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Técnicas populares noutros territórios, como as técnicas de arrastar ou
arrasto, técnicas de emalhar ou de redes de tresmalho, estão proibidas nas águas
subáreas da Madeira e da Zona económica exclusiva (ZEE).
Dados estatísticos, de 2019 revelam que nesses anos, foram capturadas
8 024 toneladas de peixe. Estes peixes centram-se em 4 grandes grupos:
Atum e similares, Cavala, Chicharro e Peixe-espada preto. Em 2019 estavam
também registadas 417 embarcações de pesca (Fonte: INE/DREM, Anuário
Estatístico da Madeira, 2019).
Algumas das técnicas: Pesca de cerco; Pesca de palangre e Pesca de Fundo. |
Como é óbvio, a pesca não pode acabar. Para além de ser uma importante fonte
de alimentação da população trata-se também de uma importante fonte receita. Em
2019, na Região Autónoma da Madeira, gerou uma receita de 22 133 milhares
de euros, sem considerar moluscos, nem produção em aquacultura (Fonte:
INE/DREM, Anuário Estatístico da Madeira, 2019).
Mas como evitamos ou minimizamos a captura acidental de espécies, sem
prejudicar a pescaria nem a economia local? Até agora não há uma solução ótima para
resolver este problema, porém existem diversas soluções inteligentes, seja do
ponto de vista ambiental, seja do ponto de vista económico, que ajudam a
mitigar este problema, e contribuem para uma pesca mais seletiva.
Apresento assim, apenas alguns exemplos de métodos de pesca seletiva que podem reduzir significativamente as capturas acidentais:
-Substituição do anzol tradicional (em formato “J”) pelo anzol circular que evite que as tartarugas marinhas e outros animais marinhos sejam fisgados;
-Abertura nas redes para que as tartarugas possam nadar por cima e para fora;
-Sinais sonoros, luminosos, e uso de cheiros para dissuadir espécies não
alvo (o uso de cheiros para dissuadir tubarões do isco em linhas longas);
Para as aves marinhas:
-As iscas podem ser pintadas de forma a torná-las menos visível na água;
-Colocação de linhas com serpentinas. Consiste em colocar um cabo, simples ou duplo, com fitas coloridas penduradas por cima do local de largada do palangre;
-Colocar palangres durante a noite, nas capturas noturnas as aves estão
menos ativas;
-Luzes
sinalizadoras. As linhas e redes são praticamente invisíveis para as aves
debaixo da água. Deve-se sinalizar as linhas e redes, de forma que as aves
consigam evitar;
-Papagaio afugentador. Dispositivos afugentadores em forma de ave de
rapina. O objetivo é que as aves, na suposta presença de um predador não se
aproximem da arte de pesca e assim não fiquem presas nos anzóis;
-Boias sinalizadoras. Funciona como o papagaio, é uma alternativa ao
papagaio.
Em suma, temos que ter presente que a pesca sustentável não significa apenas
capturar a quantidade da espécie desejada que não coloque em risco o stock.
Significa também evitar as capturas acidentais que mutilam e matam grandes
números de fauna aquática, e nalguns casos colocando muitas espécies em perigo
de extinção. A ideia é colocar fim a este triste capítulo da nossa relação com
as espécies marinhas.