sexta-feira, 14 de agosto de 2015

DIA DE CAMPO


Depois de três meses realizando trabalho de campo com biólogos pelas levadas e ribeiras da ilha da Madeira adquire-se bons hábitos, como levantar-se cedo, tomar um bom pequeno-almoço, melhorar a condição física, etc.

Sete da amanhã é uma boa hora para levantar-se, aproveitar melhor o dia e a mente esta mais desperta. Um bom café é imprescindível. Há que preparar o saco com água, comida, a máquina fotográfica (com a bateria carregada) e um casaco, que não se sabe se o tempo pode mudar de repente.

O carro da SPEA espera no Campo da Barca às oito horas com a Sandra ao volante para iniciar uma nova saída de campo. Estamos no final do julho e é o período em que os filhos do fura-bardo estão a deixar o ninho, no entanto também é o melhor período para lhes tirar fotos.

O objetivo deste percurso: visitar três ninhos pela área de São Vicente, dois deles de certeza com crias mas o outro temos de o verificar. 

1.Ninho no Chão de Ribera
Uma das paisagens mais bonitas da ilha, na minha opinião. É um vale de grandes montanhas e penhascos cobertos por bosques de Laurissilva. Ao fundo há uma ribeira que leva pouca água entre rochas duma cor azul característica. A zona é perfeita para o fura-bardo. O verde da floresta contrapõe-se com o vermelho do chão, coberto por folhas de vinhático, criando uma vista espetacular.
Para chegar ao ninho temos de subir umas longas e íngremes escadas esculpidas na encosta da montanha aproveitando as rochas e troncos do caminho. Muitas áreas são perigosas e ainda por cima chove.

Temos de subir quase todas as escadas para chegar ao ninho. Já conhecemos o lugar, que foi onde tiramos a primeira foto do fura-bardo. O ninho já está vazio porque os filhos estão a voar e temos que esperar que voltem. A câmara em cima do tripé aponta durante uma hora o seu objetivo, mas não aparece. Um assobio nas nossas costas e uma pena no chão são a única coisa que levamos. Cansados pela chuva, o frio e a espera em vão voltamos ao carro.
Um dos três. Se calhar no seguinte há mais sorte.


2.Segundo ninho no Chão de Ribera
Para chegar ao segundo ninho temos de seguir uma levada perto da estrada que penetra numa ribeira. Procuramos um ninho rapidamente, mas é do ano passado e está abandonado.

O Parque Natural de Madeira também participa no Projeto LIFE Fura-bardos, cuja fase nesta época do ano consiste em procurar a maior quantidade de ninhos possíveis, e assim, facilitar o estudo e seguimento da espécie. O vigilante do Parque Natural, responsável desta área, disse-nos que há outro ninho novo a 40 metros mais à frente, seguindo a vereda.

Estamos há duas horas procurando o ninho, para cima e para baixo da ribeira, explorando lugares quase inacessíveis. Ficamos sujos de terra, magoamo-nos, rompo as calças e quase perco o tripé pela levada.

Finalmente, conseguimos encontrar o ninho. Estava abandonado e era de pombo. Voltamos para o carro, bastante desmoralizados, almoçamos e vamos para o terceiro ninho.
Dois de três. É nossa última oportunidade.

3.Ninho da zona das Gingas
Oito horas de trabalho frustrado e espera em vão baixam a moral bastante. Subimos a Gingas por uma estrada de terra em mau estado, embora não seja grande desafio para o todo-terreno da SPEA. Só pelas vistas da ribeira de São Vicente com o mar ao fundo e as verdes montanhas já vale a pena subir.

Para minha sorte é fácil aceder ao ninho. Andas um pouco pela levada, sobes um bocado da encosta abundante de vegetação e… prémio! O ninho tem uma cria pequena e dois filhotes maiores quase pr
ontos para sair a voar. Está muito perto de nós e podemos observar muito bem. A Sandra e eu, depois de um dia cheio de fracassos, ficamos observando aos pequenos fura-bardos, tranquilos e em silêncio, mas com uma satisfação e felicidade que se pode sentir no ar.


No final, valeu a pena.










FIELD DAY


After three months doing fieldwork with my biologists fellows by canals and riversides from Madeira whoever acquire good habits, as wake-up early, have a good breakfast, improving your fitness, and so on.

Seven o´clock it´s nice time to get up, you seize better the day and your mind is clearer. A good coffee is necessary. You have to arrange your bag whit a bottle of water, meal, photo camera (with a charge battery) and a coat, so you don´t know how the weather suddenly could get to change.

SPEA car it´s waiting in Campo da Barca at eigth o´clock with Sandra in front of steering wheel for start a new field’s work day. It´s the end of July, when hawk´s hatchlings are going out of its nets, so also is the best time to take them photos.
The aim of this trip: to visit three nets for San Vicente area. Two of them have hatchlings and the other one we have to check it.


1. Net in Chão of Ribera
It´s one of the most beautiful landscapes to Madeira, in my opinion. A valley with high mountains and cliffs covered by dense laurissilva vegetation.  At the botton there are a riverside with a little bit of water between a characteristic blue rocks. It´s a perfect area for hawks.

The green of the forest contrasts with the red ground, covered by leaves of “vinhatigo”, creating a spectacular picture. To get to the nest we have to climb a long, steep stairs snaking up the hillside, excavated on the slope of the mountain, using rocks and trunks the way. it´s very dangerous and to top it´s rains.

We almost have to upstairs all of them. We knew the place yet, because was where we took the hawk´s first photo. The net is empty because the hatchlings are already flying and we have to wait until they come back. The photo camera mounted on the tripod is pointing his aim during one hour, but they don’t´ appear.

A whistle behind us and a pen on the floor is all we get. We come back, tired by rain, cold and waiting in vain.

One of three. Let's see if it most lucky in the following.

2. Second net in Chão de Ribera
For get to the second net we have to go on a canal uphill in a Ribeira. We found it quickly, but are form de last year and it´s abandonded.

The Madeira Natural Park is also involved in the project LIFE Fura-bards, whose phase at this time of year is to find with as much possible nests, and thus facilitate the study and monitoring of the species. A responsible for this area from Natural Park, tells us that there is another new nest 40 meters from this nest along the walk.
We are looking for the nest two hours, up and down the riverbank, exploring almost inaccessible places. We get dirty, we are filled with dust, hurt us, I break my pants, and I almost lost the tripod in the canal.

At least, we got to find it. It was for pigeon and was abandoned.  We come back to Spea car, have a lunch a go to the last net.

Two of three. The last chance.

3. Net in Gingas
Eight hours of frustrated work and wait in vane your moral is quite low. The up to Gingas by a dirt road in bad shape, nothing that Spea car can´t overcome. Just for de views from above to Ribera of São Vicente, with the see in the background and the green mountains be worth to rise.

Luckily it´s easy to gain to the net. You walk through a canal, get into a uphill with a dense vegetation and… yeaah! A net with a little hatchlings and two one older that almost get flying. The net is so close and it´s easily to observe.

Sandra and me, after a day full of failures, we were watching the little hawks, quietly, but with happiness and satisfaction that you can feel in the air.

In the end it was worth it. 

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