quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O estudo das penas para identificar espécies (III)


Fringillidae


Verdilhão (Carduelis chloris
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

As penas primárias tenhem uma linha amarela bem marcada, como os pintassilgos (Carduelis carduelis). É uma linha comprida que chega até um pouco mais do meio da asa. A outra margen da asa tem uma mancha branca, semelhante às dos lugres (Carduelis spinus) mas não é amarela coma nestes últimos, senão branca. O seu tamanho vaise reduzindo desde a P10 até a P1.

As penas secundárias quase não tenhem a linha amarela mas sim que mantenhem o largo margen branco. Esta última e moito menos evidente nos indivíduos juvenis, que tenhem toda a asa quase preta. Nos adultos as penas secundárias presentam uma dicromía: um bordo branco e outro preto com a margen um pouco amarela (já sem a linha que aparece nas primárias).

As penas da cauda são muito semelhantes às de lugre, amarelas e pretas na ponta. As asas do centro tenhem uma cor negra, o mesmo que pasava no lugre. Neste caso, encontramos quatro penas que são pretas ou quase pretas (no lugre só eram duas, as outras já tinham o padrão amarelo-ponta preta).


Tentilhão (Fringilla coelebs
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

As penas primárias de tentilhão tenhem umas características particulares: por uma banda uma banda branca comprida mais ou menos constante en todas as primárias e por outra banda uma pequena mancha branca perto do cálamo. Este margem com a pequena mancha também tem uma linha super comprida ligeiramente amarela.

Nas penas secundárias a banda branca e mais larga, chegando mesmo até o raque. Assim, no outro margen seguimos a encontrar a pequena mancha branca e agora a linha amarela super comprida e um pouco mais evidente na parte superior da pena.

A cauda é preta, com a exeção das penas mais distais. Assim, a chave para a identificação das penas da cauda do tentilhão são estas penas dos extremos, tenhem umas marcas brancas muito identificativas da espécie.


Canário-da-terra (Serinus canaria
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

Esta é uma espécie endémica da macaronésia: Madeira, Açores e Canárias. As penas secundárias e primárias são pretas, não tenhem um padrão característico para identificá-las. As penas cobertoras e o penugem são as que proporcionam maior informação para a indentificação desta espécie.
Outro aspeto muito importante é o tipo de habitat da espécie, se encontramos penas nalgumas zonas como a ponta de são lourenço (onde o canário e abundante) podemos ter uma maior certeza de que é muito possível que penas semelhantes fossem de canário-da-terra.


Regulidae


Bis-bis (Regulus madeirensis
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

O bis-bis é uma ave endémica de Madeira e a  mais pequena da ilha com 9 cm de comprimento, 13-16 de envergadura e pesando em media 6 g. As penas primarias maiores (P8, P9) tenhem 4,6 cm, as da cauda podem ter um pouco mais de 4 cm. Assim, as penas de bis-bis são as de menor tamanho entre todos os passeriformes de Madeira.

As penas primárias são pretas, com um comprido margem branco num lado e um tom amarelo noutro extremo da asa. O branco comprido é menor nas penas distais (P8, P9, P10) e vai-se fazendo maior nas penas primarias proximais (P1, P2, P3 ...).

As penas secundárias tenhem um padrão mais característico: o margen branco e mais largo e na base da pena chega até o raquis. Por outro lado a linha amarela também e mais vísivel, maior, e tem uma mancha preta no meio da asa. Estas são as penas que mais ajudam a reconhecer a um bis-bis, junto ao pequeno tamanho geral das penas.

As penas da cauda são semelhantes às penas primárias, pretas com um tom amarelo no extremo da asa e um comprido branco no outro


Muscicapidae


Taralhão-cinzento (Muscicapa striata
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

O Taralhão-cinzento não nidifica na ilha de Madeira e o seu registro é excepcional (Biscoitio & Zino, 2002) mas existem registros desta presa (González, 2012). As penas primárias tenhem um tom entre castanho e preto, parecido ao que podemos encontrar numa toutinegra (Sylvia atricapilla) fêmea ou no papinho (Erithacus rubecula). Assim, o lado esquerdo presenta uma linha branca, com a mesma largura desde o eixo basal até o apical da pena, a diferença de outras espécies onde é mais largo na base e mais comprido no topo. Na dereita a cor é castanha e contrasta com o resto da pena, mais preta.

As penas secundárias tenhem as mesmas características que as primárias.

As penas da cauda não contam com linhas identificativas, como pintarroxos ou tentilhões. Una cor clara, também entre castanho e preto, um pouco mais escuro nas penas centrais da cauda.
Para identificar a espécie é importante ter en conta o seu habitat: zonas com arvoredo pouco denso, como margens de bosques e clareiras, montados e soutos (ICFN).


Sylvidae


Toutinegra (Sylvia atricapilla
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

A toutinegra é um passeriforme comum e as suas penas são muito semelhantes às de outras espécies, como o papinho. As penas primárias são pretas, mais escuras no macho e um pouco mais claras na fêmea. Presentam uma linha branca comprida, desde as primeiras às últimas penas primárias. No lado dereito, o tom e castanho, diferente ao resto da pena (como acontecía com o taralhão-cinzento).

As penas secundárias não possuem um padrão característico, também não outras cores diferentes às primárias.

Penas da cauda pretas. Quando nos encontramos com penas como as da toutinegra, que não tenhem cores características ou padrões fáciles de reconhecer, é aconselhável recolher todas as penas e penugem possível. Assim, ao procurar fontes de informação para o estudo de penas, temos um maior número de mostras e maior possivilidade de identificar à espécie.


Motacillidae


Alvéola-cinzenta (Motacilla cinerea
Nº Penas/1 asa: - Primárias: 10
            - Secundárias: 9
Nº Penas da cauda : 12

A alveóla-cinzenta, conhecida também na ilha como lavandeira, é uma espécie fácil de reconhecer. As penas da cauda são muit longas e compridas, chegando até os 10 cm. A cauda tem penas completamente brancas e outras pretas, dois delas sendo maioritariamente brancas com manchas pretas.

As penas das asas também são reconhecíveis, sobretudo a nível das penas secundárias. Presentam uma mancha branca no meio da asa. As secundárias mais proximais tenhem uma forma específica, mais longas que o resto e compridas no topo. Outras espécies do género, como a alvéola-amarela (Motacilla flava) também tenhem estas penas características.

Penugem de cores amarelos, por último, também ajuda a reconhecer a espécie.



Bibliografía: 

- Biscoito, M., Zino, F.. 2002. Aves do Arquipélago de Madeira. Direcção Regional do Ambiente.

- González, Y. 2012. Dieta y ecología trófica del Gavilán Común Accipiter nisus granti en la isla de Madeira. Não publicado.  

- Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICFN). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Muscicapa striata.

- Imagens, consultado 24/08/2016: http://www.federbestimmung.de/
                                                http://www.vogelfedern.de/index-e.htm
                        http://www.michelklemann.nl/verensite/start/index.html

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