Garajaus
Os garajaus são aves marinhas de dimensão pequena-media, elegantes, com asas longas, estreitas e pontiagudas, cauda geralmente longa e forcada, e com bico comprido e pontiagudo. Excelentes voadoras, algumas recorrem, em migração distancias muito longas, depois das migração, podemos observar as aves exaustas. O voo é leve e elegante, peneiram frequentemente antes de mergulharem na água para capturas peixes, mas não se deslizam no ar, e só raramente nadam como as gaivotas.
Na checklist da Madeira, podemos encontrar 3 especies, o Garajau-comum que como seu próprio nome indica é comum na Madeira, o Garajau-rosado (S. dougallii) que é raro, istas duas especies se trata de especies com nidificação confirmada, pelo que será em las que nos centraremos. Por ultimo, temos o Garajau-do-árctico, que realmente é muito raro na Madeira, é só de forma estacional, pelo que simplesmente o citaremos.
Garajau-rosado
Os adultos reprodutores apresentam uma mancha preta na cabeça e uma tonalidade rosada no peito (donde deriva o seu nome). No início da época de reprodução o bico é completamente negro, mas após a eclosão das crias, a sua base torna-se vermelha. Em voo e à distancia os indivíduos parecem quase brancos. Na realidade, a parte superior do corpo é de um cinzento muito claro. A cauda é branca e bifurcada com guias mais longas que as do garajau comum. As dimensões desta espécie são ligeiramente inferiores às do garajau-comum. Em média os indivíduos pesam 119 g e têm uma envergadura entre 76 e 79 cm.
Na ilha da Madeira, a espécie nidifica de forma residual, estando ausente durante o inverno. Na Madeira a nidificação é tendo sido recentemente confirmada (2011), num ilhéu em frente à zona hoteleira a oeste do porto do Funchal, chamada Lido. Em 1982 a espécie nidificava na Selvagem Pequena e no ilhéu de Fora, não tendo sido confirmada a nidificação nestes locais em anos recentes.
A maioria dos reprodutores europeus, incluindo as aves da Macaronésia, inverna ao longo da costa ocidental africana. Na época quente do hemisfério Norte podem ser encontradas na Europa (Irlanda, Inglaterra e Açores) e desde a América do Norte à Venezuela. No Inverno boreal migram para a costa oriental da América do Sul e África do Sul.
O período reprodutor decorre entre Abril e Julho, época em que esta se encontra principalmente nas proximidades das colonias de reprodução, tanto em águas calmas e baías abrigadas, como em zonas mais expostas e oceânicas, podendo formar bandos mistos com o garajau-comum.
Os ninhos situam-se em locais protegidos por rochas, como é o ilhéu do Lido, mas os ovos (normalmente, um ou dois) são depositados diretamente no chão. A migração para os territórios de invernada decorre principalmente em agosto, diminuindo o fluxo de aves ao longo do mês de setembro.
As suas presas preferenciais são pequenos peixes, principalmente, agulhão, chicharro, peixe-agulha e peixe-pau. Em menores quantidades, ingerem também peixes mesopelágicos que efectuam migrações verticais (nomeadamente, mictofídeos).
A ocupação destas colonias pode variar bastante de ano para ano. Estas aves são muito vulneráveis à presença humana, principalmente durante os períodos de postura e incubação. São territoriais e quando perturbados defendem o ninho com agressividade, chegando mesmo a bicar os intrusos.
Garajau-comum
O garajau-comum pesa em média 136 g e possui uma envergadura de asas de 79 cm. O adulto reprodutor apresenta uma mancha preta na cabeça e o bico vermelho com a extremidade negra. O corpo é cinzento claro na parte superior e branco na parte ventral. A cauda é branca e bifurcada e o lado inferior das asas apresenta um bordo preto ao longo das primárias.
A sua nidificação ocorre em colónias situadas em falésias costeiras e em ilhéus, mas também em praias de areia ou calhau. . Na Arquipélago da Madeira nidifica em todos os grupos de Ilhas, (Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens),
O período reprodutor decorre entre Abril e Agosto. A postura é constituída por 2 a 3 ovos e é feita diretamente no chão. Caso o substrato seja moldável o adulto prepara primeiro uma pequena depressão.
Imagem tomada pela estagiaria Sara Gomes, no Porto Moniz, onde o garajau-comum, tem nidificação confirmada.
Estas aves são muito vulneráveis à presença humana, principalmente durante os períodos de postura e incubação. São territoriais e quando perturbados defendem o ninho com agressividade, chegando mesmo a bicar os intrusos. Na Madeira a perturbação humana na área envolvente às colonias, e a presença de predadores naturais e introduzidos, como os ratos, são as principais ameaças para a espécie.
A sua dieta pode variar consideravelmente entre colonias e de ano para ano. As suas presas principais são pequenos peixes como os chicharro. Em menor quantidade, podem também alimentar-se de agulhões, trombeteiros, peixes-agulha e gorazes. Por vezes pode também ingerir peixes mesopelágicos que efetuam migrações verticais (por exemplo, mictofídeos).
No Hemisfério Norte, a sua área de distribuição abrange a América do Norte (costa Leste), Europa e Ásia Central. No Inverno boreal migram para o hemisfério Sul. As aves que nidificam na Macaronésia invernam nas costas sul-americanas, ao passo que as restantes populações europeias invernam nas costas africanas. Existem casos de invernada na Macaronésia, contudo a origem dos escassos indivíduos observados é desconhecida.
Esquema para a identificação dos adultos das duas especies de garajaus no verão
Bibliografia:
atlasdasaves.netmadeira.com
atlasavesmarinhas.pt
horta.uac.pt
Romano et al., Birds of Madeira and the Selvagens (1995-2010)
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