que é preciso ser sincero consigo mesmo e que o trabalho de escritório tem o mesmo ou mais valor do que o trabalho de campo. Muitas vezes só valorizamos as partes "bonitas e giras" de um projeto, mas sem o trabalho de escritório, nada disso seria possível. Eu sempre serei agradecido por ser selecionado para este stagio. Não tenho dúvidas de que a SPEA Madeira é o que é graças a ela. Eu não poderia ter tido uma melhor "patroa"😝.
- Laura: Como com a Cátia, coincidi com ela toda a minha estadia na SPEA Madeira. Com ela aprendi muito sobre o trabalho de campo com o Fura-bardos e como encontrar os seus ninhos,mas eu sei que nunca terei a mesma capacidade que ela para encontrá-los em um piscar de olhos (ainda acho que ela tinha ido no dia antes a procurar-los, e depois encontrar-los de lugares inimagináveis). Graças a ela, aprendi muito sobre um grupo de aves, das quais não conhecia quase nada, as aves marinhas. Agora, eu sou capaz de distinguir todas as aves marinhas que estão presentes na ilha da Madeira, até com os seus cantos !!!. Também aprendei a fazer censos do mar, mas novamente preciso de muitas horas de barco para chegar ao seu nível. Também aprendi a importância da educação ambiental nas escolas. A nível pessoal e profissional, graças a ela, aprendi que não tudo é aprendido nos livros ou na universidade, há certos conhecimentos que só podem ser aprendidos viajando e trabalhando em um projeto real. Obrigado por essas conversas e conselhos no café. Eu sempre serei grato por toda a ajuda que ela deu-me antes de chegar à Madeira e durante o início da minha estadia. E também tenho que agradecê-la por o seu trabalho no blog, já que, embora os artigos sejam escritos por mim, ela sempre verificou-los para controlar que o meu português estava correto e que o artigo fosse bom, poderíamos dizer que ela tem sido a verdadeira gestora (e censura😜) do blog. Como a Cátia, gostaria de agradecer-lhe por ter-me dado a oportunidade de participar neste projeto.
Sem dúvida, durante a minha colaboração com a SPEA Madeira, trabalhei com muitas mais pessoas, para todos eles agradeço-lhes a ajuda.
Quanto a mim, volto para a minha cidade (Granada) para fazer um mestrado em conservação e biodiversidade. Esta experiência tem sido um sonho tornado realidade, espero ter contribuído com o projeto. Lamento muito que o stagio tenha de terminar e que o nossos caminhos tenham de separar-se, mas quem sabe, talvez em alguns anos os nossos caminhos encontrem-se de novo 😊.