O meu nome é Valeria, venho da
Sardenha e estou atualmente na Madeira ao abrigo do programa Eurodisseia. A
minha formação académica em Ciências Naturais e as experiências internacionais
no terreno em biodiversidade, agroecologia, educação ambiental e conservação da
natureza trouxeram-me até aqui com um forte desejo de contribuir para a
conservação das aves marinhas na ilha.
A minha participação neste projeto nasce da vontade de combinar conhecimento
científico, comunicação e ação prática para proteger as colónias de aves
marinhas e os ecossistemas frágeis que estas representam. Na SPEA Madeira,
colaboro no projeto europeu LIFE Natura@night, centrado no estudo e na proteção
das colónias de aves marinhas da rede Natura 2000 no arquipélago. Estas
colónias, especialmente as de Cagarra (Calonectris borealis), estão sujeitas a
várias pressões, como a poluição luminosa, a perturbação humana e as espécies
invasoras
O meu trabalho envolve o apoio a levantamentos de campo para caracterização
dos locais de nidificação, a participação em campanhas de monitorização e
salvamento durante a época de emancipação, bem como a colaboração em ações de
educação ambiental e sensibilização pública. Estas ações integram um esforço
mais amplo para compreender como a atividade humana afeta o comportamento e a
sobrevivência das aves marinhas, e para promover a coexistência através de
práticas locais mais conscientes.
Como alguém que cresceu numa ilha, sinto uma ligação profunda com os
desafios enfrentados pelos ecossistemas insulares. Desenvolvi uma forte
sensibilidade para problemas como a fragmentação de habitats, a pressão do
turismo, a presença de espécies exóticas invasoras e os efeitos crescentes das
alterações climáticas. Estas pressões afetam frequentemente espécies que
nidificam em silêncio, em falésias escondidas ou em ilhéus inacessíveis — aves
cuja sobrevivência depende da nossa capacidade de observar, compreender e agir
com respeito.
Acredito que a conservação deve ser simultaneamente local e coletiva.
Trata-se de escutar a natureza, colaborar entre culturas e transformar a
consciência em cuidado. Estar aqui com a SPEA permite-me não só aprofundar o
meu conhecimento sobre a conservação das aves marinhas, mas também integrar uma
rede mais ampla de pessoas comprometidas com o mesmo objetivo: preservar o
delicado equilíbrio entre biodiversidade e presença humana. Estou verdadeiramente grata por fazer parte
desta missão.
![]() |
Tentilhão da Madeira (Fringilla maderensis) |
Starting My Journey with SPEA
My name is Valeria, I come
from Sardinia, and I’m currently in Madeira as part of the Eurodyssey
programme. My academic background in Natural Sciences and international field
experiences in biodiversity, agroecology, environmental education and nature
conservation brought me here with a strong desire to contribute to seabird
conservation on the island.
My participation in this
project is rooted in a desire to combine scientific knowledge, communication,
and hands-on action to protect seabird colonies and the fragile ecosystems they represent. At SPEA Madeira, I contribute to the European
project LIFE Natura@night, which focuses on studying and
safeguarding seabird colonies in the Natura 2000 network across the archipelago. These colonies,
especially those of Cory’s
Shearwater, are affected by multiple pressures
such as light pollution, human disturbance, and invasive species.
My work involves supporting
field surveys to characterize breeding sites, participating in monitoring and
rescue campaigns during the fledging season, and collaborating in environmental
education and outreach. These actions are part of a broader effort to
understand how human activity impacts seabird behavior and survival, and to
promote coexistence through better-informed local practices.
As someone who grew up on
an island, I feel a deep connection to the challenges faced by insular
ecosystems. I have developed a strong sensitivity to the environmental
challenges that insular territories face: habitat fragmentation, pressure from
tourism, invasive species, and the intensifying effects of climate change.
These pressures often affect species that nest in silence, in hidden cliffs or
inaccessible islets, birds whose survival depends on our ability to observe,
understand, and act respectfully.
I believe that conservation must be both local and collective. It’s about listening to nature, collaborating across cultures, and transforming awareness into care. Being here with SPEA allows me not only to deepen my knowledge about seabird conservation, but also to become part of a wider network of people working for the same goal: preserving the delicate balance between biodiversity and human presence. I’m truly grateful to be part of this mission.
Sem comentários:
Enviar um comentário