quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Espécies de andorinhões encontradas na Ilha da Madeira

Durante as expedições de campo com a SPEA Madeira, a minha atenção foi particularmente atraída para uma espécie de ave, o andorinhão. A velocidade do seu voo e as suas impressionantes manobras aéreas tornam-nas aves fascinantes. Por isso, decidi dedicar o artigo desta semana às espécies de andorinhões encontradas na Ilha da Madeira.


Os andorinhões fazem parte da família Apodidae. Esta família inclui aves de pequeno a médio porte (9 a 25 cm de comprimento) podendo ser encontradas em todos os continentes, excepto na Antártida. A família contém cerca de uma centena de espécies. O Apus apus é a espécie com uma maior distribuição. Atualmente, o arquipélago da Madeira alberga duas espécies: o andorinhão-da-serra (Apus unicolor) e o andorinhão-pálido (Apus pallidus).


Devido à sua semelhança, é muito difícil diferenciar as duas espécies.  Os andorinhões também são frequentemente confundidos com as andorinhas. No entanto, a cauda dos andorinhões é mais curta e as asas são em forma de arco.


O andorinhão é uma das aves mais rápidas do mundo podendo atingir cerca de 200 km/h. Esta ave tem a particularidade de passar a maior parte do seu tempo em voo. As suas patas são demasiado curtas para lhe permitir aterrar normalmente no solo o que faz com que, devido a este facto, estas espécies alimentam-se, bebem, dormem e acasalam em voo.


Os andorinhões são insetívoros alimentam-se de insectos que apanham em voo. 


andorinhão-preto (Apus apus). Foto: Flavio Bergo


andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica). Foto: Steve Macomber



Andorinhão-da-serra (Apus unicolor)

Apus unicolor é muito semelhante ao Apus apus. Contudo, é ligeiramente mais pequeno (14 a 15 centímetros de comprimento), mais magro e as suas asas são mais estreitas. Além disso, a sua cauda é proporcionalmente um pouco mais longa e bifurcada do que a do Apus apus e Apus pallidus brehmorum.  Esta espécie tem também uma pequena mancha branca difusa na garganta com uma plumagem cinzenta acastanhada ligeiramente mais clara do que a de Apus apus.


andorinhão-da-serra (Apus unicolor). Foto: Juankar



andorinhão-da-serra (Apus unicolor). Foto: Miguel Arribas



Esta espécie está presente apenas no arquipélago da Madeira e das Canárias. A população dos dois arquipélagos são ambos parcialmente migratórios. De facto, a espécie pode ser vista durante todo o ano, mas em pequeno número no inverno sendo que, durante esta altura, algumas populações migram para o Norte de África.


Está documentada a nidificação nas Ilhas da Madeira e Porto Santo e estima-se que a população seja inferior a 10000 indivíduos. Este número refere-se à população total durante a primavera e verão, pois o número de aves observadas no inverno é dramaticamente mais baixo. É frequentemente visto nas Desertas, mas a nidificação permanece por confirmar. 



BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2016) 2008. Apus unicolor. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1



Nestas ilhas, esta espécie está presente em todo o lado, tanto em zonas urbanas como em zonas agrícolas ou florestas.


A biologia da reprodução desta espécie é ainda muito mal compreendida. Criam-se em colónias nas Ilhas da Madeira e das Canárias. Os ninhos são frequentemente construídos em fendas bastante profundas, tanto no mar como em falésias continentais. Estes são feitos de erva e penas unidos à saliva. Parece que ambos os sexos incubam o ovo e que existem frequentemente 2 ninhadas por ano, geralmente constituídas por 2 ovos.


Andorinhão-pálido (Apus pallidus brehmorum)

Apus pallidus brehmorum é também semelhante ao Apus apus. No entanto, Apus pallidus brehmorum tem uma plumagem ligeiramente mais leve com penas subtilmente mais arredondadas e uma cauda menos bifurcada. Os andorinhões-pálidos adultos têm asas largas com pontas arredondadas, castanhas escuras e uma cauda curta e bifurcada. As partes superiores são predominantemente castanhas com uma faixa castanha mais pálida que se estende diagonalmente das coberteiras primárias das asas em direção às coberteiras inferiores. A cauda é muito escura, quase preta. As zonas inferiores são castanhas claras ou polidas com bordas pálidos nas penas e a parte inferior do corpo é castanha escura com um efeito de vieiras castanho pálido, dando a impressão de escamas. A cabeça é castanha com uma tampa e face castanha cinzenta e garganta e queixo brancos. Os machos e as fêmeas adultos são semelhantes em tamanho e plumagem. Os jovens têm uma mancha mosqueada nas partes superiores com bordas de penas castanho claro/creme. Mede entre 16 e 18 centímetros de comprimento.


andorinhão-pálido (Apus pallidus brehmorums). Foto: Nikolay Staykov



Esta espécie apresenta uma distribuição mundial. Na Europa, é encontrada ao longo do Mediterrâneo e em Portugal. É também encontrada na Madeira e nas Ilhas do Porto Santo, embora a sua nidificação só tenha sido confirmada na primeira. Alegadamente tem uma população pequena, contudo, devido às semelhanças com Apus unicolor, não se conhece o suficiente sobre a sua distribuição, abundância e tendência populacional.


BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2019) 2019. Apus pallidus. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1


Com excepção das colónias residentes no Egipto, e dependendo da localização das áreas de nidificação, migram para a África Subsariana ou Sudeste Asiático durante os meses de inverno. Os padrões de migração variam, mas a maioria das aves regressa ao norte de África entre fevereiro e maio e regressa ao sul entre agosto e novembro.


Esta espécie aprecia ilhéus e falésias costeiras. Pode ocorrer noutros habitats do interior, desde montanhas, a zonas rurais e urbanas. Os ninhos são feitos em cavidades de preferência perto da costa. Há frequentemente uma ninhada por ano, entre maio e junho, geralmente constituída por 2 ou 3 ovos. A incubação dura 21 dias e as aves deixam o ninho com 46 dias de idade.




















During the field expeditions with SPEA Madeira, my attention was particularly drawn to one bird species, the Swift. The speed of their flight and their impressive aerial figures make them fascinating birds. Therefore, I decided to dedicate this week's article to the species of Swifts found on Madeira Island.


Swifts are part of the Apodidae family. This family includes small to medium-sized birds (9 to 25 cm long) found on all continents except Antarctica. The family contains about one hundred species. Apus apus is the most widely distributed species of swift. Currently, the archipelago of Madeira hosts two species of swift, Apus unicolor and Apus pallidus.


Due to their similarity, it is very difficult to differentiate between the two species.  The swift is also often confused with the swallow. However, the swift's tail is shorter and its wings are bow-shaped.


The swift is one of the fastest flying birds. It can reach 200 kilometres per hour. This bird has the particularity of spending most of its time in the air. Its legs are too short to allow it to land normally on the ground like other birds. If this bird ends up on the ground, it is impossible for it to fly away again. It is therefore by flying that it feeds, drinks, sleeps and mates.


The swifts are insectivorous. They feed on insects that they catch in flight. 


Black Swift ( Apus apus). Picture: Flavio Bergo



Barn Swallow (Hirundo rustica). Picture: Steve Macomber


Plain Swift (Apus unicolor)

Apus unicolor is closely similar to Apus apus. However, it is slightly smaller than the latter (14 to 15 centimetres long), more slender and its wings are narrower. Moreover, its tail is proportionally a little longer and more forked than that of Apus apus and Apus pallidus brehmorum.  This species also has a small, diffuse white throat patch with a slightly lighter brownish grey plumage than Apus apus.

Plain Swift (Apus unicolor). Picture: Juankar



Plain Swift (Apus unicolor). Picture: Miguel Arribas



This species seems to be only present on the archipelago of Madeira and the Canaries. The population of the two archipelagos are both partially migratory. Indeed, the species can be seen all year round, but in small numbers in winter. In winter, some populations migrate to North Africa.

It is documented to breed on the Islands of Madeira and Porto Santo and the population is estimated to be fewer than 10000 individuals. These number refer to the total population during the warm season for the number of birds observed in winter is dramatically lower. It is often seen on the Desertas but breeding on that area is not confirmed. 

 

BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2016) 2008. Apus unicolor. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1



On these islands, this species is present everywhere, in urban areas as well as over agricultural areas or forests.


The breeding biology of this species is still very poorly understood. They breed in colonies on Madeira and the Canary Islands. The nests are most often built in fairly deep crevices of both sea and continental cliffs. These are made of strands of grass and feathers bound together with saliva. It seems that both sexes incubate and that there are often 2 broods per year, generally consisting of 2 eggs.


Pallid swift (Apus pallidus brehmorum)

Apus pallidus brehmorum is also similar to Apus apus. However, Apus pallidus brehmorum have a slightly lighter plumage with subtly more rounded feathers and a less forked tail. Adult pallid swifts have broad swept back wings with dark brown rounded wingtips and a short, forked tail. The upperparts are predominantly mid brown with a paler brown band extending diagonally from the primary wing coverts towards the lesser coverts. The tail is very dark, almost black. The underwing areas are a buff or light brown with pale edges to the feathers and the underside of the body is dark brown with a pale brown scalloped effect, giving the impression of scales. The head is brown with a grey brown cap and face and white throat and chin. Adult males and females are similar in size and plumage. Juveniles have a mottled patter on the upper parts with light brown/cream feather edges. It measures between 16 and 18 centimetres in length.


Pallid Swift (Apus pallidus brehmorums). Picture: Nikolay Staykov


This species presents a worldwide distribution. In Europe, it is found along the Mediterranean and in Portugal. It is also found in Madeira and Porto Santo Islands , although breeding has only been confirmed on the former. Allegedly it has a small population, however, due to the similarities with A. unicolor, not enough is known as to its distribution, abundance and population trend.



BirdLife International and Handbook of the Birds of the World (2019) 2019. Apus pallidus. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2022-1



With the exception of the resident colonies in Egypt, and depending on the location of their breeding areas, they migrate to sub-Saharan Africa or Southeast Asia during the winter months. Migration patterns vary, but most birds return north from Africa between February and May and return south between August and November.



This species relishes islets and coastal cliffs. It can occur in other habitats inland, from mountains, to rural and urban areas. Nests are made in cavities preferably near the coast. There is often one brood per year, between May and June, generally consisting of 2 or 3 eggs. Incubation lasts 21 days and the birds leave the nest at the age of 46 days.


terça-feira, 6 de setembro de 2022

Agosto em cheio!

 Infelizmente, o Estágio de Verão da Secretaria Regional da Juventude, chega ao fim.

O mês passou a voar, recheado de novas experiências e desafios. Neste artigo e de forma resumida está o trabalho realizado ao longo deste mês.

O trabalho começou com a monitorização, colocação de loggers e recolha de dados biométricos de uma colónia conhecida de Cagarras, esta ação inserida no projeto LIFE Natura@night e no INTERREG MAC EELabs. Esta monitorização é explicada ao detalhe aqui.

Colocação de GPS. ©Elisa Teixeira


Os trabalhos de monitorização e recolha de dados na colónia são tão desafiantes quanto gratificantes. O desafio físico de movimentar-se em terreno acidentado é compensado por poder testemunhar uma cagarra a cuidar da cria.

Cria de cagarra. ©Manuel Contreras

Após a primeira etapa do estágio estar concluída e com os GPS Loggers instalados, foi tempo de apreciar um dos mais atrativos eventos astronómicos do mês de agosto: a Chuva das Perseidas. Numa atividade conjunta da SPEA com Associação de Astronomia da Madeira e o Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, foi possível realizar uma sessão de divulgação e observação deste fenómeno. Evento mais detalhado aqui.

Noite de astronomia. ©Elisa Teixeira

O mês passava super-rápido, e a recolha de dados também, desta vez na realização de Censos costeiros. Estes censos têm como objetivo identificar fontes de poluição luminosa que afetem as aves marinhas no mar. Os objetivos gerais, tal como a metodologia deste censo está mais bem explicada no seguinte artigo.

Censo costeiro. ©Elodie Crepin

As aves marinhas são o principal foco da SPEA, mas não o único. Sabemos que a poluição luminosa afeta todos os seres vivos e assim, no âmbito do LIFE natura@night, procuramos atualizar a informação sobre distribuição e abundância das borboletas noturnas. A maneira como são executadas as amostragens são explicadas neste artigo. Confesso que a minha relação com os insetos ficou mais íntima, ainda assim, é pelas aves marinhas que estou apaixonado.

Amostragem de insectos. ©Manuel Contreras

E assim, chegamos a altura de recuperar os GPS-Loggers colocados à duas semanas atrás. Esta fase foi a mais exaustiva. Durou 10 dias, connosco a percorrer a colónia inúmeras vezes para visitar todos os ninhos. Este esforço era sempre recompensado cada vez que conseguíamos recuperar um GPS-Logger, mas nem sempre foi fácil. As escassas visitas com o passar do tempo foram tornando cada vez mais difíceis a recuperação. Durante este período perdemos 3 crias, que simplesmente desapareceram. As causas ainda não foram completamente apuradas, mas estamos a trabalhar para que este incidente não se volte a repetir. O resumo mais esmiuçado destes 10 dias pode ser lido aqui.

Agosto passou de vento em popa. É sempre bom poder fazer parte desta equipa, que apesar de saberem que trabalhar em conservação da natureza é sempre uma tarefa árdua e ingrata, estão sempre motivados para ajudar e dar o seu melhor.

Quanto a mim, vou continuar a ser um aliado no combate pela proteção da natureza, continuar a ser voluntário desta fantástica ONG que é a SPEA.

©Elisa Teixeira

Obrigado, Manuel Contreras

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Monitorização de uma colónia de cagarras (Calonectris borealis), continuou

Duas semanas após termos colocado os GPS's nos adultos de Cory's Shearwater (Calonectris borealis), voltámos à colónia para recuperar os GPS's e as valiosas informações que continham.

Depois de passarmos 10 noites na colónia, conseguimos recuperar 10 dos 17 GPS-Loggers instalados.


Remoção de um GPS-Logger. Foto: Elodie Crepin.



A recolha dos GPS-Loggers não é uma tarefa fácil. Quanto mais tempo passar, menos os pais visitam os ninhos para alimentar os juvenis tornando mais difícil a recolha do GPS-Loggers. Em alguns ninhos, poderiam passar 3 dias sem se observar a presença de um adulto. De facto, os juvenis têm crescido consideravelmente desde a nossa última visita. Acumularam gordura suficiente para sobreviverem vários dias sem serem alimentados. Além disso, com o passar do tempo, a probabilidade de encontrar um GPS-Logger em adultos diminui. Isto explica-se pelo facto de os adultos passarem os seus dias no mar e mergulharem para apanhar comida. O GPS-Logger e o sistema de colagem são então postos à prova, o que em alguns casos leva à perda dos mesmos. 

Este ano, 5 adultos perderam o seu GPS-Logger antes que pudéssemos recapturá-los. Dois outros não puderam ser recuperados porque estes indivíduos não visitaram o ninho quando estávamos presentes na colónia.


Crias de cagarra. Foto: Tiago Dias.

Este ano, tivemos de relatar uma notícia muito triste. Três crias de cagarra desapareceram do seu ninho. A perda destas duas crias permanece um mistério para nós, embora existam duas pistas possíveis. A primeira é que eles foram vítimas de caça ilegal. A segunda é a predação por gatos. De facto, sabe-se no passado que o local foi utilizado por algumas pessoas para capturar crias de cagarras. Este período é crítico para esta espécie porque as crias de cagarras são apreciadas por alguns indivíduos para alimentação, apesar do facto de ser estritamente proibido por lei. Foi também observada a presença de 4 gatos próximos da colónia. Além disso, durante a nossa presença no local, um gato foi visto a passear no meio da colónia. Em geral, a presença de gatos perto dos locais de nidificação é uma ameaça real para as aves, bem como para a biodiversidade.

A perda destas 3 crias também significou para nós a perda de 2 GPS-Loggers. De facto, na ausência das crias, os adultos já não precisam de regressar ao ninho, o que torna impossível a sua recaptura.


Foi também observado um fenómeno interessante. Em alguns ninhos, foi registada a presença de adultos que não o casal reprodutor. Este fenómeno ainda não está bem estudado e explicado. Uma hipótese é a de que estes adultos não são reprodutores, mas sim ajudantes. Isto significa que ajudariam os casais reprodutores a alimentar os seus crias.


Captura de um adulto reprodutor no seu ninho. Foto: Elodie Crepin.

Em conclusão, os numerosos esforços da equipa da SPEA Madeira permitiram a aquisição de novos dados que permitem uma melhor compreensão do comportamento desta espécie. A informação contida nos 10 dispositivos GPS-Loggers permitir-nos-á saber mais sobre as rotas percorridas pelos adultos durante a época de alimentação dos juvenis. A compreensão do comportamento desta espécie é essencial para a sua protecção.








Two weeks after placing the GPS-Loggers on the adults of Cory's Shearwater (Calonectris borealis), we were back at the colony to retrieve the GPS-Loggers and the valuable information they contained.

After spending 10 nights in the colony, we managed to retrieve 10 of the 17 GPS-Loggers installed.

Removal of a GPS-Logger. Picture: Elodie Crepin. 

Collecting the GPS-Logger is not an easy task. The more time passes, the less the parents visit the nests to feed the chicks and more difficult it is to collect the GPS-Loggers. In some nests, 3 days could pass without observing the presence of an adult. Indeed, the chicks have grown considerably since our last visit. They have accumulated enough fat to survive several days without being fed. Moreover, as time goes by, the probability of finding GPS-Loggers on adults decreases. This is explained by the fact that the adults spend their days at sea and dive to catch food. The GPS-Logger and the gluing system are then put to test, which in some cases leads to the loss of the GPS-Loggers. 

This year, 5 adults lost their GPS-Logger before we could recapture them. Two other GPS-Loggers could not be retrieved because the 2 individuals did not visit the nest when we were present in the colony.

Chicks of Cory's shearwater. Picture: Tiago Dias.

This year, we had to report some very sad news. Two chicks of Cory's shearwater have disappeared from their nest. The loss of these two chicks remains a mystery to us, although there are two possible leads. The first is that they have been victims of predation by humans (illegal hunting).The second is the predation by cats. Indeed, the site has been known in the past to be used by some people to catch young Cory's Shearwater. This period is critical for this species because chicks of Cory's Shearwater are prized by some individuals to be eaten, despite the fact that this is strictly prohibited by law. The presence of 4 cats close to the colony has also been observed. Moreover, during our presence on the site, a cat was seen walking in the middle of the colony. In general, the presence of cats near nesting sites is a real threat to birds as well as to biodiversity.

The loss of these 3 chicks also meant for us the loss of 2 GPS-Loggers. Indeed, in the absence of chicks, the adults no longer need to return to the nest, which makes their recapture impossible.


An interesting phenomenon has also been observed. In some nests, the presence of adults other than the couple of parents has been recorded. This phenomenon is still not well studied and explained. One hypothesis is that these non-breeding adults are helpers. This means that they would help breeding couples to feed their chicks.


Capture of an adult in its nest. Picture: Elodie Crepin.

In conclusion, the numerous efforts of the SPEA Madeira team have enabled the acquisition of new data allowing a better understanding of the behavior of this species. The information contained in the 10 GPS-Loggers will allow us to learn more about the routes taken by the adults to find food to feed the juveniles. Understanding the behavior of this species is essential for its protection.