segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Ajude o Roque-de-castro

ROQUE-DE-CASTRO

Das 8 espécies de aves marinhas nidificantes no Arquipélago da Madeira, o Roque-de-castro é a mais pequena!

Esta espécie tem um comportamento marcadamente pelágico. A sua dieta é composta por crustáceos planctónicos, pequenos peixes e cefalópodes, podendo tirar partido dos restos deixados por outros predadores e das rejeições da pesca. Nidifica em pequenas cavidades ou em fendas nas rochas em ilhas e ilhéus sem predadores, ou em cavidades de escarpas inacessíveis, onde predadores terrestres introduzidos estão presentes (as gaivotas também são predadoras).

Roque-de-castro após encandeamento pela luz noturna artificial.

Sabia que existem duas populações de roque-de-castro bem distintas? Estas populações apresentam caraterísticas morfológicas, períodos reprodutivos e vocalizações diferentes. A população de inverno é mais abundante e nidifica entre setembro e fevereiro, enquanto a população de verão nidifica de março a outubro.

Roque-de-castro recolhido durante a Campanha Salve uma Ave Marinha em 2021. Foto por: Tiago Dias

De momento, os juvenis de roque-de-castro, da população de inverno, começam a abandonar os ninhos. Esteja atento e, caso encontre uma ave, recolha-a com cuidado e liberte-a num sítio junto ao mar e pouco iluminado.

Não administrar qualquer tipo de alimento ou água! Foto por: Tiago Dias

Contacte-nos com o seu registo através do telefone 967232195 ou preencha o formulário em https://bit.ly/2x1AWSP.

️ Caso a ave esteja ferida, contacte o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, RAM através do 961957545 (09:00-17:30) ou a GNR - Comando Territorial da Madeira (disponível 24 horas).


A primeira ave marinha salva, do ano de 2022, foi um roque-de-castro juvenil que se perdeu após sair do seu ninho. Foi encontrado por um membro do staff no Hotel Galomar, no Caniço.
Roque-de-castro juvenil resgatado em fevereiro de 2022. Foto por: Elisa Teixeira


IDENTIFICAÇÃO

De pequeno porte, o roque-de-castro é predominantemente escuro e apresenta uma faixa branca no uropígio. A sua cauda é ligeiramente bifurcada, permitindo a sua distinção relativamente ao painho-de-cauda-bifurcada.

Roque-de-castro. Foto por: Tânia Pipa

O roque-de-castro distribui-se pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Em Portugal, nidifica nos arquipélagos das Berlengas, dos Açores e da Madeira. A nidificação da população de verão foi confirmada apenas no arquipélago da Madeira, em praticamente todas as ilhas e ilhéus. A população de inverno é maior, conhecendo-se colónias no Farilhão Grande (Berlengas), nas ilhas e nos ilhéus da Madeira (incluindo o ilhéu do Farol, o Porto Santo, as Desertas e as Selvagens), e dos Açores (Santa Maria, Graciosa, São Jorge, São Miguel, Flores e Corvo), embora nas últimas três ilhas a confirmação da nidificação tenha sido baseada em escutas noturnas. A população de verão reproduz-se de março a outubro, ao passo que a de inverno nidifica entre setembro e fevereiro. Esta espécie ocorre nas nossas águas ao longo do ano, não tendo, contudo, sido registada nos Açores, no verão. Neste arquipélago, ocorre também o painho-de-monteiro, e a dificuldade na distinção entre as duas espécies, em voo, leva-nos a assumir que os mapas produzidos possam incluir registos de ambas.

Roque-de-castro. Foto por: Joana Andrade
Saiba mais sobre a espécie aqui.

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Novo projeto para a SPEA Madeira: LIFE Pterodromas4future

* A SPEA é parceira de um novo projeto de conservação: o LIFE Pterodromas4future *

Juvenil de Freira-da-madeira. Foto por Cátia Gouveia.

Este novo projeto do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM (IFCN), decorrerá no Maciço Montanhoso da Madeira e nas Ilhas Desertas, e tem como objetivo proteger duas aves marinhas endémicas que lá nidificam: a Freira-da-madeira e a Freira-do-bugio!

Freira-do-bugio (Pterodroma deserta)

Freira-da-madeira (Pterodroma madeira). Fotos por Martin Lofgren

Durante 5 anos, e através da monitorização da população, este projeto servirá para reabilitar o habitat destas aves, que são muito afetadas pela degradação de habitat e por predadores.

Projeto ‘Pterodromas4future’, que já teve ‘luz verde’ da Comissão Europeia, é considerado estratégico para a conservação da Freira da Madeira e da Freira do Bugio, para os próximos 5 anos. Os trabalhos vão incidir sobretudo no habitat da Freira-da-madeira, no Maciço Montanhoso, dado que esta espécie possui somente 65 a 80 casais e sofre mais ameaças que a sua prima, Freira-do-bugio, nidificante nas Desertas, com 160 a 180 casais reprodutores.

Poluição luminosa observada desde o Pico do Areeiro. Foto por Rúben Jesus.

Estas aves marinhas sofrem várias ameaças como a degradação de habitat, introdução de predadores, incêndios e poluição luminosa. A freira-da-madeira, por nidificar na ilha da Madeira, está muito susceptível a estes factores.

Estas aves têm sido alvo de trabalhos de conservação desde os anos 80, e já ocorreram dois projetos LIFE (LIFE Freira-da-madeira e LIFE SOS Freira-do-bugio). No entanto, estes terminaram há mais de 12 anos, pelo que é imperativo continuar a preservar estas espécies.

O trabalho da SPEA neste novo projeto incidirá maioritariamente na proteção da espécie relativamente à poluição luminosa, procurando mitigar esta problemática que tem vindo a aumentar anualmente em todo o mundo.

Juvenil de Freira-da-madeira recolhida no Funchal, no âmbito da Campanha Salve uma Ave Marinha, vítima de encandeamento. Foto por Tiago Dias.