No âmbito do projeto LIFE Natura@night, a SPEA está envolvida na atualização de informação sobre abundância e distribuição não só de aves marinhas, como também borboletas noturnas que possam ser afetadas pela poluição luminosa. Este tipo de mapeamento conta com a ajuda de alguns voluntários distribuídos por pontos da Rede Natura 2000 na Macaronésia que colaboram na captura noturna de insetos com foco direcionado, essencialmente, em lepidópteros.
A SPEA tem se dedicado arduamente na procura de locais para a colaboração deste projeto e estado atenta a situações adversas que comprometam a qualidade das colheitas noturnas, como é o caso da presença de vento ou brilho lunar. Nestes últimos dias estivemos distribuídos por alguns pontos da ilha com o objetivo de coletar insetos noturnos atraídos por luzes artificiais, e ainda odores, para posterior identificação dos mesmos. Idealmente, cada ajudante inicia a sua captura com duração de 4 horas em noites sem ou com brilho lunar muito reduzido e sem condições desfavoráveis (chuva, vento, luminárias muito próximas…).
Cada noite exige uma colheita de dados sobre o habitat onde se encontram as armadilhas e registo de observações, assim como apontamento de dados cruciais (grau de poluição luminosa, nível de perturbação pelo vento, visibilidade, nebulosidade, entre outros). A descrição do habitat consiste na identificação das espécies presentes e caracterizando o seu tipo (Predominância de nativas ou exóticas, mistura de ambas, terrenos agrícolas, suburbanos ou costeiros).
Cada local é equipado com duas armadilhas distintas. A armadilha luminosa consiste num foco de luz UV-A que atrai insetos fototrópicos positivos e os desorienta, fazendo com que a maioria caia e tente procurar abrigo dentro do nosso balde de captura. Por outro lado, temos conhecimento que nem todos os insetos noturnos possuem fototropismo positivo e, portanto, há necessidade da montagem de um segundo método para insetos atraídos por odores. A segunda armadilha consiste numa corda de 1 metro embebida numa solução de vinho e açúcar que é pendurada, suficientemente, longe do primeiro método para evitar conclusões erradas.
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Duas metodologias de captura de insetos (Foto: E. Teixeira) |
Ainda assim, os voluntários possuem materiais de auxílio para espécimes que tentam escapar, como um aspirador de sucção de insetos caseiro e uma rede manual.
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Estagiária utilizando um aspirador de sucção (Foto: M. Andrade) |
Após o trabalho de campo, os voluntários juntam-se para contarem experiências da sua noite, algumas incluindo ruídos e visitas de outros animais. Até à data já contamos com avistamentos e interações de animais como: Corujas-das-torres (Tyto alba schmitzi), Osgas-mouras (Tarentola mauritanica), Cagarras (Calonectris borealis), Roques-de castro (Hydrobates castro), Garça-real-europeia (Ardea cinerea) e o Morcego-da-Madeira (Pipistrellus maderensis).
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Tarentola mauritanica (Foto: L. Sousa) |
As part of the LIFE Natura@night project, SPEA is involved in updating information on the abundance and distribution of not only seabirds, but also nocturnal butterflies that may be affected by light pollution. This type of mapping counts with the help of some volunteers distributed by points of the Natura 2000 Network in Macaronesia who collaborate in the nocturnal capture of insects with a directed focus, essentially, on lepidopterans.
SPEA has been hard at work looking for places to collaborate on this project and has been attentive to adverse situations that compromise the quality of night captures, such as the presence of wind or moonlight. In these last days we were distributed in some points of the island with the objective of collecting nocturnal insects attracted by artificial lights, and even odors, for later identification. Ideally, each assistant starts his capture lasting 4 hours on nights with no or very low moonlight and without unfavorable conditions (rain, wind, artifical lights nearby…).
Each night requires collecting data on the habitat where the traps are located and recording observations, as well as recording crucial data (degree of light pollution, level of wind disturbance, visibility, cloud cover, among others). The habitat description consists of identifying the species present and characterizing their type (predominance of native or exotic species, mixture of both, agricultural, suburban or coastal land).
Each location is equipped with two distinct traps. The light trap consists of a focus of UV-A light that attracts positive phototropic insects and disorients them, causing most to fall and try to seek shelter inside our capture bucket. On the other hand, we are aware that not all nocturnal insects have positive phototropism and, therefore, there is a need to set up a second method for insects attracted by odors. The second trap consists of a 1 meter rope soaked in a solution of wine and sugar that is hung away far enough from the first method to avoid wrong conclusions.
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Two insect capture methodologies (Photo: E. Teixeira) |
Still, volunteers have other helping materials for specimens trying to escape, such as an homemade insect-sucking vacuum and a manual net.
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Intern using a suction vacuum (Photo: M. Andrade) |
After fieldwork, volunteers get together to share their night's experiences, some including noises and visits from other animals. To date, we already have sightings and interactions of animals such as: Barn Owls (Tyto alba schmitzi), Moorish Geckos (Tarentola mauritanica), Cory's Shearwaters (Calonectris borealis), Band-rumped Storm-petrels (Hydrobates castro), Grey Heron (Ardea cinerea) and the Madeira pipistrelle (Pipistrellus maderensis).
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Tarentola mauritanica (Photo: L. Sousa)
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