terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Projeto da voluntária EVS Teresa Coelhho realizado na associação Ambios: Monitorização de pequenos mamíferos terrestres

A minha experiência durante o voluntariado foi muito positiva. Convivi diariamente com pessoas incríveis, conheci sítios lindos, e aprendi bastante, num ambiente saudável e positivo.

Ao longo da semana eram feitas diferentes actividades, que incluíam cuidar dos animais da quinta, trabalhar na horta, trabalho com madeira, construção de caixas abrigo para morcegos e aves. Por vezes eram feitas visitas a reservas naturais e outros pontos de interesse, havia também aulas de inglês aplicadas à conservação e ecologia de espécies animais e vegetais, identificação de aves e plantas, entre outros assuntos. Paralelamente ocorriam projectos de conservação, tais como a monitorização de aves, morcegos, invertebrados, pequenos mamíferos e a utilização de câmaras para captar a presença de texugos.

O meu projecto pessoal envolveu a elaboração de um plano anual de monitorização de pequenos mamíferos terrestres. Para ver se o projecto era concretizável e averiguar qual o tipo de espécies presentes na área, fiz monitorização com armadilhas em 5 locais diferentes da quinta.

Estas espécies têm uma grande importância, pois são a principal presa de muitas aves de rapina e carnívoros, são também um bom indicador do estado dos ecossistemas, uma vez que são bastante sensíveis à perturbação, já que estão dependentes de micro habitats específicos. O principal objectivo da monitorização de pequenos mamíferos na quinta foi em primeiro lugar perceber quais as espécies presentes e a sua abundância relativa e em segundo lugar perceber ao longo do tempo as variações nas populações, e ainda verificar se existe alguma ligação entre a pressão causada pelo gado através da pastagem e a variação no número de pequenos mamíferos.

O plano anual permite que de três em três meses se faça monitorização destas espécies, uma vez que os grupos de voluntários geralmente ficam durante três meses na quinta e desta forma é possível acompanhar as populações ao longo do ano, haver sempre uma ou mais pessoas responsáveis pelo projecto e todos os grupos podem aprender a fazer este tipo de estudos.

A armadilhagem foi feita durante duas semanas, na primeira em três campos com diferentes pressões de pastagem, na segunda semana foi feita numa área destinada à conservação, onde não ocorre pastagem e também ao longo de uma vedação natural. Em cada um dos locais as armadilhas foram dispostas com 10 metros entre si, sendo utilizadas nove armadilhas em cada local. Na vedação natural as armadilhas foram dispostas ao longo de um transepto com 90 metros e nos outros locais foram dispostas com 10 metros entre si, num quadrado de 20 x 20 metros.

Em cada um dos locais houve quatro dias de isco com as armadilhas trancadas, de modo a que não se fechassem na presença de animais, para que os indivíduos se habituassem às armadilhas e desta forma melhorar os resultados, conseguindo um maior número de capturas. Após esses quatro dias de isco, as armadilhas eram activadas às 17h00m e verificadas às 00h00m e às 07h00m, estando fechadas durante o dia, entre as 07h00m e as 17h00m.

Ao verificar as armadilhas, no caso de haver captura, os parâmetros biométricos registados foram a espécie, sexo, maturidade e massa corporal. Os indivíduos capturados pela primeira vez foram marcados com um pequeno corte do pelo, efectuado com uma tesoura.

As únicas espécies capturadas foram Apodemus sylvaticus e Myodes glareolus. Ocorreram 33 capturas durante as duas semanas da monitorização, 13 Apodemus sylvaticus e 20 Myodes glareolus. Houve apenas cinco recapturas, 2 A. sylvaticus e 3 M. glareolus.

A grande parte dos indivíduos foi capturada na área de conservação e na vedação natural. Apenas 3 deles foram capturados durante a primeira semana, em que a monitorização ocorreu nas pastagens.

Através dos resultados obtidos foi possível fazer algumas alterações na metodologia, que foram incluídas no plano de monitorização anual, de forma a obter melhores resultados no futuro.

Trabalho de campo: monitorização de armadilhas

My experience during my volunteering was very positive. I as living daily with incredible people, met beautiful places, and learned a lot in a healthy and positive environment.

Throughout the week different activities were done, which included taking care of the farm animals, working in the garden, working with wood, building shelters for bats and birds. There were also visits to nature reserves and other points of interest, as well as English lessons applied to the conservation and ecology of animal and plant species, identification of birds and plants, among other subjects. At the same time, there were some conservation projects such as the monitoring of birds, bats, invertebrates, small mammals and the use of cameras to capture the presence of badgers.

My personal project involved the development of an annual monitoring plan for small terrestrial mammals. To see if the project was feasible and to find out the type of species present in the area, I did monitoring with traps in 5 different places of the farm.

These species are very important because they are the main prey of many predatory birds and carnivores. They are also a good indicator of the state of ecosystems, since they are very sensitive to disturbance, because they are dependent on specific microhabitats. The main objective of monitoring small mammals in the farm area was firstly to understand which species are present and their relative abundance, and secondly to note the variations over time in the populations and to verify if there is any link between the grazing pressure of the farm animals and any variation in the number of small mammals.

The annual plan allows monitoring of these species every three months, since the volunteer groups usually stay for three months at the farm and by this way it is possible to follow the populations throughout the year, always having one or more persons responsible by the project and all groups can learn to do this type of studies.

The trapping was done during two weeks, the first one in three fields with different pasture pressures, the second week trapping was made in a conservation area, where pasture does not occur and also along a natural fence. In each of these two points the traps were arranged keeping 10 meters between them, using nine traps in each place. In the natural fence the traps were arranged along a transept with 90 meters and in the other places were arranged with 10 meters between each one, in a square of 20 x 20 meters.

In each point there were four days of bait with the traps locked, so that they did not close in the presence of animals, so that the individuals got habituated to the traps and in this way to improve the results, obtaining a greater number of catches. After these four days of bait, the traps were activated at 5:00 p.m. and checked at 00:00 p.m. and 07:00 p.m., being closed during the day, between 07:00 and 17:00 p.m.

At the time of checking the traps, in case of get any capture, the biometric parameters recorded were the species, sex, maturity and body mass. Individuals first-time captured were marked with a small hair cut made it by scissors.

The only species captured were Apodemus sylvaticus and Myodes glareolus. There were 33 catches during the two weeks of monitoring, 13 Apodemus sylvaticus and 20 Myodes glareolus. There were only five recaptures, 2 A. sylvaticus and 3 M. glareolus.

Most of the individuals were caught in the conservation area and in the natural fence. Only 3 of them were caught during the first week, where monitoring occurred on pasture.

Through the results obtained it was possible to make some changes in the methodology, which were included in the annual monitoring plan, in order to obtain better results in the future.

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