segunda-feira, 22 de setembro de 2025

De volta à SPEA Madeira!

Olá, o meu nome é Laura e não é a primeira vez que escrevo neste espaço. É com entusiasmo que volto aqui para partilhar a minha experiência com a SPEA Madeira de novo.

A minha ligação à organização começou em 2022, ainda durante a licenciatura em Biologia, quando passei várias noites de verão dedicadas à recolha de lepidópteros noturnos. Agora, numa nova fase do meu percurso académico como mestranda em Coimbra, volto a integrar a SPEA, conciliando a escrita da tese com uma colaboração de dois meses no âmbito do voluntariado do Corpo Europeu de Solidariedade.

Nesta etapa, o meu contributo será sobretudo no projeto LIFE Natura@night novamente, com foco em legislação e análise de dados. Ainda assim, também me encontrarão no terreno, a fazer parte da Campanha Salve uma Ave Marinha e das patrulhas noturnas pela freira-da-Madeira.

É um privilégio contribuir, uma vez mais, para a conservação noturna da biodiversidade na minha ilha, enquanto aprendo e continuo a consolidar a minha identidade como bióloga.


Foto: Catarina Varatojo

Hi, my name is Laura and this is not my first time writing in this space. I'm excited to be back to share my experience with SPEA Madeira once again.

My connection with the organization began in 2022, during my Bachelor’s degree in Biology, when I spent several summer nights collecting nocturnal lepidopterans. Now, in a new stage of my academic journey as a master’s student in Coimbra, I have rejoined SPEA, balancing my thesis writing with a two-month collaboration through the European Solidarity Corps volunteer program.

In this new phase, my main contribution will once again be to the LIFE Natura@night project, focusing on legislation and data analysis. Even so, you will also find me in the field, taking part in the “Salve uma Ave Marinha” campaign and in the night patrols for the Madeira petrel.

It is a privilege to contribute, once again, to the nocturnal conservation of biodiversity on my island, while learning and continuing to consolidate my identity as a biologist.


Buenos días Madeira

 Meu nome é Ainhoa e sou das Asturias, uma região costeira no norte de Espanha onde a minha paixão pela natureza começou desde muito pequena. Sempre me senti fascinada pelas plantas e, especialmente pelos os animais, que se tornaram uma parte essencial da minha vida.

Durante o liceu, esse interesse foi crescendo e levou-me a estudar Biologia na universidade. Lá descobri o mundo da investigação experimental, mas cedo percebi que o meu verdadeiro caminho estava mais perto das ciências ambientais e da educação para a natureza, do que do trabalho de laboratório.

No momento, encontro-me na Madeira faziendo o meu estágio Erasmus+ na SPEA, onde estou a aprender sobre as aves, seres presentes no nosso dia a dia e, ao mesmo tempo, invisíveis para muitos. Com esta expêriência procuro não só aprofundar o meu trabalho de campo, mas também a educação ambiental, uma ferramenta muito importante para inspirar mais pessoas a proteger a biodiversidade que nos rodeia.



English version

My name is Ainhoa and I am from Asturias, a coastal region in the north of Spain where my passion for nature began at a very young age. I have always been fascinated by plants and, especially, by animals, which soon became an essential part of my life.

During high school, this interest kept growing and eventually led me to study Biology at University. There, I discovered the world of experimental sciences, although I soon realized that my true path was more closely linked to environmental sciences and nature education than to laboratory work.

I am currently in Madeira doing an Erasmus+ internship at SPEA, where I am looking to learn about birds, which I have always been curious about and which go so unperceived in our days. With this experience I am not only looking for to fieldwork but also in environmental education, a key tool to inspire more people to protect the biodiversity that surrounds us.



Diário de campo: observações e armadilhagem no projeto Stop Predators



No decorrer deste mês tive a oportunidade de colaborar no âmbito do projeto Stop Predators, uma iniciativa destinada a reduzir o impacto dos predadores invasores nos ecossistemas locais. A experiência foi bastante variada, combinando momentos de monitorização direta, observações noturnas e atividades de gestão no terreno.

Uma parte do trabalho foi dedicada à manutenção e ao controlo das câmaras instaladas em diferentes locais da ilha. Estes dispositivos são fundamentais para recolher dados sobre a presença de predadores nas áreas sensíveis. Substituímos as baterias, verificámos a funcionalidade dos cartões de memória e confirmámos o ângulo de captação, garantindo a continuidade das gravações.

Uma atividade particularmente interessante foi o censo noturno de predadores com recurso a um telescópio de infravermelhos. Este instrumento permite observar os animais no escuro absoluto, detetando o calor corporal e possibilitando a identificação de diferentes espécies sem recorrer a fontes de luz artificial.

As saídas realizaram-se em várias áreas da ilha, muitas vezes com vento forte que tornava exigente o trabalho noturno. Apesar disso, as observações foram ricas e variadas: entre os predadores registados estavam furões, gatos, coelhos e ratos.

A principal atividade do mês foi a colocação de armadilhas para ratos e formigas. As armadilhas para ratos foram preparadas com iscos alimentares e com algodão embebido em água, uma medida pensada para reduzir o stress e evitar a mortalidade dos animais capturados. As armadilhas para formigas tiveram, por sua vez, um papel mais ligado à deteção da sua presença e ao acompanhamento da pressão que exercem sobre o ambiente.

No dia seguinte à instalação, todas as armadilhas foram verificadas. Os indivíduos capturados, em particular os ratos, eram marcados de forma não invasiva para permitir o seu reconhecimento em caso de recaptura. Paralelamente registava-se a eventual presença de lagartos ou de outros animais capturados acidentalmente, bem como a ativação das armadilhas pelas formigas. Ao fim do dia, as armadilhas eram recolocadas, prosseguindo a recolha de dados no dia seguinte.

Durante o terceiro e último dia de monitorização, procedeu-se a uma nova verificação das armadilhas, destacando a presença de indivíduos já marcados em comparação com os novos. Este passo é fundamental, pois permite estimar a abundância da população através do chamado método de captura–marcação–recaptura. De forma simples, a comparação entre o número de animais marcados recapturados e o dos novos indivíduos fornece uma indicação da densidade e da distribuição dos predadores na área.

A experiência deste mês no projeto Stop Predators foi extremamente formativa: não só adquiri novas competências práticas no uso de instrumentos como o telescópio de infravermelhos e as armadilhas ecológicas, mas também pude observar de perto as dinâmicas das populações de predadores e a importância de uma monitorização constante para a proteção da biodiversidade local.



English version

During this month, I had the opportunity to collaborate on the Stop Predators project, an initiative aimed at reducing the impact of invasive predators on local ecosystems. The experience was very diverse, combining moments of direct monitoring, night observations, and on-the-ground management activities.

Part of the work was dedicated to maintaining and checking the cameras installed in different sites around the island. These devices are essential for collecting data on predator presence in sensitive areas. We replaced the batteries, checked the functionality of memory cards, and ensured the cameras’ angles were correct, guaranteeing continuous recordings.

One particularly interesting activity was the night census of predators using an infrared telescope. This tool allows animals to be observed in total darkness by detecting body heat, making it possible to identify different species without disturbing them with artificial light.

The field sessions took place in various parts of the island, often with strong winds that made nighttime work more challenging. Nevertheless, the observations were rich and varied: among the predators recorded were ferrets, cats, rabbits, and mice.

The main activity of the month was setting up traps for mice and ants. The mouse traps were prepared with food bait and cotton soaked in water, a measure designed to reduce stress and prevent the mortality of captured animals. The ant traps, on the other hand, were more focused on detecting their presence and monitoring the pressure they exert on the environment.

The day after installation, all traps were checked. The captured individuals, especially mice, were marked in a non-invasive way so they could be recognized in case of recapture. At the same time, we recorded any accidental captures of lizards or other animals, as well as trap activations caused by ants. In the evening, the traps were reset, allowing data collection to continue the following day.

On the third and final day of monitoring, a new check of the traps was carried out, highlighting the presence of previously marked individuals compared to new ones. This step is crucial, as it makes it possible to estimate population abundance through the so-called capture–mark–recapture method. Put simply, comparing the number of recaptured marked animals with that of new individuals provides an indication of the density and distribution of predators in the area.

This month’s experience within the Stop Predators project has been extremely valuable: not only I acquired new practical skills in using tools such as the infrared telescope and ecological traps, but I was also able to closely observe predator population dynamics and the importance of constant monitoring for the protection of local biodiversity.



Valeria Basciu

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Noites de campo com a cagarra: desafios e aprendizagens

 


No início de agosto participei na fase de colocação de dispositivos GPS e GLS em adultos de Calonectris borealis (cagarra). Os GPS-loggers, fixados no dorso, registam posições de alta precisão e permitem mapear áreas de alimentação e trajetórias diárias; os GLS (geolocalizadores), muito mais leves e geralmente aplicados na pata, estimam a posição através dos níveis de luz, fornecendo informações valiosas sobre as rotas migratórias anuais. 

O trabalho de campo decorre quase exclusivamente à noite, quando os adultos regressam ao ninho. A captura manual, a fixação do dispositivo e a libertação seguem protocolos padronizados e devem ser rápidas, para reduzir ao mínimo o stress do animal. É um processo técnico e delicado, mas também fascinante: poucas vezes na minha vida trabalhei num contexto semelhante, sob a Via Láctea ou a lua refletida no mar, com o característico chamamento das cagarras como banda sonora.

Esse som é tão particular que desperta a curiosidade de quem o ouve: muitas vezes, quando falo desta experiência, as pessoas contam-me que o ouviram em noites na Madeira sem saber a que espécie pertencia. Mostram fotografias tiradas durante as suas viagens e ficam surpreendidas ao descobrir que aquele chamamento vem da cagarra. Partilhar este trabalho transforma-se, assim, num verdadeiro instrumento de sensibilização, que abre espaço para o diálogo e para o interesse pela espécie e pelas ameaças que enfrenta.

No final do mês participei na campanha de recovery, que durou duas semanas, com turnos noturnos repetidos para recuperar os dispositivos e verificar os ninhos. Esta é a parte mais difícil: os regressos dos adultos não são sempre previsíveis e, quando os crias morrem, muitas vezes não regressam de todo. Nessas situações perdem-se não apenas as crias, mas também os dados dos loggers. Outras vezes, os adultos regressam mas o dispositivo cai: é frustrante não recuperar dados, mas pelo menos há maior probabilidade de a cria sobreviver e de poder ser acompanhada no futuro através da anilhagem.

Os monitorizações aos ninhos, apoiadas também por câmaras, confirmaram outro grande desafio: a predação por espécies introduzidas, em particular ratos e gatos assilvestrados, que continuam a ser uma das principais causas de perda de crias. É por isso que as atividades de biotracking estão intimamente ligadas ao projeto STOP Predators, que procura reduzir a pressão dos predadores sobre as colónias e melhorar o sucesso reprodutivo da espécie.

Do ponto de vista pessoal, esta experiência foi um verdadeiro desafio. Temia não conseguir lidar com turnos noturnos tão exigentes em terrenos difíceis, mas acabei por descobrir que podia ultrapassar os meus limites tanto que, nos dias sem campo, cheguei a sentir falta dessa rotina noturna. Claro, foi cansativo mudar de ritmo e trabalhar sempre à noite, mas o valor da experiência superou o cansaço. Ter ao meu lado um supervisor experiente deu-me segurança e, apenas observando o seu método de trabalho, aprendi imenso.

Em síntese, o trabalho com Calonectris borealis mostrou-me a força e a fragilidade destes estudos: cada dispositivo recuperado é uma janela aberta para o mar e para a vida destas aves, mas cada perda recorda o quanto a sobrevivência das crias é determinante. É um projeto cientificamente complexo e logisticamente exigente, mas que deixa uma marca profunda também a nível pessoal.





 English version

In early August, I took part in the deployment of GPS and GLS devices on adult Calonectris borealis (Cory’s shearwater). GPS-loggers, mounted on the back, record high-precision positions and allow us to map foraging areas and daily trajectories; GLS (geolocators), much lighter and usually attached to the leg, estimate position through light levels, providing valuable information on long-term migratory routes.

Fieldwork takes place almost exclusively at night, when adults return to their burrows. Capture, tag attachment and release follow strict protocols and are carried out quickly to minimise stress on the bird. It is a technical and delicate process, but also a fascinating one: rarely in my life have I worked in such a setting, under the Milky Way or the moon reflected on the ocean, with the characteristic calls of Cory’s shearwaters echoing in the background.

That call is so unique that it sparks curiosity in anyone who hears it. Often, when I talk about this experience, people tell me they have heard it during nights in Madeira without knowing what species it belonged to. They show me pictures from their trips and are surprised to discover that the eerie sound comes from the shearwater. Sharing this story becomes, in itself, a tool for awareness: it is not only about recounting a personal experience, but about opening a dialogue where people become engaged and want to learn more about the species and the threats it faces.

At the end of the month, I joined the recovery campaign, which lasted two weeks and involved repeated night shifts to retrieve devices and check burrows. This is the hardest part: adult returns are not always predictable, and when chicks are lost, parents often do not return at all. In these cases, not only the chicks but also valuable data are lost. Sometimes adults return but the logger falls off: it is disappointing not to recover data, but at least the chick has a higher chance of survival and can be tracked in the future through ringing.

Burrow monitoring, also supported by cameras, revealed another major challenge: predation by introduced species, particularly rats and feral cats, which remain one of the main causes of chick mortality. This is why biotracking is closely connected to the STOP Predators project, aimed at reducing predator pressure on colonies and improving breeding success.

On a personal level, this experience was a true challenge. I feared I would not be able to cope with demanding night shifts in rough terrain, but I discovered that I could push past my limits to the point that, on days without fieldwork, I almost missed that nocturnal routine. It was tiring to change rhythm and work exclusively at night, but the value of the experience outweighed the fatigue. Having an experienced supervisor by my side gave me confidence and, simply by observing his way of working, I learned a great deal.

In summary, working with Calonectris borealis showed me both the strength and the fragility of these studies: each recovered device is a window into the ocean and into the life of these seabirds, but each loss is a reminder that chick survival is key. It is a scientifically complex and logistically demanding project, but one that also leaves a profound personal mark.




Valeria Basciu

Iluminando o Caminho da Conservação: Ciência, Educação e Ação

 



Nos meses de julho e agosto, colaborei ativamente nas atividades de educação ambiental organizadas pela SPEA, dirigidas a um público diversificado, desde jovens e famílias até adultos e seniores. O principal objetivo destas iniciativas foi promover a consciência sobre a biodiversidade e os principais fatores de pressão sobre os ecossistemas locais, combinando informação científica e atividades práticas. Durante os encontros, a atenção foi direcionada em particular para a biodiversidade noturna e os efeitos da poluição luminosa. Explorámos o papel da luz artificial nos ecossistemas e nas espécies noturnas, como morcegos e mariposas, bem como nas aves marinhas, como a cagarra (Calonectris borealis) e outras espécies endémicas como a alma-negra (Bulweria bulwerii). As atividades incluíram momentos de observação com instrumentos óticos, como lupas e telescópios, acompanhados de explicações sobre estratégias de iluminação sustentável e boas práticas de gestão da luz exterior.

Do ponto de vista técnico, destacou-se como a luz artificial influencia profundamente a fauna noturna. Os morcegos, por exemplo, tendem a evitar áreas excessivamente iluminadas, reduzindo assim as oportunidades de caça e de deslocação; ao mesmo tempo, a acumulação de insetos atraídos pelas luzes artificiais pode alterar as dinâmicas de predação e a disponibilidade de recursos. As mariposas e outros insetos noturnos, fundamentais para a polinização, revelam-se particularmente vulneráveis: desorientados pela iluminação artificial, reduzem a sua eficácia reprodutiva e migratória, com consequências em cascata para todo o ecossistema.

No caso das aves marinhas, o impacto é ainda mais evidente. A cagarra tal como outras espécies nidificantes nas ilhas atlânticas, estão fortemente ameaçadas pela poluição luminosa: os juvenis recém-voados são atraídos pelas luzes costeiras, correndo o risco de colisões com infraestruturas ou de ficarem presos em áreas urbanas. A SPEA documentou que, todos os anos, centenas de indivíduos são resgatados graças a campanhas de sensibilização e monitorização ativa. Este fenómeno, conhecido como fallout, representa uma das principais causas de mortalidade para as aves marinhas em zonas densamente iluminadas.

Paralelamente, as atividades também sensibilizaram para a proteção da biodiversidade insular, com oficinas e jogos educativos destinados a famílias e crianças, concebidos para transmitir a riqueza ecológica dos ecossistemas marinhos e terrestres, as principais ameaças (como espécies invasoras ou a degradação dos habitats) e as ações concretas para a sua conservação. As sessões foram projetadas para estimular a participação ativa de diferentes faixas etárias, promovendo a transmissão de conhecimentos científicos e de comportamentos responsáveis em relação ao ambiente.

Estas experiências contribuíram para reforçar a eficácia das iniciativas, aumentando a consciência dos participantes sobre os vínculos entre ações quotidianas e a proteção da natureza, evidenciando como mesmo pequenas mudanças nos hábitos, como reduzir o uso de luzes exteriores ou orientá-las corretamente, podem ter um impacto significativo na conservação da biodiversidade noturna. O envolvimento das novas gerações revelou-se essencial: sensibilizar crianças e jovens significa investir em cidadãos mais conscientes e responsáveis, capazes de traduzir os conhecimentos adquiridos em comportamentos virtuosos e num compromisso concreto e duradouro com a proteção do ambiente.




English version

In July and August, I actively collaborated in environmental education activities organized by SPEA, aimed at a diverse audience ranging from young people and families to adults and seniors. The main goal of these initiatives was to raise awareness about biodiversity and the main pressures on local ecosystems, combining scientific information with practical activities. During the events, special attention was given to nocturnal biodiversity and the effects of light pollution. We explored the role of artificial light on ecosystems and nocturnal species, such as bats and moths, as well as seabirds like the Cory’s shearwater (Calonectris borealis) and other endemic species such as the Bulwer’s petrel (Bulweria bulwerii). The activities included observation sessions with optical instruments such as magnifying glasses and telescopes, supported by explanations on sustainable lighting strategies and best practices for outdoor light management.

From a technical perspective, it was highlighted how artificial light deeply affects nocturnal fauna. Bats, for example, tend to avoid overly lit areas, reducing their opportunities for foraging and movement; at the same time, the accumulation of insects attracted to artificial lights can alter predation dynamics and resource availability. Moths and other nocturnal insects, which are key pollinators, are particularly vulnerable: disoriented by artificial illumination, they decrease their reproductive and migratory effectiveness, with cascading consequences for the entire ecosystem.

For seabirds, the impact is even more evident. The Cory’s shearwater along with other species nesting on Atlantic islands like the Bulwer’s petrel, are strongly threatened by light pollution: fledglings are attracted to coastal lights, risking collisions with infrastructure or becoming trapped in urban environments. Every year, hundreds of individuals are rescued thanks to awareness campaigns and active monitoring. This phenomenon, known as fallout, represents one of the main causes of mortality for seabirds in highly illuminated areas.

At the same time, the activities also raised awareness of the importance of protecting island biodiversity, through workshops and educational games designed for families and children. These were intended to highlight the ecological richness of marine and terrestrial ecosystems, the main threats, such as invasive species or habitat degradation and concrete actions for their protection. The sessions were structured to encourage active participation across different age groups, promoting the transfer of scientific knowledge and responsible behaviors towards the environment.

These experiences helped strengthen the effectiveness of the initiatives, raising participants’ awareness of the links between daily actions and nature conservation, and showing how even small changes in habits, such as reducing the use of outdoor lights or orienting them correctly, can have a significant impact on the conservation of nocturnal biodiversity. In particular, engaging younger generations proved to be essential: raising awareness among children and youth means investing in more conscious and responsible citizens, capable of transforming the knowledge they acquire into virtuous behaviors and a concrete, long-term commitment to environmental protection.



Valeria Basciu