segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Uma nova experiência na SPEA Madeira

Olá! Sou o Miguel Andrade e vou realizar um voluntariado de dois meses, de setembro a novembro, na SPEA Madeira, ao abrigo do Corpo Europeu de Solidariedade. Durante este período, irei colaborar, entre outras atividades, na Campanha Salve uma Ave Marinha, participando em projetos de sensibilização junto da população e em brigadas noturnas destinadas ao resgate de aves juvenis encandeadas ou desorientadas.

Sou licenciado em Biologia pela Universidade da Madeira e concluí recentemente o mestrado em Ecologia na Universidade de Coimbra, com uma dissertação sobre os efeitos do restauro ecológico nos Lepidópteros de uma floresta endémica das ilhas Galápagos. Realizei trabalho de campo neste ecossistema insular único e, com os resultados obtidos, procurei compreender a resposta ecológica a estas intervenções, com a esperança de que estes conhecimentos possam ser aplicáveis noutros arquipélagos do mundo.

As minhas áreas de interesse em Biologia incluem a zoologia, botânica e ecologia, com curiosidade por diversos outros ramos da história natural. Tenho grande vontade de conhecer e estudar a diversidade da nossa ilha e do Arquipélago e espero vir a trabalhar futuramente na região. Este gosto pela Biologia vem desde cedo, fruto do contacto com a natureza durante a infância, e foi crescendo com a experiência da investigação e do desejo de proteger o nosso património natural.

Espero que, ao longo deste voluntariado, consiga desenvolver ainda mais as minhas competências como biólogo, enquanto aprendo e desfruto desta experiência única.

 


  

Hello! I’m Miguel Andrade, and I will be undertaking a two-month volunteer placement, from September to November, at SPEA Madeira, under the European Solidarity Corps. During this period, I will be collaborating, among other activities, with the Save a Seabird Campaign, participating in awareness-raising projects with the local community and in night brigades aimed at rescuing juvenile birds that are disoriented.

I hold a bachelor’s degree in Biology from the University of Madeira and recently completed a Master’s in Ecology at the University of Coimbra, with a dissertation on the effects of ecological restoration on Lepidoptera in an endemic forest of the Galápagos Islands. I carried out fieldwork in this unique island ecosystem and, with the results obtained, tried to understand the ecological response to these interventions, hoping that this knowledge could be applied to other archipelagos around the world.

My areas of interest in Biology include zoology, botany, and ecology, having curiosity in various other fields of natural history. I am eager to explore and study the diversity of our island and the Archipelago, and I hope to work in this area in the region in the future. My passion for Biology began at an early age, fostered by my contact with nature during childhood, and has grown through research experience, and the desire to protect our natural heritage.

I hope that, throughout this volunteer, I can further develop my skills as a biologist while learning from and enjoying this unique experience.

sábado, 27 de setembro de 2025

Nova voluntária SPEA Madeira

Chamo-me Carlota Rodrigues, sou madeirense e recém licenciada em Biologia na Universidade da Madeira. Atualmente, encontro-me a iniciar o meu voluntariado de dois meses através do Corpo Europeu de Solidariedade na SPEA Madeira, onde irei integrar no projeto LIFE Natura@Night, realizando campanhas de resgate de aves marinhas e campanhas de sensibilização.

Após terminar a licenciatura, desejei tirar algum tempo para poder entrar no mundo “laboral” da biologia, onde pudesse de facto compreender como os conceitos e conhecimento pudessem ser aplicados em campo. Devido ao meu contacto e paixão pelo mar e a sua vida abrangente, quero aprender melhor como as aves marinhas integram-se nos ecossistemas marinhos e terrestres, explorando a sua ecologia através das medidas de conservação e proteção que a SPEA Madeira propõe.

Este projeto, além de desenvolver ações de conservação, tem um papel muito ativo na divulgação dos impactos da poluição luminosa nas aves marinhas, o que fez com que quisesse desenvolver e contribuir para esse mesmo objetivo.

Assim sendo, estou bastante entusiasmada por integrar nesta equipa e poder participar das atividades que virão!


My name is Carlota Rodrigues, I am from Madeira and recently graduated in Biology at the University of Madeira. I am currently starting my two-month volunteering experience through the European Solidarity Corps at SPEA Madeira, where I will be part of the LIFE Natura@Night project, carrying out seabird rescue and awareness campaigns.

After finishing my degree, I wanted to take some time to step into the “working world” of biology, where I could truly understand how concepts and knowledge can be applied in the field. Because of my connection to and passion for the sea and its diverse life, I want to learn more about how seabirds fit into both marine and terrestrial ecosystems, exploring their ecology through the conservation and protection measures promoted by SPEA Madeira.

This project, in addition to developing conservation actions, plays a very active role in raising awareness of the impacts of light pollution on seabirds, which motivated me to contribute to this very goal.

Therefore, I am very excited to join this team and to take part in the activities to come!

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

De volta à SPEA Madeira!

Olá, o meu nome é Laura e não é a primeira vez que escrevo neste espaço. É com entusiasmo que volto aqui para partilhar a minha experiência com a SPEA Madeira de novo.

A minha ligação à organização começou em 2022, ainda durante a licenciatura em Biologia, quando passei várias noites de verão dedicadas à recolha de lepidópteros noturnos. Agora, numa nova fase do meu percurso académico como mestranda em Coimbra, volto a integrar a SPEA, conciliando a escrita da tese com uma colaboração de dois meses no âmbito do voluntariado do Corpo Europeu de Solidariedade.

Nesta etapa, o meu contributo será sobretudo no projeto LIFE Natura@night novamente, com foco em legislação e análise de dados. Ainda assim, também me encontrarão no terreno, a fazer parte da Campanha Salve uma Ave Marinha e das patrulhas noturnas pela freira-da-Madeira.

É um privilégio contribuir, uma vez mais, para a conservação noturna da biodiversidade na minha ilha, enquanto aprendo e continuo a consolidar a minha identidade como bióloga.


Foto: Catarina Varatojo

Hi, my name is Laura and this is not my first time writing in this space. I'm excited to be back to share my experience with SPEA Madeira once again.

My connection with the organization began in 2022, during my Bachelor’s degree in Biology, when I spent several summer nights collecting nocturnal lepidopterans. Now, in a new stage of my academic journey as a master’s student in Coimbra, I have rejoined SPEA, balancing my thesis writing with a two-month collaboration through the European Solidarity Corps volunteer program.

In this new phase, my main contribution will once again be to the LIFE Natura@night project, focusing on legislation and data analysis. Even so, you will also find me in the field, taking part in the “Salve uma Ave Marinha” campaign and in the night patrols for the Madeira petrel.

It is a privilege to contribute, once again, to the nocturnal conservation of biodiversity on my island, while learning and continuing to consolidate my identity as a biologist.


Buenos días Madeira

 Meu nome é Ainhoa e sou das Asturias, uma região costeira no norte de Espanha onde a minha paixão pela natureza começou desde muito pequena. Sempre me senti fascinada pelas plantas e, especialmente pelos os animais, que se tornaram uma parte essencial da minha vida.

Durante o liceu, esse interesse foi crescendo e levou-me a estudar Biologia na universidade. Lá descobri o mundo da investigação experimental, mas cedo percebi que o meu verdadeiro caminho estava mais perto das ciências ambientais e da educação para a natureza, do que do trabalho de laboratório.

No momento, encontro-me na Madeira faziendo o meu estágio Erasmus+ na SPEA, onde estou a aprender sobre as aves, seres presentes no nosso dia a dia e, ao mesmo tempo, invisíveis para muitos. Com esta expêriência procuro não só aprofundar o meu trabalho de campo, mas também a educação ambiental, uma ferramenta muito importante para inspirar mais pessoas a proteger a biodiversidade que nos rodeia.



English version

My name is Ainhoa and I am from Asturias, a coastal region in the north of Spain where my passion for nature began at a very young age. I have always been fascinated by plants and, especially, by animals, which soon became an essential part of my life.

During high school, this interest kept growing and eventually led me to study Biology at University. There, I discovered the world of experimental sciences, although I soon realized that my true path was more closely linked to environmental sciences and nature education than to laboratory work.

I am currently in Madeira doing an Erasmus+ internship at SPEA, where I am looking to learn about birds, which I have always been curious about and which go so unperceived in our days. With this experience I am not only looking for to fieldwork but also in environmental education, a key tool to inspire more people to protect the biodiversity that surrounds us.



Diário de campo: observações e armadilhagem no projeto Stop Predators



No decorrer deste mês tive a oportunidade de colaborar no âmbito do projeto Stop Predators, uma iniciativa destinada a reduzir o impacto dos predadores invasores nos ecossistemas locais. A experiência foi bastante variada, combinando momentos de monitorização direta, observações noturnas e atividades de gestão no terreno.

Uma parte do trabalho foi dedicada à manutenção e ao controlo das câmaras instaladas em diferentes locais da ilha. Estes dispositivos são fundamentais para recolher dados sobre a presença de predadores nas áreas sensíveis. Substituímos as baterias, verificámos a funcionalidade dos cartões de memória e confirmámos o ângulo de captação, garantindo a continuidade das gravações.

Uma atividade particularmente interessante foi o censo noturno de predadores com recurso a um telescópio de infravermelhos. Este instrumento permite observar os animais no escuro absoluto, detetando o calor corporal e possibilitando a identificação de diferentes espécies sem recorrer a fontes de luz artificial.

As saídas realizaram-se em várias áreas da ilha, muitas vezes com vento forte que tornava exigente o trabalho noturno. Apesar disso, as observações foram ricas e variadas: entre os predadores registados estavam furões, gatos, coelhos e ratos.

A principal atividade do mês foi a colocação de armadilhas para ratos e formigas. As armadilhas para ratos foram preparadas com iscos alimentares e com algodão embebido em água, uma medida pensada para reduzir o stress e evitar a mortalidade dos animais capturados. As armadilhas para formigas tiveram, por sua vez, um papel mais ligado à deteção da sua presença e ao acompanhamento da pressão que exercem sobre o ambiente.

No dia seguinte à instalação, todas as armadilhas foram verificadas. Os indivíduos capturados, em particular os ratos, eram marcados de forma não invasiva para permitir o seu reconhecimento em caso de recaptura. Paralelamente registava-se a eventual presença de lagartos ou de outros animais capturados acidentalmente, bem como a ativação das armadilhas pelas formigas. Ao fim do dia, as armadilhas eram recolocadas, prosseguindo a recolha de dados no dia seguinte.

Durante o terceiro e último dia de monitorização, procedeu-se a uma nova verificação das armadilhas, destacando a presença de indivíduos já marcados em comparação com os novos. Este passo é fundamental, pois permite estimar a abundância da população através do chamado método de captura–marcação–recaptura. De forma simples, a comparação entre o número de animais marcados recapturados e o dos novos indivíduos fornece uma indicação da densidade e da distribuição dos predadores na área.

A experiência deste mês no projeto Stop Predators foi extremamente formativa: não só adquiri novas competências práticas no uso de instrumentos como o telescópio de infravermelhos e as armadilhas ecológicas, mas também pude observar de perto as dinâmicas das populações de predadores e a importância de uma monitorização constante para a proteção da biodiversidade local.



English version

During this month, I had the opportunity to collaborate on the Stop Predators project, an initiative aimed at reducing the impact of invasive predators on local ecosystems. The experience was very diverse, combining moments of direct monitoring, night observations, and on-the-ground management activities.

Part of the work was dedicated to maintaining and checking the cameras installed in different sites around the island. These devices are essential for collecting data on predator presence in sensitive areas. We replaced the batteries, checked the functionality of memory cards, and ensured the cameras’ angles were correct, guaranteeing continuous recordings.

One particularly interesting activity was the night census of predators using an infrared telescope. This tool allows animals to be observed in total darkness by detecting body heat, making it possible to identify different species without disturbing them with artificial light.

The field sessions took place in various parts of the island, often with strong winds that made nighttime work more challenging. Nevertheless, the observations were rich and varied: among the predators recorded were ferrets, cats, rabbits, and mice.

The main activity of the month was setting up traps for mice and ants. The mouse traps were prepared with food bait and cotton soaked in water, a measure designed to reduce stress and prevent the mortality of captured animals. The ant traps, on the other hand, were more focused on detecting their presence and monitoring the pressure they exert on the environment.

The day after installation, all traps were checked. The captured individuals, especially mice, were marked in a non-invasive way so they could be recognized in case of recapture. At the same time, we recorded any accidental captures of lizards or other animals, as well as trap activations caused by ants. In the evening, the traps were reset, allowing data collection to continue the following day.

On the third and final day of monitoring, a new check of the traps was carried out, highlighting the presence of previously marked individuals compared to new ones. This step is crucial, as it makes it possible to estimate population abundance through the so-called capture–mark–recapture method. Put simply, comparing the number of recaptured marked animals with that of new individuals provides an indication of the density and distribution of predators in the area.

This month’s experience within the Stop Predators project has been extremely valuable: not only I acquired new practical skills in using tools such as the infrared telescope and ecological traps, but I was also able to closely observe predator population dynamics and the importance of constant monitoring for the protection of local biodiversity.



Valeria Basciu