Francelho
A seguinte ave de rapina da que vamos falar é o francelho (Falco tinnunculus canariensis): é a mais pequena de todas, com um comprimento entre os 31-37 cm e uma envergadura de 69 cm.
Este falcão esbelto, com
asas compridas e pontiagudas e cauda longa, pertence à ordem dos Falconiformes
e a familia Falconidae. Nesta familia
também podemos encontrar a ógea (Falco
subbuteo), esmerilhão (Falco
columbarius), falcão-da-rainha (Falco
eleonorae) ou falcão-peregrino (Falco
peregrino). Todos os membros desta familia são rapinas de dimensão pequena
a média com voo ágil e rápido.
O
francelho apresenta um grande dimorfismo sexual, ou seja, diferenças externas
(neste caso en termos de plumagem) que permitem distinguir os sexos: os machos
caracterizam-se pela cabeça acinzentada e a face superior da cauda
cinzento-azulada sem listras; as fêmeas tenhem a cabeça castanha, com a face
superior da cauda castanha e barras escuras e finas. Os dois sexos apresentam o
dorso castanho-avermelhado, mais contrastado no macho, com pequenas pintas
pretas e uma barra terminal escura na cauda. Também macho e fêmea tenhem um
bigode escuro (Assírio & Alvim, 2012). Na ilha de Madeira, a subespécie F. t. canariensis ostenta uma coloração
mais escura do que a congénere europeia, com pintas pretas maiores (Atlas das
Aves do Arquipélago da Madeira).
Foto: www.avibirds.com |
Espécie com ampla distribuição europeia e grande parte de
África, estando ausente das regiões árticas mais frias, dos desertos arábicos e
africanos, das grandes cadeias montanhosas da Ásia central e das florestas
equatoriais. Estima-se um efetivo populacional de entre 4.000.000 - 6.500.000 (Birdlife,
2016) adultos e o seu estado de conservação é pouco preocupante (Least Concern).
Ocorre nas Ilhas da
Madeira e Porto Santo e apresenta uma distribuição dispersa e residente.
Até 1996 esta ave nidificava nas Ilhas Desertas mas a realização do projecto de
"Recuperação dos Habitats Terrestres da Deserta Grande" que visava a
eliminação dos herbívoros, levou que os poucos casais existentes abandonassem
esta área. No entanto, voltou a ser detectada quer na Deserta Grande, quer no
Bugio, apesar da sua nidificação não ter sido para já confirmada. Nas últimas
duas décadas a sua tendência populacional é claramente positiva e estima-se uma
população entre 2.500 e 10.000 individuos, sendo a ave de rapina mais comum do
arquipélago (Atlas das Aves do Arquipélago da Madeira).
A caça e captura ilegal, a destrução de habitats de
alimentação e nidificação, o abandono dos campos agrícolas tradicionais e o uso
de inseticidas são as principais ameaças. Também as linhas eléctricas ou os
aerogeradores resultam em mortes de indivíduos (Martínez-Padilla, 2012).
Encontra-se em espaços
abertos: campos agrícolas, áreas sub-urbanas, urzais, áreas de vidoeiros e
salgueiros. Também pode habitar em zonas florestais, não muito frondosas. Contudo
é uma ave que prefere essencialmente áreas abertas. O francelho não constrói
ninho, aproveita geralmente ninhos velhos de córvidos ou buracos existentes em
árvores ou rochas, e até mesmo as fendas e vãos das paredes de grande edifícios.
A postura ocorre em Abril/Maio, sendo formada por 4-6 ovos que são incubados
durante 27-31 dias. As crias são alimentadas por ambos os progenitores, estando
prontas a voar após 28 dias.
E uma espécie oportunista com uma dieta muito variada:
micromamíferos, outras pequenas aves, insectos ou reptiles. O francelho é
conheçido também com o nome de penereiro-vulgar. Isto déve-se à sua técnica de
caça: localiça as presas peneirando. A
uma altura de 7 a 12 m, permanece imóvel no ar com as asas abertas e a cauda
contraída. Assim que a sua presa é localizada, “mergulha” a pique para a
atacar. Não é uma técnica desta ave de rapina mas muito característica do
francelho, também o penereiro-cinzento (Elanus caeruleus) ou o
gavião-peneira (Elanus leucurus) podem peneirar.
Bibliografía:
- Atlas
das Aves do Arquipélago de Madeira. Consultado em http://www.atlasdasaves.netmadeira.com/
no 28/07/2016.
-
Atlas do Sudoeste Portugês. Consultado em http://www.atlas.cimal.pt/drupal/sites/default/files/fichas_biodiversidade_fauna/falco_tinnunculus.pdf
no 28/07/2016
- BirdLife
International (2016) Species factsheet: Falco tinnunculus. Downloaded from
http://www.birdlife.org on 18/07/2016.
- Martínez-Padilla,
J. (2012). Cernícalo vulgar – Falco tinnunculus. En: Enciclopedia Virtual de los
Vertebrados Españoles. Salvador, A., Morales, M. B. (Eds.). Museo Nacional de
Ciencias Naturales, Madrid.
- Svensson,
L., Mullarney, K., Zetterström, D., Grant, P. J. & Andrade, J. Guia de
aves: guia de campo das aves de Portugal e da Europa. (Assírio & Alvim,
2012).
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Canarian Kestrel
Our next bird of prey is the kestrel (Falco tinnunculus
canariensis). It is the smallest raptor
in Madeira with a length ranging from 31 to 37 cm wingspan of 69 cm.
This graceful hawk with long tail and pointed wings, belongs
to the order Falconiformes and family Falconidae. In this family we can also
find the hobby (Falco Subbuteo), merlin
(Falco columbarius), eleonora's falcol (Falco eleonorae) or peregrine falcon (Falco
peregrine). All these raptors are birds
from small to medium size with agile and fast flight.
The kestrel is sexually dimorphic, which means external
differences (in this case about plumage) that allow to distinguish between both
sexes: males are characterized by grey head and the grey-blue upper surface of
the tail without any stripe; females have brown head with an also brown tail with dark stripes. Both
sexes have a reddish-brown back, more contrasted among males, with small black
spots and a dark terminal bar at the tail. Also male and female have a dark
mustache along the cheeks (Assírio & Alvim, 2012). In Madeira the
subspecies F. t. canariensis is darker than the european counterpart, with also
larger spots on the back (Atlas of the Madeira Archipelago Birds).
It can be found in Europe and Africa, being absent in cold
Arctic regions, Arabic and African deserts, mountains of central Asia and equatorial
forests. There is an estimated effective population from 4,000,000 to 6,500,000
(Birdlife, 2016) adults and their conservation status is currently Least
Concern. Inhabits the islands of Madeira and Porto Santo and has a dispersed
and a full-year distribution. In the last two decades its population trend is
clearly positive and an effective population between 2,500 and 10,000
individuals has been estimated. It is the most common bird of prey in the
archipelago (Atlas of the Madeira Archipelago Birds).
Hunting , destruction of feeding and nesting habitats,
abandonment of traditional agricultural fields and use of insecticides are theis
major threats. Also electrical field lines or wind turbines produce death among kestrels (Martinez-Padilla,
2012).
Open spaces such as farmlands or urban areas are their
favourite feeding territories. It can also be found in forest areas, not very
leafy. However, it is a bird that essentially prefers open areas. The kestrel
does not build nest but usually take advantadhe of old corvids nests or holes,
either in rocks or trees. Kestrel's clutch occurs in April / May, and consists
of 4-6 eggs which are incubated for 27-31 days.
As an opportunist species, it has a broad diet: rodents,
small birds, insects and reptiles. The kestrel hovers to hunt: at a height from
7 to 12 m, remains motionless in the air with outspread wings and tail
contracted. There is a characteristic technique of this bird, there are also
other raptors who can hover such as the black-winged Kite (Elanus caeruleus) or
the white-tailed kite (Elanus leucurus).
Bibliography:
- Atlas das Aves do Arquipélago de Madeira. Consultado em http://www.atlasdasaves.netmadeira.com/ no 28/07/2016.
- Atlas do Sudoeste Portugês. Consultado em http://www.atlas.cimal.pt/drupal/sites/default/files/fichas_biodiversidade_fauna/falco_tinnunculus.pdf no 28/07/2016
- BirdLife International (2016) Species factsheet: Falco tinnunculus. Downloaded from http://www.birdlife.org on 18/07/2016.
- Martínez-Padilla, J. (2012). Cernícalo vulgar – Falco tinnunculus. En: Enciclopedia Virtual de los Vertebrados Españoles. Salvador, A., Morales, M. B. (Eds.). Museo Nacional de Ciencias Naturales, Madrid.
- Svensson, L., Mullarney, K., Zetterström, D., Grant, P. J. & Andrade, J. Guia de aves: guia de campo das aves de Portugal e da Europa. (Assírio & Alvim, 2012).
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