quinta-feira, 28 de julho de 2022

Descobrindo a natureza através da fotografia da vida selvagem

A fotografia da vida selvagem é o ato de tirar fotos de animais, plantas ou, às vezes, paisagens. Há seis anos descobri o prazer de fotografar a natureza, principalmente de aves e insetos. Isso permitiu-me ter, instantaneamente, um olhar mais próximo da natureza e vontade de partilhá-la.

A fotografia da vida selvagem faz com que passemos mais tempo na natureza e pode ser muito gratificante quando a foto dos nossos sonhos é tirada. Mesmo que, muitas vezes, possa ser frustrante quando, após um longo dia, nenhuma foto é boa o suficiente!

Gaivina-comum, Funchal, T.Quartier

Podemos dividir a fotografia da natureza em dois ramos principais:

Fotografias naturalistas que mostram claramente o ser vivo no seu habitat, ou suas características. Este tipo de fotografia mostra detalhes mais difíceis de observar ou comportamentos interessantes e são de interesse naturalista. Com este propósito, são precisas boas condições de luz, distância próxima ao animal e um comportamento natural do mesmo.

Agalenatea redii, Funchal - T.Quartier

Por outro lado, a fotografia da vida selvagem também pode ser uma forma de trazer a arte para a natureza, usando as particularidades do sujeito da fotografia, a luz e o habitat circundante para obter uma imagem mais artística. Pode usar-se a luz de fundo ou o efeito de simetria e explorar as cores que se pretendem salientar. Também-se pode obter uma composição geral original.

Himantoglossum hircinum, Osenbach - T.Quartier

Acredito que estas duas formas de fotografia podem despertar o interesse das pessoas pela natureza, tanto enquanto se pratica a fotografia como, depois, apreciando as fotografias. Por resta razão, a fotografia poderia ser usada como uma ferramenta de educação ambiental, por exemplo.

Aqui na Madeira, a fotografia da natureza é uma atividade que podemos usufruir em qualquer lugar: perto da costa, nas montanhas nubladas ou na floresta Laurissilva. Podem ser encontradas muitas espécies, habitats e atmosferas diferentes. Explorar a Madeira dá a oportunidade de obter imagens muito variadas!

Bico-de-lacre-comum, Machico - T.Quartier

Wildlife photography is the act to take pictures of animals, plants or sometimes landscapes. Six years ago I discovered the pleasure to take photographs of nature, especially of birds and insects. It gave me instantly a closer look to nature and the will to share it.

Wildlife photography makes you spend more time in nature and can be very satisfying when your dream picture is taken, even though it can be so frustrating when, after a long day, no picture is decent enough!

Ischiodon aegyptius, Funchal, T.Quartier

Wildlife photography can be divided into two branches:

Naturalistic photographs which clearly show the living being in its habitat, or its characteristics. These kinds of pictures show hidden details or interesting behavior and are of naturalistic interest. For this purpose, you will generally need good light conditions, close distance with the subject and a natural behavior of the animal.

But wildlife photography can also be a way to bring art into nature, by using the particularities of the subject, the light and the surrounding habitat to get a more artistic picture. You can use backlight or symmetry effect and exploit colors you want to show. You can also obtain an original overall composition.

Meliteaea athalia, Osenbach, T.Quartier

I believe these two forms of nature photography can raise people’s interest in nature, both by practicing photography and enjoying the pictures. This is why photography could be used in environmental education, for example.

Here in Madeira wildlife photography can be enjoyed everywhere: near the shore, in cloudy mountains or in Laurissilva forests, lots of different species, habitats and atmospheres can be encountered. Going across Madeira will help you to obtain very varied pictures!

 

terça-feira, 26 de julho de 2022

O estágio chegou ao fim...


Ao fim de 5 meses encontro-me na reta final do estágio na SPEA. O tempo passou a voar, ainda lembro-me do primeiro dia em que cá cheguei, muito ansiosa e cheia de receios, mesmo assim, com vontade de ter novas experiências, em contexto real de trabalho, sobretudo conhecer o mundo extraordinário das aves e trabalhar para a sua proteção e dos seus habitats.

Devo dizer que adorei estagiar na SPEA, de facto uma das melhores experiências que tive na minha vida! Esta será a última vez que escrevo neste blog, assim sendo faço aqui um pequeno balanço da minha experiência como estagiária.


1º dia na SPEA (Autor: Cristiane Silva)


Aprendi muita coisa a nível pessoal e profissional, ajudou-me a abrir novas portas para outros caminhos, e ganhar outra visão sobre as situações. Tive a oportunidade de conhecer a SPEA, saber mais sobre as aves e a conservação da natureza na Macaronésia, os projetos da associação, entre outras aprendizagens. Pessoalmente, ajudou-me a ganhar mais confiança em mim, melhorar o comportamento, a comunicação e nas relações profissionais.


SPEA na Feira do Livro de Santa Cruz (Autor: Pedro Marques)

No princípio foi difícil adaptar-me ao ambiente e integrar-me na equipa, no entanto, acabei por conseguir com tempo e esforço e a ajuda dos colegas da equipa.

Gostei de todas as tarefas que exerci, desde os trabalhos na área da comunicação, elaborar publicações para as redes sociais e no blog de forma a promover a SPEA na Madeira; colaborar na prospeção de ninhos nos locais potenciais de cagarra; a criação de um roteiro de observação de aves; censos noturnos…


Prospeção de ninhos de cagarra (Autor: Cristiane Silva)

Além disso, as que mais me marcaram foram trabalhar no campo no âmbito dos projetos; a educação ambiental; promover a SPEA na feira do livro e no evento do lançamento do projeto LIFE Natura@night, os censos de aves e participar no processo de anilhagem de dois patagarros e uma cagarra.


Lançamento do projeto LIFE Natura@night (Autor: Tiago Dias)


A Madeira é um dos lugares mais bonitos do mundo, onde podemos desfrutar da natureza em qualquer ponto da ilha!

Censo de aves (Autor: Elisa Teixeira)

Por outro lado, criei uma boa relação com todos os colegas, o que tornou a experiência mais divertida.

Cada um dos elementos da equipa carrega consigo uma paixão interminável pela natureza. A força, vontade e entusiasmo da equipa da SPEA é muito forte, faz-se ver nos seus olhos e nas suas atitudes o quão desejam evoluir, alcançar os objetivos, procurar soluções e adaptar-se a qualquer situação. Fazem-no pelo bem da natureza e o futuro da humanidade, não por reconhecimento público.

Agradeço à SPEA e aos membros Cátia, Elisa, Tiago Dias e Ana, por tudo o que me ensinaram, por ter crescido ao vosso lado e me terem acolhido na mesma casa com afeto.

Muito obrigado!

Equipa da SPEA (Autor: Cátia Gouveia)


After 5 months I am in the final stage of my internship at SPEA. Time has flown by, I still remember the first day I arrived here, very anxious and full of fears, even so, eager to have new experiences, in a real work context, especially getting to know the extraordinary world of birds and working for their protection and habitats.

I must say I loved my internship at SPEA, in fact one of the best experiences I had in my life! This will be the last time I write in this blog, so here I make a small analysis of my experience as an intern.


1st day at SPEA (Author: Cristiane Silva)

I learned a lot of things at personal and professional level, it helped me to open new doors to other paths, and gain another vision about situations. I had the opportunity to get to know SPEA, to learn more about birds and nature conservation in Macaronesia, and the association's projects, among other things. Personally it helped me to gain more confidence in myself, to improve my behaviour, communication and professional relationships.


SPEA at the Santa Cruz Book Fair

In the beginning it was difficult to adapt to the environment and integrate myself in the team. However, with time and effort and the help of my colleagues I managed.

I enjoyed all the tasks I carried out, from the work in the communication area, elaborating publications for the social networks and in the blog in order to promote SPEA in Madeira; collaborating in the prospection of nests in potential shearwater locations; the creation of a birdwatching guide; night censuses...


Prospection of shearwater nests (Author: Cristiane de Lima)

In addition, the ones that stood out the most to me were working in the field as part of the projects; environmental education; promoting SPEA at the book fair and at the launch event of the LIFE Natura@night project, the bird censuses and participating in the ringing process of two shearwaters and one shearwater. 


Launch of LIFE Natura project (Author: Tiago Dias)

Madeira is one of the most beautiful places in the world, where we can enjoy nature anywhere on the island!


Bird census (Author: Elisa Teixeira)

On the other hand, I created a good relationship with all the colleagues, which made the experience more fun.

Each member of the team carries with them an endless passion for nature. The strength, will and enthusiasm of the SPEA team is very strong, you can see in their eyes and in their attitudes how much they want to evolve, achieve their objectives, seek solutions and adapt to any situation. They do it for the good of nature and the future of humanity, not for public recognition.

I thank SPEA and the members Cátia, Elisa, Tiago Dias and Ana, for everything you have taught me, for having grown up by your side and for having welcomed me in the same house with affection.

Thank you very much!



SPEA's team (Author: Cátia Gouveia)


sábado, 23 de julho de 2022

Captura de Lepidópteros Noturnos- LIFE Natura@night

No âmbito do projeto LIFE Natura@night, a SPEA está envolvida na atualização de informação sobre abundância e distribuição não só de aves marinhas, como também borboletas noturnas que possam ser afetadas pela poluição luminosa. Este tipo de mapeamento conta com a ajuda de alguns voluntários distribuídos por pontos da Rede Natura 2000 na Macaronésia que colaboram na captura noturna de insetos com foco direcionado, essencialmente, em lepidópteros.

A SPEA tem se dedicado arduamente na procura de locais para a colaboração deste projeto e estado atenta a situações adversas que comprometam a qualidade das colheitas noturnas, como é o caso da presença de vento ou brilho lunar. Nestes últimos dias estivemos distribuídos por alguns pontos da ilha com o objetivo de coletar insetos noturnos atraídos por luzes artificiais, e ainda odores, para posterior identificação dos mesmos. Idealmente, cada ajudante inicia a sua captura com duração de 4 horas em noites sem ou com brilho lunar muito reduzido e sem condições desfavoráveis (chuva, vento, luminárias muito próximas…).

Cada noite exige uma colheita de dados sobre o habitat onde se encontram as armadilhas e registo de observações, assim como apontamento de dados cruciais (grau de poluição luminosa, nível de perturbação pelo vento, visibilidade, nebulosidade, entre outros). A descrição do habitat consiste na identificação das espécies presentes e caracterizando o seu tipo (Predominância de nativas ou exóticas, mistura de ambas, terrenos agrícolas, suburbanos ou costeiros). 

Cada local é equipado com duas armadilhas distintas. A armadilha luminosa consiste num foco de luz UV-A que atrai insetos fototrópicos positivos e os desorienta, fazendo com que a maioria caia e tente procurar abrigo dentro do nosso balde de captura. Por outro lado, temos conhecimento que nem todos os insetos noturnos possuem fototropismo positivo e, portanto, há necessidade da montagem de um segundo método para insetos atraídos por odores. A segunda armadilha consiste numa corda de 1 metro embebida numa solução de vinho e açúcar que é pendurada, suficientemente, longe do primeiro método para evitar conclusões erradas.

Duas metodologias de captura de insetos (Foto: E. Teixeira)

Ainda assim, os voluntários possuem materiais de auxílio para espécimes que tentam escapar, como um aspirador de sucção de insetos caseiro e uma rede manual.

Estagiária utilizando um aspirador de sucção (Foto: M. Andrade)

Após o trabalho de campo, os voluntários juntam-se para contarem experiências da sua noite, algumas incluindo ruídos e visitas de outros animais. Até à data já contamos com avistamentos e interações de animais como: Corujas-das-torres (Tyto alba schmitzi), Osgas-mouras (Tarentola mauritanica), Cagarras (Calonectris borealis), Roques-de castro (Hydrobates castro), Garça-real-europeia (Ardea cinerea) e o Morcego-da-Madeira (Pipistrellus maderensis).

Tarentola mauritanica (Foto: L. Sousa)

As part of the LIFE Natura@night project, SPEA is involved in updating information on the abundance and distribution of not only seabirds, but also nocturnal butterflies that may be affected by light pollution. This type of mapping counts with the help of some volunteers distributed by points of the Natura 2000 Network in Macaronesia who collaborate in the nocturnal capture of insects with a directed focus, essentially, on lepidopterans.

SPEA has been hard at work looking for places to collaborate on this project and has been attentive to adverse situations that compromise the quality of night captures, such as the presence of wind or moonlight. In these last days we were distributed in some points of the island with the objective of collecting nocturnal insects attracted by artificial lights, and even odors, for later identification. Ideally, each assistant starts his capture lasting 4 hours on nights with no or very low moonlight and without unfavorable conditions (rain, wind, artifical lights nearby…).

Each night requires collecting data on the habitat where the traps are located and recording observations, as well as recording crucial data (degree of light pollution, level of wind disturbance, visibility, cloud cover, among others). The habitat description consists of identifying the species present and characterizing their type (predominance of native or exotic species, mixture of both, agricultural, suburban or coastal land).

Each location is equipped with two distinct traps. The light trap consists of a focus of UV-A light that attracts positive phototropic insects and disorients them, causing most to fall and try to seek shelter inside our capture bucket. On the other hand, we are aware that not all nocturnal insects have positive phototropism and, therefore, there is a need to set up a second method for insects attracted by odors. The second trap consists of a 1 meter rope soaked in a solution of wine and sugar that is hung away far enough from the first method to avoid wrong conclusions.

Two insect capture methodologies (Photo: E. Teixeira)


Still, volunteers have other helping materials for specimens trying to escape, such as an homemade insect-sucking vacuum and a manual net.

Intern using a suction vacuum (Photo: M. Andrade)

After fieldwork, volunteers get together to share their night's experiences, some including noises and visits from other animals. To date, we already have sightings and interactions of animals such as: Barn Owls (Tyto alba schmitzi), Moorish Geckos (Tarentola mauritanica), Cory's Shearwaters (Calonectris borealis), Band-rumped Storm-petrels (Hydrobates castro), Grey Heron (Ardea cinerea) and the Madeira pipistrelle (Pipistrellus maderensis).

Tarentola mauritanica (Photo: L. Sousa)

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Estagiária belga na SPEA Madeira

Chamo-me Elodie Crepin, venho do país da cerveja e da chuva (Bélgica). Sou formada em Engenheira Biológica na Universidade de Gembloux Agro-Bio Tech, com especialidade em Gestão Florestal e Natural.

A fim de adquirir mais experiência profissional no domínio da conservação da natureza, decidi tirar um ano para viajar e realizar estágios em diferentes organizações. Estas experiências para mim sao uma oportunidade de melhorar os meus conhecimentos no inglês e aprender uma nova língua, o português.

Antes de chegar à Madeira, realizei um estágio de 3 meses em Malta com a organização Nature Trust. Nesta organização, trabalhei na restauração de áreas naturais e mais especificamente na gestão e mitigação de espécies invasoras.

Apartir do início de julho até ao final de novembro, estarei na SPEA durante 5 meses, onde irei contribuir para o projeto LIFE Natura@night no apoio da monitorização das colónias de aves marinhas. 


Sempre me interessei pela natureza e pela conservação dos animais. Estou profundamente convencida de que organizações ambientais como a SPEA têm mais do que nunca um papel a desempenhar na crise ecológica que estamos a enfrentar. Espero de alguma forma contribuir para a criação de um mundo melhor, como a historia do beija-flor, ao trabalhar numa organização de conservação ambiental.

Estou realmente motivada para trabalhar na conservação das aves marinhas e muito grata por fazer parte da equipa nos seguintes meses.


Foto T. Dias
Foto T. Dias


My name is Elodie Crepin, I come from the country of beer and rain (Belgium). I graduated as a Bioengineer at the University of Gembloux Agro-Bio Tech with a specialisation in Forest and Nature Management.


In order to acquire more professional experience in the field of nature conservation, I decided to take a year to travel and carry out internships in different organisations. Those experiences are also an opportunity  for me to improve my English language skills and to learn a new language (Portuguese).

Before arriving in Madeira, I carried out an internship of 3 months in Malta with the organisation Nature Trust. With this organisation, I worked on the restoration of natural areas and more specifically on the management and mitigation of invasive species.

From the beginning of July until the end of November, I will be an intern at SPEA for 5 months where I will contribute for the project LIFE Natura@night as a support for the monitoring of the seabird's colonies. This internship in Madeira is for me a unique chance to expand my knowledge and to learn about the conservation of sea birds.


I have always been interested in nature and animal conservation. I am deeply convinced that environmental organisations such as SPEA have more than ever a role to play in the ecological crisis we are facing. I hope in some way to contribute to the creation of a better world, like the hummingbird story, by working in an environmental conservation organisation.


I’m really motivated to work on the conservation of seabirds and really grateful for being part of the team for those 5 following months.





terça-feira, 19 de julho de 2022

A importância da anilhagem das aves


 A anilhagem é um procedimento utilizado para monitorização das aves. Essa técnica também utilizada para monitorizar e controlar espécies invasoras, sendo que é feito individualmente em cada ave, tendo cada anilha um número diferente. Neste método é utilizado um anel de metal ou plástico, que fica preso na pata do animal, sendo que esse anel tem como função identificar o animal.

O processo de anilhagem para fins científicos ocorre da seguinte forma: no processo de captura da ave é colocado o anel na pata direita, e posteriormente é feito registo de informações específicas da ave, tal como o tamanho do bico, da asa, e o peso, como também se a ave é um adulto ou um juvenil. Essa informação nos permite saber mais informações sobre suas rotas migratórias, distribuição geográfica e longevidade de cada espécie. 


No último dia 27 de junho, um adulto de patagarro (𝘗𝘶𝘧𝘧𝘪𝘯𝘶𝘴 𝘱𝘶𝘧𝘧𝘪𝘯𝘶𝘴s) ao sair do ninho, encontrou obstáculos da poluição luminosa e caiu na entrada do shopping Fórum Madeira, por uma grande sorte, foi encontrado por um senhor, que rapidamente contactou a SPEA Madeira, descrevendo o local e algumas características da ave. Em poucos minutos, a bióloga Ana Teresa Pereira e uma estagiária de Guias da Natureza, dirigiram-se ao local e resgataram a ave marinha. No dia seguinte, na Ribeira Brava, o nosso voluntário Manuel Contreras também resgatou um patagarro, desta vez um juvenil acabado de sair do ninho.



Após o resgate, estas aves foram recebidas pelo biólogo Tiago Dias que realizou todo o procedimento de anilhagem e retirada de dados biométricos.


Estas aves vêm à terra durante a época de reprodução. De 15 de junho a 15 de julho, os juvenis saem dos ninhos, estando mais suscetíveis à luz artificial noturna.


Em conclusão, mais um final feliz. Após essa grande aventura, os patagarros tiveram de retornar a casa, o mar, com o apoio da Bióloga Elisa Teixeira e do nosso voluntário Manuel. Graças à SPEA Madeira, mais uma ave foi resgatada e encaminhada em segurança.


Estas aves conseguiram sobreviver, mas relembramos a todos que é imperativo a redução da poluição luminosa, a fim de salvaguardarmos as aves e toda a biodiversidade.

Saiba mais em http://salvar-avemarinha.blogspot.com/



Ringing is a procedure used for monitoring birds. This technique is also used to monitor and control invasive species, and is done individually on each bird, each ring having a different number. In this method a metal or plastic ring is used, which is attached to the leg of the animal, and this ring has the function of identifying the animal.


The ringing process for scientific purposes is as follows: during the process of capturing the bird the ring is placed on the right leg, and later specific information about the bird is recorded, such as the size of the bill, wing, and weight, as well as whether the bird is an adult or a juvenile. This information allows us to learn more about their migratory routes, geographic distribution, and longevity of each species. 


Last June 27, an adult Manx Shearwater (𝘗𝘶𝘧𝘧𝘧𝘪𝘯𝘶𝘴 𝘱𝘶𝘧𝘧𝘪𝘯𝘶𝘴s) when leaving the nest, encountered obstacles from light pollution and fell at the entrance of the Forum Madeira shopping mall, by great luck, was found by a gentleman, who quickly contacted SPEA Madeira, describing the location and some characteristics of the bird. In a few minutes, biologist Ana Teresa Pereira and a Nature Guide trainee went to the place and rescued the seabird. The next day, in Ribeira Brava, our volunteer Manuel Contreras also rescued a Manx Shearwater, this time a juvenile just out of the nest.


After the rescue, these birds were received by biologist Tiago Dias who performed the whole ringing procedure and removal of biometric data.


These birds come ashore during the breeding season. From June 15 to July 15, the juveniles leave the nests, being more susceptible to artificial night light.


In conclusion, another happy ending. After this great adventure, the patagarros had to return home, the sea, with the support of Biologist Elisa Teixeira and our volunteer Manuel. Thanks to SPEA Madeira, one more bird was rescued and safely returned.


These birds managed to survive, but we remind everyone that it is imperative to reduce light pollution in order to safeguard birds and all biodiversity.


Learn more at http://salvar-avemarinha.blogspot.com/



Save a Seabird

http://salvar-avemarinha.blogspot.com


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Salve uma Ave Marinha

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sexta-feira, 15 de julho de 2022

A Origem das Aves

As aves são dinossauros. Antes do século XIX quando foi proposto pela primeira vez uma relação íntima entre dinossauros e aves poderia ser difícil acreditar nessa mesma hipótese. No entanto, hoje este tipo de informação chega a quase todos até mesmo como cultura geral. O que poderá ter contribuído para este conhecimento sobre uma das melhores transições pré-históricas?

O período Jurássico, há 150 milhões de anos, representa o tempo geológico com maior abundância e diversidade de dinossauros que alguma vez existiu, incluindo os primeiros dinossauros que se assemelhavam a aves, a famosa Archaeopteryx entre eles. A Archaeopteryx, descoberta em 1861, é considerada um dos mais importantes fósseis de transição no que toca à discussão sobre a origem das aves, tendo sido previamente considerada a primeira ave até o seu título ter passado a outro terópode. Esta e muitos outros fósseis que possuem penas contribuíram para a sugestão de que seriam as aves mais primitivas, mas a maioria dos estudos concorda que continuam a ser dinossauros com penas muito simples.


Fóssil de Archaeopteryx  (Museum für Naturkunde in Berlin)

Muitas foram as tentativas para distinguir as aves mais primitivas dos seus parentes dinossauros mais próximos sem sucesso, isto demonstra o quão gradual foi esta transição dinossauro-não-aviano para ave. Pouco a pouco esta divergência de dinossauros terópodes continuou com a aquisição de um corpo capaz de voar. Os trabalhos mais recentes envolvem uma coleção de dados morfológicos, genéticos, filogenéticos e estatísticos capazes de contar um pouco desta história evolutiva sobre um dos grupos mais bem-sucedidos pós-extinção do fim do Cretáceo.

As pernas longas com três dedos principais das aves modernas originaram há mais de 230 m.a. e serviram como ferramenta de caça e fuga pela sua propulsão geradora de velocidade. Alguns destes dinossauros velozes passaram por uma fusão das suas clavículas, anteriormente separadas, para criar a fúrcula tão conhecida como ‘Wishbone’ do feriado americano. A fúrcula permitiu a estes predadores, eventualmente, poderem armazenar alguma energia sob efeito mola para o batimento de asas.


Fóssil de Tyrannosaurus rex evidenciando a sua fúrcula (LA County Museum, Dave Hone)

A redução do corpo começou nos Maniraptora e ainda não obteve uma justificação clara até hoje, uma das possibilidades terá sido a oportunidade de ocupar novos nichos ecológicos que teria sido difícil com uma dimensão corporal de um Allosaurus e por isso muitos conseguiram habitar o topo das árvores. Uma outra componente presente nas aves modernas é a sua grande inteligência, o esperado de um animal que funciona como uma máquina de voo e necessita perceção imediata de um mundo visto de cima, isto deve-se graças ao seu grande cérebro relativo que já havia aparecido em dinossauros como o Velociraptor.

 Fóssil do crânio de Velociraptor mongoliensis. (Australian museum, Robert Jones)


Apesar da presença de penas ser a principal característica que associaríamos a aves, outros pormenores conseguiram ser fixados em fósseis. Pormenores como a posição de dormir que se assemelha à de aves atuais e o cuidado parental observado em escavações de Maiasaura (‘lagarto boa mãe’).

Fóssil de Mei long preservado no sono. (AMNH, Mike Ellison)

A paleontologia é uma área de estudo que tenta desvendar mistérios do presente com provas do passado. Estas peças de puzzle vão lentamente se encaixando com o trabalho compilado de séculos de exploradores que tencionavam contribuir para uma melhor compreensão do nosso mundo atual que nos é familiar. Graças a nomes como Thomas Henry Huxley, o ‘Bulldog de Darwin’, hoje conhecemos a origem das formidáveis criaturas que a SPEA tem como objetivo a sua proteção. 


Garça-pequena-europeia, Egretta garzetta (Miguel Matos Andrade)


Birds are dinosaurs. Before the 19th century, when an intimate relationship between dinosaurs and birds was first proposed, it could have been difficult to believe in this same hypothesis. However, today this type of information reaches almost everyone even as general culture. What could have contributed to this knowledge about one of the best prehistoric transitions?

The Jurassic period, 150 million years ago, represents the geological time with the greatest abundance and diversity of dinosaurs that ever existed, including the first dinosaurs that resembled birds, the famous Archeopteryx among them. Archeopteryx, discovered in 1861, is considered one of the most important transitional fossils in the discussion about the origin of birds, having previously been considered the first bird until its title passed to another theropod. This and many other feathered fossils contributed to the suggestion that they were the most primitive birds, but most studies agree that they remain dinosaurs with very simple feathers.


 Archaeopteryx fossil (Museum für Naturkunde in Berlin)

Many attempts have been made to distinguish the most primitive birds from their closest dinosaur relatives without success, this demonstrates how gradual this non-avian-dinosaur to bird transition was. Little by little this divergence of theropod dinosaurs continued with the acquisition of a body capable of flight. The most recent work involves a collection of morphological, genetic, phylogenetic and statistical data capable of telling some of this evolutionary history about one of the most successful post-extinction groups at the end of the Cretaceous.

The long legs with three main toes of modern birds originated more than 230 million years ago and served as a hunting and escape tool for their speed-generating propulsion. Some of these speedy dinosaurs underwent a fusion of their previously separated collarbones to create the wishbone known from the American holiday tradition. The wishbone allowed these predators, eventually, to be able to store some 'spring-loaded' energy for wing beats.

 Tyrannosaurus rex fossil showing the wishbone  (LA County Museum, Dave Hone)

The reduction of the body started in Maniraptora and has not yet obtained a clear justification, one of the possibilities would have been the opportunity to occupy new ecological niches that would have been difficult with a body size of an Allosaurus and so many managed to inhabit the tops of trees . Another component present in modern birds is their great intelligence, which is expected of an animal that works like a flight machine and needs immediate perception of a world seen from above, this is due to its large relative brain that had already appeared in dinosaurs like Velociraptor.


 Velociraptor mongoliensis fossil skull. (Australian museum, Robert Jones)



Despite the presence of feathers being the main characteristic that we would associate with birds, other details managed to be fixed in fossils. Details such as the sleeping position that resembles that of current birds and the parental care observed in excavations of Maiasaura ('good mother lizard').


 Mei long fossil preserved while sleeping (AMNH, Mike Ellison)



Paleontology is an area of ​​study that tries to unravel mysteries of the present with evidence of the past. These puzzle pieces are slowly coming together with the work compiled from centuries of explorers who intended to contribute to a better understanding of our current familiar world. Thanks to names like Thomas Henry Huxley, 'Darwin's Bulldog', today we know the origin of the formidable creatures that SPEA aims to protect.

Little Egret, Egretta garzetta (Miguel Matos Andrade)